terça-feira, 30 de novembro de 2010

CENTENÁRIO DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA
Vultos da República
8º. Artigo


Carlos Cândido dos Reis nasceu na cidade de Lisboa a 16 de Janeiro de 1852. Foi um militar, conspirador, republicano convicto que participou nas lutas antimonárquicas, ideólogo anticlerical, elemento de destaque da Carbonária, onde aqui recebeu o nome de código “Morceau”, e estratega militar da revolução de 5 de Outubro. Alistou-se na Armada como voluntário com apenas 17 anos de idade. Teve uma ascensão notável na carreira, até atingir o posto de Vice-almirante, sendo reformado no ano de 1909. Como militar foi comandante de diversas canhoeiras, dirigiu a Escola de Marinheiros do Porto, foi instrutor e professor da Escola Prática de Artilharia Naval, comandou a Escola de Torpedos Fixos e por fim a 2ª.e 4ª.divisões do Corpo de Marinheiros. Ao longo da vida militar foi agraciado com o grau de oficial da Ordem de Avis e a de grau de Cavaleiro da Ordem de Torre Espada. No ano de 1908 fez parte da revolta que levaria à destituição do governo chefiado por João Franco, mas a mesma fracassou. Foi eleito deputado pelas listas republicanas no ano de 1910. Foi-lhe concedida a organização militar da revolta de 5 de Outubro, pois além da experiência adquirida ao longo dos tempos, era um estratega militar que conhecia e se movia com muito à vontade na Armada onde tinha muitas simpatias e era muito conceituado e reconhecido. Tudo estava planeado para que se desse inicio à revolução, no dia 3 de Outubro, mas ao saber-se que o chefe do governo, Teixeira de Sousa, teve conhecimento do referido golpe, de imediato este, pôs de prevenção as forças leais à monarquia. A maioria dos chefes republicanos propuseram um adiamento ao golpe, após terem conhecimento da prevenção das forças monárquicas, tendo obtido uma reacção negativa por parte do Almirante Cândido dos Reis, que impondo a sua vontade, e sendo o chefe militar e dinamizador principal da revolta, fez prevalecer a sua posição de não adiamento. Entretanto o outro estratega da revolta, mas da área civil, o Dr. Miguel Bombarda, fora assassinado na véspera por um seu paciente com problemas do foro psiquiátrico. A notícia correu célere pela cidade chegando às unidades militares comprometidas com o golpe, o que produziu um efeito muito negativo e desmoralizante, dando origem ao abandono por parte dos oficiais do exército, julgando tudo perdido, abandonando o entrincheiramento da Rotunda. Cândido dos Reis, perante a não colaboração dos oficiais do exército, pensando que o golpe fracassara e debaixo de grande frustração, despediu-se dos seus oficiais, e horas mais tarde veio a ser encontrado morto na Azinhaga das Freiras, hoje “zona de Arroios” tendo-se suicidado no dia 4 de Outubro; mal lhe ocorreria que o golpe acabou por triunfar e poucas horas após, era proclamada a República. O dia 6 de Outubro fo o dia escolhido para os funerais tanto do Dr. Miguel Bombarda como o do Almirante Cândido dos Reis, ambos estrategas máximos da revolução que o destino ditou que não vivessem este momento (Proclamação da República), que tanto se empenharam e de si deram para atingir este objectivo. É das figuras portuguesas que mais vezes é apresentado nas toponímias das mais diversas localidades portuguesas, avenidas, ruas e praças.

F I M
Fontes: wikipedia.org/Cândido dos Reis: centenário da republica-personalidades: trechos avulsos. Óbidos – Setembro de 2010.
Publicado no Jornal das Caldas em 30-11-2010.

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