CENTENÁRIO DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA
Vultos da República
5º. Artigo
Vultos da República
5º. Artigo
Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, em 17 de Setembro de 1850, filho de José António Junqueiro, negociante e abastado lavrador e de sua mulher D. Ana Guerra, família muito crente e fervorosos católicos. Foi bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta. Como poeta panfletário foi um dos obreiros que ajudou a criar um ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República, tornando-se o mais popular da sua época e o mais conhecido da chamada “Escola Nova”. No ano de 1853 ficou órfão de mãe. No ano de 1864 publicou o seu primeiro escrito “Duas páginas dos quatorze anos” volume de poesias. Efectuou os seus estudos preparatórios na cidade de Bragança até 1866. Neste mesmo ano matriculou-se no Curso de Teologia da Universidade de Coimbra, onde permaneceu até 1868, abandonando-o por ter reconhecido que não tinha vocação para a vida religiosa. No ano de 1867 escreveu “Vozes Sem Eco”, tendo-se matriculado no ano seguinte no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Aqui iniciou a sua carreira literária no jornal literário “A Folha”, pertença do poeta João Penha, do qual mais tarde foi redactor. Relacionou-se com os melhores escritores e poetas do seu tempo, o grupo da “Geração de 70”. Escreveu neste ano a obra intitulada “Baptismo de Amor”, preambulada por Camilo Castelo Branco. Terminou o curso de Direito, no ano de 1873; neste mesmo ano tendo sido proclamada a República na vizinha Espanha, escreveu um pequeno poema alusivo ao facto “Espanha Livre”, que foi publicado no jornal A Folha. Em 1874 escreveu um poema intitulado “A Morte de D. João” que foi editado pela casa Moré do Porto, alcançando grande êxito, sendo alvo dos mais rasgados elogios por parte de Camilo Castelo Branco e por Oliveira Martins, na revista “Artes e Letras”. Foi residir para a cidade de Lisboa no ano de 1875, onde colaborou com os seus escritos no primeiro número de “A Lanterna Mágica”, jornal de índole política e artística, que teve a colaboração de Rafael Bordalo Pinheiro; escreveu o “O Crime”, relacionado com o assassínio do alferes Palma de Brito; a poesia “Aos Veteranos da Liberdade”, e o volume de “Contos para a infância”. Noutro jornal, “Diário de Notícias” publicou o poema “Fiel”, e o conto “Na Feira da Ladra”. No ano de 1878 foi nomeado Secretário Geral do Governo Civil de Angra do Heroísmo; escreveu o poema “Tragédia Infantil”; foi eleito deputado pelo círculo de Macedo de Cavaleiros. No ano seguinte foi transferido de Angra do Heroísmo para Viana do Castelo; Aderiu ao Partido Progressista neste mesmo ano, grande parte das suas composições foram reunidas num volume intitulado “A Musa em férias”; também publicou o poemeto “O Melro”, que mais tarde foi incluído na obra “Velhice do Padre Eterno”, cuja edição se processou no ano de 1885; publicou ainda neste ano “Idílios e Sátiras”; e por fim traduziu e coleccionou um volume de contos de Hans Christian Andersen entre outros. No inicio do ano de 1880 casou com Filomena Augusta da Silva Neves; no fim do ano é pai de um indivíduo do sexo feminino a quem foi dado o nome de Maria Isabel. No ano de 1881 é pai pela segunda vez e de outro indivíduo também do sexo feminino a quem foi dado o nome de Júlia. Em 1885 é publicada a obra “O Crime do Padre Eterno”, que provocou incontidas e acerbadas réplicas por parte da opinião clerical. Foi criado um movimento “Vida Nova”, do qual Guerra Junqueiro foi simpatizante. Viajou até Paris onde contactou e conviveu com a realidade que se vivia no momento. No ano de 1888 foi constituído o grupo “Vencidos da Vida”, do qual faziam parte elementos dos diversos quadrantes das artes e letras, descontentes com os movimentos culturais que então se viviam em Portugal; escreveu “A Legítima”. Foi eleito deputado pelo círculo de Quelimane, no ano de 1890. Aquando do problema do Mapa Cor-de-Rosa, que culminou com o ultimato inglês, provocando uma enorme crise na sociedade nacional, escreveu o opúsculo “Finis Patriae” e a “Canção do Ódio”; publicou o poema “Pátria” composição que teve forte repercussão, contribuindo assim para o aumento do descrédito e declínio das instituições monárquicas. No ano de 1895, desconhecendo-se qual o motivo, desfez-se de todo o seu património artístico que entretanto tinha acumulado ao longo dos tempos, tendo novamente partido para Paris no ano seguinte. Visitou a Academia Politécnica do Porto, fixando-se nesta cidade. Em 1908 foi candidato pelo Partido Republicano pelo Porto. No ano de 1910 e após a implantação da República é nomeado Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário da República Portuguesa, junto da Confederação Suíça, na cidade de Berna. Foi um trabalho árduo pois teve que se empenhar a fundo para esclarecer os estados Europeus da situação entretanto vivida em Portugal, fazendo-os acreditar que a Implantação da República foi instaurada e segue o seu rumo normal, apesar das repetidas e nefastas posições tomadas pelos monárquicos, conservadores e pela igreja. Em 1911 foi homenageado na cidade do Porto, e exonerou-se das funções Ministeriáveis, no ano de 1914. Escreveu “Prosas Dispersas”, em 1920, e deixou vasta obra das quais se enumera as principais: 01)- A Viagem à Roda da Parvónia; 02)- A Morte de D. João (1874); 03)- Contos para a Infância (1875); 04)- A Musa em Férias (1879); 05)- A Velhice do Padre Eterno (1885); 06)- Finis Patriae (1890); 07)- Os Simples (1892); 08)- Oração ao Pão (1903); 09)- Oração à Luz (1904); 10)- Pátria (1915) e 11)- Poesias Dispersas, etc… Faleceu na cidade de Lisboa em 07 de Julho de 1923.
FIM
Fontes:wikipedia.org/wiki/GuerraJunqueiro;Dicionário-Luso-Brasileiro“LeloUniversal” .
Publicado no Jornal das Caldas a 10-11-2010
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