quarta-feira, 12 de outubro de 2016

 
Numismática
2,5 Euro
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
86ª. Moeda
Compositores Europeus
Marcos Portugal
Características da moeda
 
Anverso: Apresenta um retrato do compositor Marcos Portugal, e sobre o lado esquerdo o escudo nacional assente na esfera armilar. Junto à orla apresenta a legenda "República Portuguesa 1762-1830  Marcos Portugal".
Reverso: Apresenta no centro da moeda uma lira envolta em ramos de loureiro, numa simbologia que exalta a grandeza da sua obra musical. Na orla superior da moeda, encontra-se a legenda "Compositores Europeus" e a era "2014". Por baixo do ramo de loureiro surge o valor facial da moeda "2,50 €".
Características:
 Autor: Paula Lourenço.
Moedas correntes com acabamento normal - Cuproníquel
Valor facial 2,5 Euro; 28 mm de diâmetro; peso 10 g; bordo serrilhado.
Cunhagem 100.000 exemplares.
Moedas de Ouro Proof
Valor facial 2,50 Euro;
Metal: Au 999/1000; 28 mm de diâmetro; peso 15,55 g; bordo serrilhado.
Cunhagem: 2.500 exemplares.
Moedas de Prata Proof
Valor facial 2,50 Euro; Metal; prata 925/1000; 28 mm de diâmetro; peso12 g; bordo serrilhado.
Cunhagem de 5.000 exemplares. 
Historial
Marcos António da Fonseca Portugal, mais conhecido por Marcos de Portugal, nasceu na cidade de Lisboa a 24 de Março de 1762 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 17 de Fevereiro de 1830. Filho de Manuel António da Ascensão e de Joaquina Teresa Rosa, foi compositor e organista de música erudita.
 A sua obra foi conhecida por toda a Europa, sendo dos mais famosos compositores portugueses da sua época.
Compôs a sua primeira obra com apenas 14 anos de idade. Com 20 anos, já era organista e compositor da Santa Igreja Patriarcal de Lisboa, sendo nomeado no ano de 1784 maestro do Teatro do Salitre, para o qual escreveu farsas, elogios e entremezes, além de modinhas. Muitas das suas melodias tornaram-se populares, muito apreciadas pela corte portuguesa, que o encarregou de escrever e compor obras religiosas para o Palácio de Queluz e outras capelas utilizadas pela família. Devido à fama alcançada, conseguiu um patrocínio da Corte para se deslocar a Itália, onde permaneceu vários anos com algumas interrupções, partindo no ano de 1792 e regressando no ano de 1800. Compôs  várias óperas em estilo italiano, as quais foram bem recebidas e encenadas por vários palcos em toda a Itália, como os teatros "La Pergola" e "Pallacorda", em Florença, "San Moisè" em Veneza, e  "La Scala"  de Milão. Ao todo Marcos de Portugal escreveu mais de vinte óperas bufas e farsas, quando da sua estada em Itália.
Quando regressou a Portugal no ano de 1800, foi nomeado mestre de música do Seminário Patriarcal.
Com a invasão por parte das tropas napoleónicas, no ano de 1807, a família Real mudou-se para o Brasil, mas Marcos de Portugal permaneceu em Portugal não a acompanhando. A pedido do General Junot, compôs uma segunda versão de "Demofonte", levando à cena para comemorar o aniversário de Napoleão em 15 de Agosto de 1808.
 No ano de 1811, Marcos Portugal viajou para  a cidade do Rio de Janeiro a pedido expresso do Príncipe Regente D. João, sendo recebido como celebridade e nomeado compositor oficial da Corte e Mestre de Música de Suas Altezas Reais, os Infantes.
Em 1813, foi inaugurado no Rio de Janeiro o Teatro Real de São João, onde foram encenadas e apresentadas várias óperas de sua autoria. Nessa época, escrevia essencialmente obras religiosas com duas excepções conhecidas: a farsa "A saloia namorada", no ano de 1812 e a serenata "L'augùrio di felicità" para comemorar o casamento de D. Pedro com D. Leopoldina, a 7 de Novembro de 1817. Tinha uma posição privilegiada na Corte, sendo professor de música do príncipe Pedro, futuro D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV de Portugal.
Vítima de dois ataques apoplécticos, Marcos Portugal não acompanhou D. João VI aquando do regresso da corte  a Portugal, no 1821. Com a saúde a deteriorar-se, permaneceu no Rio de Janeiro, onde um terceiro ataque, no ano de 1830, o vitimou. Morreu relativamente esquecido no dia 17 de Fevereiro de 1830, na cidade doRio de Janeiro.  
Marcos Portugal compôs durante a sua carreira mais de 40 óperas. As suas obras mais conhecidas são, "La confusione della somiglianza", "Lo spazzacamino principe"," La donna di genio volubile", "Le donne cambiate, Non irritar le donne".
Além disso, compôs muitas obras sacras, entre as quais mais de 20 peças para os seis órgãos da Basílica de Mafra. Compôs ainda modinhas - "canzonette portuguesas" - e músicas patrióticas. Foi o autor dos dois primeiros hinos oficiais de Portugal (Hymno Patriótico, 1809) e do Brasil (Hino da Independência do Brasil, 1822).
A sua extensa obra encontra-se distribuída por vários arquivos internacionais, na Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Inglaterra, Itália e Portugal.
Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcos_Portugal: I.N.C.M.; e colecção particular do autor.
Publicado no Jornal das Caldas em 12 de Outubro de 2016
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