sexta-feira, 19 de novembro de 2010




Artigo 28
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)

O Papel-moeda
CINQUENTA ESCUDOS
Fontes Pereira de Melo




Chapa 7

O retrato de Fontes Pereira de Melo, notável estadista, orador, parlamentar e governante foi o escolhido para integrar a parte da frente desta nota. O trabalho foi realizado em calcografia e “offset” pela casa britânica Thomas De La Rue & Cº. Ltd., de Londres. As duas estampagens calcográficas da frente, a azul-escuro com a moldura em guilhoché, finos traços paralelos que protegem a efígie de Fontes Pereira de Melo, e a gravura numismática no inferior, assentam sobre fundo em “offset”, impresso pelo sistema de íris que se alongam até às margens. No verso, o fundo também em “offset” irisado, projecta-se uma estampagem calcográfica de desenhos a verde-escuro. A representação do verso da nota é uma reprodução da estátua “O Pensador” de autoria do Mestre Leopoldo de Almeida. O papel foi produzido pelos franceses Office Français des Papiers Fiduciaires et Surfins, de Paris, apresenta no lado esquerdo, a cabeça de Fontes Pereira de Melo, de perfil para o centro. Dimensões da nota 142 x 83 mm. Foram emitidas com a chapa 7, 28 309 800 notas com as datas de 28 de Abril de 1953 e 24 de Junho de 1955. Primeira emissão, 10 de Fevereiro de 1954 e a última emissão, 3 de Maio de 1961. Foram retiradas da circulação em 31 de Dezembro de 1978, conjuntamente com as notas da chapa 7A. Com a Chapa 7A foram emitidas 19 220 000 notas com a data de 24 de Junho de 1960. Primeira emissão, 5 de Maio de 1961 e última emissão, 15 de Junho de 1965. Foram retiradas da circulação, também em 31 de Dezembro de 1978, conjuntamente com as notas da chapa 7.
Biografia:
António Maria de Fontes Pereira de Melo, mais conhecido por Fontes Pereira de Melo, foi um dos principais políticos da segunda metade do século XIX. Nasceu em Lisboa a 8 de Setembro de 1819 filho de João de Fontes Pereira de Melo. No ano de 1834, com apenas 15 anos assentou praça na Armada onde fez os seus primeiros estudos, transitando para a arma de Engenharia do Exército. Com o posto de cadete participou nas lutas liberais. No ano de 1847 já oficial, prestou serviço sobre as ordens do Duque de Saldanha durante a revolta da Maria da Fonte. No ano de 1848 abraça a vida política, tendo sido eleito deputado por Cabo Verde. Em 1851 após a Regeneração ascendeu a funções governativas; de inicio foi Ministro da Marinha e do Ultramar, acumulando pouco depois a pasta da Fazenda. De 1852 a 1856, torna-se Ministro da Obras Públicas, Comércio e Indústria. Em 1856 circula o primeiro comboio entre Lisboa e o Carregado. Em virtude da queda do governo de Saldanha devido à crise económica e financeira, passa para a oposição, onde se manteve por 3 anos. No ano de 1858 foi Ministro da Guerra no governo de Joaquim António de Aguiar, e conselheiro de Estado. No ano de 1870 é par do Reino. Foi 1º. Ministro por três vezes; a primeira vez de 1871-1877; em 1872 constrói-se o caminho de ferro do Barreiro a Vendas Novas; no ano seguinte constrói-se o caminho-de-ferro do Porto à Galiza; em 1876 faz aprovar contratos de navegação para o Algarve e para as Ilhas; também neste ano se constrói um cais, docas e o caminho-de-ferro na marginal do rio Tejo; da 2ª.vez é nomeado 1º. Ministro de 1878 a 1879; e a 3ª e última vez de 1881 a 1886. Surge no ano de 1880 um meio de comunicação que veio revolucionar o relacionamento entre as pessoas ”o telefone”.
Pelas funções que ocupou, pela dinâmica empregue na vertente económica e financeira, pelo cunho empregue nos melhoramentos materiais, é-lhe atribuído o papel de líder e impulsionador da transformação do país, dotando-o de meios de comunicação mais capazes, como estradas, pontes, caminhos-de-ferro, navegação, serviços postais e as redes telefónicas, etc. Também na área financeira, tomou medidas inovadores e sensatas, que se revelaram fundamentais para a economia e desenvolvimento do país; 1- o empréstimo nacional para a consolidação da dívida pública; 2- o aumento das receitas ordinárias, introduzindo uma reforma fiscal. A promoção destas obras públicas ficou conhecida como o “Fontismo”.
Além da belíssima folha de serviços como político e governante, também foi general do exército, governador da Companhia de Crédito Predial Português e por último Presidente do Supremo Tribunal Administrativo. Na toponímica de Lisboa existe uma avenida no centro da cidade que liga o Largo de Saldanha à Praça Marquês de Pombal com o seu nome; na gíria popular chamam-lhe Avenidas Fontes.
Fontes Pereira de Melo, faleceu em Lisboa a 22 de Janeiro de 1887, pobre e na solidão, porque enquanto ministeriável destacou-se com uma postura honesta, adjacente aos seus princípios, o que não lhe permitia enriquecimentos ilícitos. O país durante os governos de Fontes Pereira de Melo, viveu uma liberdade de expressão ímpar.
F I M
Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal”. Banco de Portugal. Wikipedia.org. Fontes Pereira de Melo. Infopedia. Trechos avulsos.
Óbidos, Fevereiro de 2010.
Publicado no Jornal das Caldas de 17-11-2010.

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