segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

 
Numismática

MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO

 

44ª. Moeda
10º. Aniversário da União Europeia e Monetária - UEM
2 Euro
Anv: : É utilizado o desenho europeu das moedas com o novo mapa da Europa alargada, sem fronteiras, com o valor facial ao longo da moeda.

 Rev: Apresenta no campo central os desenhos da figura humana de forma primitiva e o símbolo do Euro orlados na parte superior pela legenda "Portugal" e, na parte inferior, pela legenda "UEM 1999-2009" e, envolvendo todo o desenho, encontram-se dispostas em forma circular as 12 estrelas.
Autores: Luc Luycx/George Stamatopoulos.
Moedas bimetálicas: Dia. - 27,5 mm; Peso 8,5 g; Bordo serrilhado.
Amoedação: 1 250 000 exemplares.
Moeda BNC: Dia. - 27,5 mm; Peso 8,5 g; Bordo serrilhado. Amoedação: 15 000 exemplares.
Moeda Proof: : Dia. - 27,5 mm; Peso 8,5 g; Bordo serrilhado. Amoedação: 10 000 exemplares.
 Aquando da celebração do 10.º aniversário do lançamento da UEM e da introdução do euro, todos os países da área do euro emitiram uma moeda comemorativa de 2 Euro com um desenho comum.
Este conjunto reúne 16 moedas da zona Euro dos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Espanha, Eslováquia, Eslovénia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Itália, Irlanda, Luxemburgo, Malta e Portugal.
As moedas comemorativas de 2 Euro são moedas de euro especialmente criadas pelos estados membros da Eurolândia desde 2004, com o objectivo de comemorar algum acontecimento importante para o país. Até Novembro de 2006, foram cunhadas 21 variantes destas moedas, 6 em 2004, 8 em 2005 e 7 em 2006.
Quanto ao desenho existem duas restrições: não se poderá trocar a face comum da moeda e a face nacional da moeda regular não poderia ser trocada antes de 2008 a não ser que um chefe nacional representado na moeda falecesse antes dessa data (isto já aconteceu no Mónaco e no Vaticano, já que os seus chefes de estado, o príncipe Rainier III e o Papa João Paulo II, morreram em 2005 e o desenho foi alterado em 2006, assim cada membro apenas pode criar uma moeda comemorativa por ano e sempre com o valor facial de 2€.
Para a criação de uma nova moeda comemorativa, os Estados Membros devem informar a Comissão com uma antecedência de pelo menos seis meses antes da emissão. O Comité Económico e Social Europeu da União é o órgão encarregado de aprovar as emissões naqueles casos em que se preveja um volume de emissão superior a 0,1%. A descrição do desenho assim como qualquer outra informação relacionada com o assunto deve ser publicado no Diário Oficial da União Europeia.
Fontes:ec.europa.eu/economy_finance/the_euro/10yearcoin/home_pt.htm1; pt.wikipedia.org/wiki/Moeda_comemorativa_de_2_euros; INCM; colecção particular do autor.
                                                           F I M


sábado, 13 de dezembro de 2014

Numismática
 

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

  

43ª. Moeda
II Jogos da Lusofonia
Lisboa 2009
           2 Euro               
     Características da moeda
    
Anv: É utilizado o desenho europeu das moedas comuns.

 
Rev: Apresenta no campo central o logótipo oficial inspirado na figura de um atleta com uma fita, evocando o movimento na ginástica rítmica. Na parte superior figuram o escudo nacional e a legenda "Portugal", acompanhados no campo lateral esquerdo pela inscrição "2009" e na parte inferior pela legenda "2ºs. Jogos da Lusofonia Lisboa"
Autores: Luc Luycx/José Aurélio
Moeda Bi-metálica: Dia. 27,5 mm; Peso 8,5 g.; Bordo serrilhado; Cunhagem 2 570 000 exemplares.
Moeda Brilhante Não Circulada: Dia. 27,5 mm; Peso 8,5 g.; Bordo serrilhado; Cunhagem
15 000 carteiras.
Moeda Proof: Dia. 27,5 mm; Peso 8,5 g.; Bordo serrilhado; Cunhagem 10 000 carteiras.
Os Jogos da Lusofonia são um evento multi-desportivo entre os países de Língua Portuguesa , constituindo uma espécie de Jogos Olímpicos disputados entre os diversos países lusófonos. "Unidos pelo desporto", este é o lema da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP), que foi criada no ano de 2004. O português é o idioma oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, mais recentemente juntou-se a  da Guiné Equatorial.  Actualmente, é a quarta língua materna mais falada do mundo, com cerca de 260 milhões de falantes, estando quase 5 milhões deles espalhados por outros países do mundo. Membros associados da ACOLOP, Guiné Equatorial, Índia e Sri Lanka, (estes três últimos países onde o português não é a língua oficial), foram convidados a participar nos Jogos da Lusofonia. A influência do Império Português sobre os continentes africano, asiático e oceânico, durante a Era dos Descobrimentos, explica a perpetuação de variações da língua portuguesa em algumas regiões dessas três nações. A região Autónoma da Galiza, terra de onde provém a língua portuguesa e onde o português é oficial sob o nome de "galego", tem sido convidada para participar nos Jogos, tendo ficado fora dos mesmos por causa do desinteresse mostrado pelo governo autónomo. São membros fundadores da ACOLOP: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau (RAE da República Popular da China), Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, e, como membros associados, Guiné Equatorial, Índia (Goa) e Sri Lanka. A criação desta entidade veio tornar realidade um sonho antigo das nações envolvidas - os Jogos da Lusofonia - seguindo os exemplos dos Jogos da Comunidade Britânica (Jogos da Commonwealth) e Jogos da Francofonia (Jogos Francófonos). Os Jogos da Lusofonia já se realizaram por três vezes: duas na Ásia e uma na Europa: Em Macau, em Goa e em Lisboa. A edição dos Jogos era composta por nove modalidades olímpicas — uma  a mais do que a edição inaugural — totalizando 68 eventos em disputa. Três eventos para atletas com deficiência foram incluídos no programa do atletismo como demonstração.  O quadro de medalhas lista todas as nações que conquistaram medalhas de ouro, prata e bronze nos 67 eventos disputados.
Fontes: Jogos da Lusofonia - Wikipédia, a enciclopédica livre. wikipedia.org/wiki/Jogos_da_Lusofonia - INCM e colecção particular do autor.
F I M

Publicado no Jornal das Caldas em 10-12-2014

 


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Numismática

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

 
42ª. Moeda
Série Tesouros Numismáticos
“O Morabitino”
1,50 Euro
 
Características da moeda

Anv: Apresenta a legenda "República Portuguesa" no círculo exterior, no círculo interior o valor facial da moeda "1,50 €", por baixo a era "2009" e entre estes o escudo nacional de forma a fazer conjunto com a composição exibida no reverso.
 
Rev: Apresenta a recriação da moeda morabitino, a legenda "Regis Portvgalensvm", circulando a imagem central do rei a cavalo empunhando a sua espada.
Autor: Rui Vasquez.
Moeda em Cuproníquel: Dia - 26,5 mm; Peso 8 g.; Bordo liso e irregular. Cunhagem:
226 250 exemplares.
Moedas de Ouro Proof: Au 999/1000; Dia 26,5 mm; Peso 10,37 g.; Bordo liso e irregular: Cunhagem: 2 500 exemplares.
 
A moeda Morabitino de D. Sancho II é primeira de uma colecção designada “Tesouros numismáticos portugueses”. Foram cunhadas cinco moedas, uma por ano, com início em 2009. Esta colecção é alusiva a alguns dos exemplares mais relevantes da numismática e da história portuguesas.
 O Maravedi ou morabitino foi uma moeda de ouro cunhada na Península Ibérica, inicialmente pelos Almorávidas, (originariamente monges soldados saídos de grupo nómadas provenientes do Saara). A dinastia almorávida abraçou uma interpretação rigorosa do Islão e unificou sob o seu domínio grandes extensões no ocidente do mundo muçulmano com as quais formaram um Império, entre os séculos XI e XII, que chegou a estender-se nomeadamente pelas actuais Mauritânia, Saara Ocidental, donde provinham, Marrocos e parte sul da Península Ibérica.
No contexto da Reconquista Cristã, com o metal obtido junto dos muçulmanos, as monarquias peninsulares também cunharam os seus "morabitinos" e "maravedis".
Em Portugal, a primeira moeda de ouro a ser cunhada foi  no reinado de D. Sancho I.
Ao longo de toda a primeira metade do século XIII, os reis de Portugal fizeram cunhar peças de ouro, ditas "Morabitinos", cujo peso variava entre os 3,82 g, e 3,6 g.
Quanto aos morabitinos portugueses muito raros que até nós chegaram, não tem havido acordo sobre a sua cronologia e a maneira como distribui-las entre os três reis D. Afonsos e os dois D. Sanchos. O período entre o último terço do século XI e meados do século XIII caracterizou-se pela hegemonia esmagadora do ouro muçulmano; morabitino almorávida e, após este a dobra. Na Península Ibérica os cristãos copiaram-nos sem conseguirem obter o efeito desejado (substituição). O ouro foi, nestes séculos e no mundo muçulmano, permanentemente barato. Uma longa tradição de cunhagem do ouro esteve enraizada na Península Ibérica.
Em Portugal estas moedas chamavam-se "morabitino" e em Castela "maravedi".
O Império Almorávida era um império do ouro, cujo berço foi uma feira do ouro: Sidjilmessa. As suas moedas inundaram a Cristandade para pagar escravos e matérias-primas, chegando mesmo à Escandinávia e à longínqua Rússia. O ouro muçulmano  comandou a evolução monetária portuguesa. O ouro do Sudão foi o alvo das viagens portuguesas dos descobrimentos no século XV.
As lutas travadas entre as caravanas cameleiras que trouxeram ao Magrebe o precioso metal vindo do misterioso sertão negro, obrigaram os Portugueses a um esforço enorme para obter informações precisas e minuciosas.
Por tudo isso, a história monetária de Portugal e do seu império permaneceria incompreensível se não se trouxesse à luz estas cáfilas de camelos que atravessam o Saara carregados de ouro.
 
Fontes: Os Descobrimentos e a Economia Mundial, 1º volume, Lisboa, Presença; pt.wikipedia.org/wiki/Maravedi; INCM; Colecção particular do autor.
 
 F I M
 

Publicado pelo Jornal das Caldas em 03-12-2014

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

 
Numismática

Moedas Comemorativas do Euro

41ª. Moeda
Série Portugal Universal
Vasco da Gama
¼ de Euro               
Características da moeda


Anv: Apresenta no centro do campo o escudo das armas portuguesas assente na esfera armilar, no bordo superior esquerdo a legenda "República Portuguesa", por baixo do escudo o valor facial da moeda em duas linhas 1/4 EURO. numa composição de linhas semi-curvas, representando a ondulação do mar.
Rev: Apresenta no campo central  a figura de Vasco da Gama, por baixo sobre o lado esquerdo a estilização de uma caravela navegando e respectivas linhas ondulantes. Junto ao bordo superior em duas linhas a legenda "Vasco da Gama - 2009 e a data 1469-1524".
Autor: João Duarte.
Moeda em ouro.
Valor facial 1 1/4 Euro; Au: 999/1000 de toque; Dia 14 mm; Peso 1,56 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 20.000 exemplares.
Biografia:
Vasco da Gama nasceu em Sines entre os anos de 1460 e 1469, foi um dos mais brilhantes navegadores e exploradores do mundo de então. Era filho de Estêvão da Gama, que foi cavaleiro da casa de D. Fernando de Portugal, duque de Viseu e de sua mulher Isabel de Sodré de ascendência inglesa. Pouco se sabe do inicio de vida de Vasco da Gama, tudo leva a crer que estudou em Évora, onde poderá ter aprendido matemática de navegação, pois era conhecedor de astronomia, sendo possível que tenha sido aluno do astrónomo Abraão Zacuto. No ano de 1492 reinava D. João II, que o incumbiu de capturar algumas embarcações francesas em retaliação por depredações feitas em tempo de paz contra a navegação portuguesa na área compreendida entre Setúbal e o sul em plena costa algarvia, o que executou com rapidez e eficácia. Com esta atitude Vasco da Gama mostrou ter capacidades de chefia, responsabilidade e de aventura, o que lhe valeu viver sempre muito perto da corte, estudando as rotas efectuadas anteriormente por outros navegadores ao longo da costa ocidente de África. Quando D. Manuel I subiu ao trono, confiou o cargo de capitão - mor a Vasco da Gama, no ano de 1497, zarpando de Belém em demanda da Índia. A frota era composta por quatro embarcações que transportavam cento e setenta homens, entre marinheiros soldados e religiosos. Era uma expedição com fins exploratórios que levava cartas do rei D. Manuel I para reinos que porventura visitassem, padrões para se colocarem ao longo da costa e produtos que seriam úteis para proceder a trocas. A nau São Gabriel era comandada pelo próprio Vasco da Gama; a nau São Rafael era comandada pelo seu irmão Paulo da Gama; no regresso e com uma tripulação muito diminuta foi abatida em Melinde, prosseguindo noutra nau; a nau Bérrio foi comandada por Nicolau Coelho; e por fim a nau São Miguel que servia de apoio para transporte dos mais diversos materiais de manutenção, comandada por Gonçalo Nunes, incendiou-se na costa oriental de África. Após três meses de navegação, percorreram em mar aberto para além do equador e com o benefício dos ventos predominantes do atlântico sul, mais de 6 000 milhas. Em Dezembro encontravam-se na que é hoje a costa da África do Sul, baptizando uma zona com o nome de Natal, em referência a esse dia 25 de Dezembro. No ano de 1499 e após ter completado o contorno sul do continente africano, chegou à costa de Moçambique depois de ter sofrido fortes tempestades e ter dominado com mão pesada uma rebelião dos marinheiros. Após diversos contactos com o sultão de Moçambique e outras personagens na costa africana, que não foram de todo cordiais, seguiu para norte onde em Fevereiro do mesmo ano desembarcou em Melinde, sendo recebido pelo sultão que lhe forneceu um experiente piloto árabe, conhecedor dos ventos predominantes e das monções, o que lhe permitiu chegar à costa sudoeste da Índia. Em Maio de 1498 a frota atracou em Calecute, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos europeus para a Índia. As negociações com o governador de Calecute e Vasco da Gama, foram difíceis, devido à diferença de culturas em presença, aos valores das mercadorias apresentadas, aos mercadores aí estabelecidos que viam nesta aproximação uma futura rivalidade. Foi assim que se procedeu ao primeiro contacto de povos do ocidente com os do oriente por via marítima. O regresso a Portugal foi dificultado em virtude do desconhecimento por parte de Vasco da Gama das monções e dos ventos contrários. A viagem até Melinde durou cerca de 132 dias, tendo as embarcações aportado em Janeiro de 1499, perdendo quase metade da sua tripulação, e tendo sido atingidos pelo escorbuto; somente cinquenta e cinco homens e duas embarcações chegaram a Portugal em Julho e Agosto de 1499. Vasco da Gama só regressaria a Portugal em Setembro do mesmo ano, pois teve de sepultar o irmão mais velho Paulo da Gama que entretanto adoecera e que acabara por falecer na ilha Terceira no arquipélago dos Açores. Por este feito foi recompensado por el-rei D. Manuel I com o título de “Almirante Mor dos Mares das Índias”, recebeu conjuntamente com os irmãos o título perpétuo de Dom e duas vilas, a de Sines e a de Vila Nova de Milfontes. Vasco da Gama voltou à Índia, nos anos de 1502 e 1524. Nesta última estada na Índia, desempenhou o cargo de Vice-rei por pouco tempo. Casou com D. Catarina de Ataíde de onde adveio uma geração de sete filhos. No poema épico ”Os Lusíadas”, de Luís de Camões centra-se nas grandes viagens e aventuras de Vasco da Gama por terras do oriente. Vasco da Gama destacou-se na era dos descobrimentos por ter sido o comandante dos primeiros navios a navegar directamente da Europa para a Índia, na mais longa viagem oceânica até então realizada, sendo superior a uma volta completa ao mundo pelo equador. Faleceu em Cochim, Índia a 24 de Dezembro de 1524.

 
Fontes: “. Wikipedia/Vasco da Gama". História de Portugal de Manuel Pinheiro Chagas. INCM. 1colecção particular do autor
Óbidos, Março de 2010.
 
 F I M
Publicado no Jornal das Caldas em 5 de Novembro
 


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

 
Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
 

 
39ª. Moeda
Série – Património da Humanidade
Centro Histórico do Porto
2,50 Euro
Características da moeda

Anv: Apresenta na linha do horizonte o casario da cidade, mais abaixo o valor facial da moeda de 2,50 Euro em duas linhas descaído para a direita. À esquerda surge o escudo assente na esfera armilar abaixo deste a era “2008” e por fima legenda “República Portuguesa”.

Rev: Apresenta a imagem e perfil da cidade do Porto vista da margem esquerda do rio Douro, o cais de Gaia, com a legenda junto à orla superior “Património Mundial” e na orla inferior, o logotipo do Património Mundial da Unesco e na mesma orla inferior a legenda “Centro Histórico do Porto”.
Autor: Carlos Marques.
Moedas de Prata com acabamento normal:
Valor facial 2,50 Euro; Cuproníquel; Dia. 28 mm; Peso 10 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 150.000 exemplares.
Moedas de Prata proof:
Valor facial 2,50 Euro; Ag: 925/1000 de toque; Dia. 28 mm; Peso 12 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 5.000 exemplares.
A cidade do Porto desenvolve-se sobre as colinas que dominam o estuário do rio Douro e forma uma paisagem urbana construída numa história já milenar em que a diversidade da arquitectura civil e religiosa testemunha o percurso de um Centro Histórico que remonta às épocas Romana, Medieval, Renascentista, Barroca e Neoclássica. Construído sobre terrenos acidentados numa feliz articulação do traçado orgânico de arruamentos e casario com o rio referencial, o Centro Histórico adquire um valor panorâmico singular, reforçado na profusão de monumentos como a Sé Patriarcal, a Igreja de Santa Clara ou o edifício da Bolsa. Classificado como Património Mundial desde 1996, o Centro Histórico do Porto encerra uma riqueza monumental e paisagística e capta a diversidade de soluções de concepção urbana das cidades da Europa Ocidental e Atlântico-Mediterrâneas da época medieval até à modernidade.  O Centro Histórico do Porto é a área mais antiga da cidade do Porto e está classificada como Património Cultural da Humanidade desde 1996. Engloba as freguesias da Sé, São Nicolau, Victória e de Miragaia.
A área classificada pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade inclui a parte da cidade interior ao traçado da antiga Muralha Fernandina, do século XIV e algumas áreas adjacentes de características idênticas ou valorizadas por realizações posteriores. De entre os monumentos integrantes desta área encontram-se:
Alminhas da Ponte Antigo Clube dos Ingleses - Cadeia da Relação - Capela dos Alfaiates -  Capela de Nossa Senhora da Silva - Capela do Senhor dos Passos - Capela da Nossa Senhora do Ó - Casa do Beco dos Redemoinhos - Casa do Cabido - Casa do Despacho da Ordem Terceira de São Francisco - Casa do Infante - Casa dos Maias Casa da Rua de D. Hugo n.° 5 - Casa da Rua da Reboleira, n.º 59 - Casa da Rua de São Miguel, n.° 4 - Chafariz da Colher - Chafariz da Rua Escura - Chafariz da Rua de São João - Chafariz da Rua das Taipas - Chafariz das Virtudes - Cubelo reconstruído da Cerca Velha Edifício na Rua das Taipas, 76 - Estação de São Bento - Estátua equestre de D. Pedro IV -  Feitoria Inglesa - Fontanário do Largo da Sé - Fonte da Rua das Taipas - Igreja da Ordem do Terço - Igreja de Santa Clara - Igreja de Santo Ildefonso - Igreja de São Bento da Vitória - Igreja de São Francisco - Igreja de São João Novo - Igreja de São José das Taipas - Igreja de São Lourenço ou Igreja dos Grilos - Igreja de São Nicolau - Igreja e Torre dos Clérigos - Mercado Ferreira Borges - Monumento ao Infante D. Henrique - Mosteiro da Serra do Pilar (em Vila Nova de Gaia) - Muralha Primitiva - Muralhas Fernandinas - Museu de Guerra Junqueiro - Ourivesaria Cunha - Paço Episcopal do Porto - Palácio da Bolsa - Palácio de São João Novo - Pilares da Ponte Pênsil - Ponte Luís I - Praça da Ribeira - Ruína Medieval da Casa da Câmara - Sé do Porto - Teatro Nacional de São João - Torre da Rua de Baixo - Torre da Rua de D. Pedro Pitões, etc…
As razões pelas quais a Câmara Municipal do Porto apresentou a candidatura do Centro Histórico da cidade à Unesco no ano de 1991, para classificação como Património Cultural da Humanidade, prenderam-se com a presença de relevantes valores arqueológicos, como abaixo se descrevem: Importância dos aspectos históricos inscritos na evolução urbana e na arquitectura.
1-Intervenções urbanas, espontâneas ou planeadas, de diferentes épocas: vielas tortuosas da Idade Média bem adaptadas à topografia, ruas rectilíneas e pracetas da Renascença, vias que vão dar a monumentos barrocos. 2-Conjunto de monumentos e edifícios representativos do românico, gótico, maneirismo, barroco, neoclássico, arte nova, etc. 3- Valor da arquitectura civil, sabiamente adaptada às características locais e reflectindo condições económicas, sociais e culturais de diferentes épocas, com aspectos tanto tradicionais como eruditos. 4- Numa área de 90 hectares, um conjunto de cerca de 3000 prédios de habitação e comércio, sem grandes intrusões descaracterizadoras. 5-Presença de mais de 20 000 habitantes formando uma comunidade viva e activa, preservando as suas tradições e valores culturais. 6- Processos de recuperação e de reabilitação, com projectos de integração social já concretizados. 7- Grande valor estético e carácter cénico, com uma enorme riqueza panorâmica, resultante da complexidade do terreno, do modo harmonioso como as ruas se articulam, da implantação dos grandes edifícios e monumentos, da relação com o rio, dos efeitos visuais diversificados consoante a luz e o tempo e por fim, 8- Existência de uma unidade estética e visual, apesar da variedade das formas e dos materiais.
A decisão de aprovação foi tomada em Mérida - México em 4 de Dezembro de 1996.
 
O sector turístico parece ter sido o grande beneficiário do entusiasmo gerado em torno da classificação. É das cidades europeias mais visitadas e mais elogiadas no seu todo pela preservação do património e pela sua localização. Pensa-se que visitam actualmente a cidade mais de dois milhões de turistas com tendência para ser aumentada esta estatística.
 
F I M
Publicado no Jornal das Caldas em 22-10-2014

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

 
Numismática
40ª. Moeda
Série – Património da Humanidade
Alto Douro Vinhateiro
2,50 Euro
Características da moeda

Anv: Apresenta no centro do campo um elemento que é ao mesmo tempo uma sugestão do curso do rio Douro e ou uma cepa de onde pendem duas folhas de videira, com o escudo da república e na orla inferior o valor facial da moeda 2,50 EURO.
Rev: Apresenta no campo central a imagem do rio e o seu vale, a sequencia das montanhas, com os socalcos que as caracterizam, e na orla inferior a legenda "Alto Douro Vinhateiro" e o logótipo do património Mundial da UNESCO.   
Autor: Armando Alves.
Moedas de Prata com acabamento normal:
Valor facial 2,50 Euro; Cn; Dia 28 mm; Peso 10 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 150.000 exemplares.
Moedas de Prata proof:
Valor facial 2,50 Euro; Ag: 925/100 de toque; Dia 28 mm; Peso 12 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 5.000 exemplares.
O Alto Douro Vinhateiro é uma zona particularmente representativa da paisagem que caracteriza a vasta Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo. A paisagem cultural do Alto Douro combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes e solos pobres e acidentados, com a acção ancestral e contínua do Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrâneo que a região suporta. Esta relação íntima entre a actividade humana e a natureza permitiu criar um ecossistema de valor único, onde as características do terreno são aproveitadas de forma exemplar, com a modelação da paisagem em socalcos, preservando-a da erosão e permitindo o cultivo da vinha. A região produz o famoso vinho do Porto, representando o principal vector de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia locais. O grande investimento humano nesta paisagem de singular beleza tornou possível a fixação das populações desde a longínqua ocupação romana, e dele resultou uma realidade viva e em evolução, ao mesmo tempo testemunho do passado e motor do futuro.
A Região Vinhateira do Alto Douro ou Alto Douro Vinhateiro é uma área do nordeste de Portugal com mais de 26 mil hectares, classificada pela UNESCO, em 14 de Dezembro de 2001, como Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural e rodeada de montanhas que lhe dão características mesológicas e climáticas particulares.
Esta região, que é banhada pelo Rio Douro e  produz vinho há mais de 2000 anos, entre os quais, o mundialmente célebre vinho do Porto.
Suas origens remontam à segunda metade do século XVII, altura em que o Vinho do Porto começa a ser produzido e exportado em quantidade, especialmente para a Inglaterra.
Contudo, os elevados lucros obtidos com as exportações para a Inglaterra viriam a gerar situações de fraude, de abuso e de adulteração da qualidade do vinho generoso. Os principais produtores de vinho durienses exigem então a intervenção do governo e a 10 de Setembro de 1756, é finalmente criada a "Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro".
Para demarcar o espaço físico da região foram então mandados implantar 201 marcos de granito. No ano de 1761 são colocados mais 134 marcos pombalinos, perfazendo então um total de 335.
Já em 10 de Maio de 1907, ao abrigo do decreto assinado por João Franco, a região demarcada é novamente delimitada, estendendo-se para o Douro Superior.
Abrange os concelhos de Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Alijó Saborosa, Murça, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, S. João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
 
São vários os tipos de vinhos que se obtêm das diversas castas oriundas desta zona privilegiada:
Lágrima: Vinho branco que pode ser seco, doce ou muito doce, chega ao mercado depois de três anos de estágio.
Os vinhos produzidos a partir de castas tintas distinguem-se pelo processo de envelhecimento, que pode ser através de um processo de envelhecimento durante décadas em garrafas ou em cascos de madeira, os que seguem este último processo podem ser:
Ruby: Chegam ao mercado geralmente com a idade de três anos
Tawny: Envelhecem geralmente 5 anos em cascos de carvalho antes de chegar a garrafa, dentro deste existem os Tawnies com indicação de idade e os Tawnies com indicação da data de colheita
Estilo Vintage: Pode ser bebido logo após o engarrafamento
Crusted Envelhecido em casco durante 2 ou 3 anos, posteriormente passa ainda 3 / 4 anos em garrafa antes de ser consumido
Para além dos vinhos amadurecidos em cascos de madeira, o vinho do Porto pode ainda ser envelhecido em garrafa, através deste método criam-se as qualidades superiores do vinho do Porto como:
Late Bottled Vintage: Vinho que resulta apenas de colheitas de boas qualidades, passa entre 4 a 6 anos em cascos antes de ser engarrafado
Vintage: Nem todas as vindimas os podem gerar pois são resultado de uma reunião de excepcionais condições climáticas que permitem maturações ideais para criação máxima das vinhas do Douro.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Vinhateira_do_Alto_Douro;
Imprensa Nacional Casa da Moeda; Colecção particular do autor.
 
F I M
 
Publicado no Jornal das Caldas em 22-10-2014