CENTENÁRIO DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA
Vultos da República
4º. Artigo
Vultos da República
4º. Artigo
Anselmo Braamcamp Freire nasceu na cidade de Lisboa em 01 de Fevereiro de 1849, era filho de Manuel Nunes Freire da Rocha, 1º. Barão de Almeirim e de sua mulher e parente D. Luísa Maria Joana Braamcamp de Almeida Castelo Branco. Era oriundo de uma família holandesa com tradições liberais, que em muito influenciou a formação política de Braamcamp Freire. A família Braamcamp Freire teve um passado histórico na vida política portuguesa: 1-Hermano José Braamcamp foi embaixador prussiano em Lisboa no reinado do rei D. José I; o seu avô foi Ministro dos Negócios Estrangeiros no ano de 1882; seu tio Anselmo José B. Freire, desempenhou diversos cargos ministeriáveis, entre os quais o de Primeiro - Ministro. Braamcamp Freire foi um homem de elevada cultura, escritor, historiador, político e exímio coleccionador e estudioso de obras de arte. No ano de 1867 matriculou-se no curso de Matemática da Universidade de Coimbra, tendo desistido passados poucos meses. Em 1869 casou com sua prima, Maria Luísa da Cunha Menezes. No ano seguinte estriou-se a escrever para o Jornal Diário Ilustrado. Em 1875 sofreu um desgosto com o desaparecimento de seu filho. No ano de 1886 é nomeado Par do Reino pelo Rei D. Luís. No ano seguinte foi eleito Presidente da Câmara de Loures cargo que ocupou entre os anos de 1887 a 1889, tendo sido reeleito no ano 1893 para novo mandato. Entre os anos de 1893 e 1895 foi vereador pelo Partido Republicano à Câmara de Lisboa. No ano de 1899 publicou o 1º.volume dos Brasões da Sala de Sintra, tendo no ano de 1901 publicado o 2º.volume da mesma obra a qual lhe granjeou um enorme prestígio, baseando todas as suas afirmações em fontes fidedignas, sendo os seus artigos e documentos inéditos, publicados na revista Arquivo Histórico Português. No ano de 1903 foi por ele fundado o Arquivo Histórico Português. No ano de 1905 publicou o 3º.volume dos Brasões da Sala de Sintra. Em 1907 aderiu ao Partido Republicano. Entre os anos de 1908 e 1913 desempenhou o cargo de Presidente da Câmara de Lisboa, tendo publicado no ano de 1910 um estudo sobre Críticas e História. Em 1911 é eleito deputado por Lisboa e 1º. Presidente do Parlamento – à Assembleia Nacional Constituinte, cargo este que teve de abandonar para assumir a Presidência do Senado. Neste mesmo ano foi indigitado para 1º. Presidente da República, que de imediato recusou, aludindo às lutas internas partidárias que envolveram o seu nome em campanhas injuriosas. Também neste ano tornou-se sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa. No ano de 1912 foi Presidente da Grande Comissão das Comemorações dos Centenários de Ceuta e Albuquerque. Posteriormente em 1913 foi eleito Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, cargo de grande prestígio, de grande amplitude cultural e social, disputado pelas personagens mais proeminentes da sociedade de então. No ano de 1914 tornou-se sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, e no ano seguinte foi nomeado Director dos Portugalie Monumenta Histórica. Também exerceu o cargo de Vice-Presidente da 2ª. Classe da Academia das Ciências de Lisboa. Em 1917 foi eleito Presidente da 2ª. Classe da Academia das Ciências de Lisboa. No ano seguinte tornou-se sócio da Royal Historical Society of England, e ascende à Presidência da Academia das Ciências de Lisboa. Foi um grande coleccionador de arte, deixando um vasto património em quadros, e também um bibliófilo de nomeada, deixando um legado de cerca de dez mil livros, tendo doado o seu vasto e riquíssimo património à cidade de Santarém. A casa onde viveu é hoje a Biblioteca Municipal de Santarém., Deixou as seguintes obras: 01)- O Conde de Vila Franca e a Inquisição (1899); 02)- As Sepulturas do Espinheiro (1901); 03)- Em volta de uma carta de Garcia de Resende (1905); 04)- A honra de Resende (1906); 05)- Amarrado ao pelourinho (1907); 06)- Ementa da Casa da Índia (1907); 07)- Crítica e história; estudos (1910); 08)- Um aventureiro na empresa de Ceuta (1913); 09)- Gil Vicente, poeta e ourives (1914); 10)- Expedições e armadas nos anos de 1488 e 1489 (1915). 11)- Maria Brandoa, a do Crisfal (1916); 12)- Nos Centenários de Ceuta e Albuquerque – discursos (1916); 13)- Condados de Moncorvo e da Feira: ousada falsificação de documentos (1919); 14)- Almirantado do mar da Índia, data da sua criação (1920); 15)- Ida da Imperiatriz D. Isabel para Castela (1920); 16)- A Censura e o Cancioneiro Geral (1921); Armaria portuguesa (1989); 17)- Brasões da Sala de Sintra, vários volumes (1919), etc… Além deste riquíssimo espólio que nos deixou, colaborou também noutras obras de igual valor. Braamcamp Freire faleceu na cidade de Lisboa em 21 de Dezembro de 1921.
FIM
Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira “Braamcamp Freire”; wikipedia.org/wiki/Anselmo Braamcamp Freire; fias/f.
Óbidos, Setembro de 2010.
FIM
Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira “Braamcamp Freire”; wikipedia.org/wiki/Anselmo Braamcamp Freire; fias/f.
Óbidos, Setembro de 2010.
Publicado no Jornal das Caldas em 03-11-2010
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