quinta-feira, 31 de março de 2011


Artigo 46

Centenário da Implantação da República

(1910-2010)


QUINHENTOS ESCUDOS



Damião de Góis



Chapa 7


O célebre cronista português do século XVI Damião de Góis foi o escolhido para figurar na frente da nota com a chapa 7. O trabalho de chapas e estampagem foi efectuado pela firma inglesa Waterlow & Sons Ltd., de Londres. Foram aplicadas duas estampagens calcográficas na frente da nota sobre fundo duplex em íris. Ainda na frente podem observar-se dois grupos de linhas ondulantes paralelas, gravadas na chapa de aço, de protecção à efígie e à vinheta central. A ilustração da frente da nota é composta por elementos extraídos da Igreja de Santa Cruz de Coimbra, com destaque para a figura de Damião de Góis. O verso da nota é composto por uma estampagem calcográfica, também sobre fundo duplex em íris. No verso da nota está representado o púlpito da Igreja de Santa Cruz de Coimbra e uma cabeça copiada de um medalhão manuelino existente nas colunas do túmulo de D. Afonso Henriques que foi utilizado na marca de água. O papel é de origem inglesa e é produção da firma Portals Ltd. O papel tem como marca de água quando visto à transparência pela frente, no lado esquerdo, a cabeça ornamental de perfil para o centro. Dimensões da nota 156 x 97 mm. Foram emitidas 7 960 000 de notas com a data de 29 de Setembro de 1942. A primeira emissão, 7 de Setembro de 1943 e a última emissão de 26 de Janeiro de 1955. Foram retiradas de circulação em 31 de Maio de 1973. Biografia: Damião de Góis, historiador, humanista e cronista português, foi uma das pessoas mais relevantes do Renascimento em Portugal, era natural de Alenquer onde nasceu a 2 de Fevereiro de 1502. De forte personalidade, foi um dos espíritos mais críticos da sua época. Oriundo de famílias nobres, era filho de Rui Dias de Góis, almoxarife, valido do duque de Aveiro e de sua quarta mulher Isabel Gomes de Limi. No ano de 1512 por morte do seu pai, Damião de Góis passou 10 anos da sua infância na corte de D. Manuel I como moço de câmara. No ano de 1523, foi colocado em Antuérpia como secretário da feitoria portuguesa por incumbência do rei D. João III. Entre os anos de 1528 e 1531, efectuou diversas missões diplomáticas e comerciais pelas principais cidades europeias. No ano de 1533, abandonou os serviços do reino, dedicando-se exclusivamente aos propósitos humanísticos. No ano de 1534, conheceu e tornou-se íntimo do grande humanista holandês Desiderius Eramus, com quem adquiriu enorme experiência e o acompanhou nos seus estudos e escritos. Estudou em Pádua até ao ano de 1538 onde foi contemporâneo de humanistas italianos, como Pietro Bembo e Lazzaro Buonamico. Fixou-se na cidade de Lovaina em Itália, até ao ano de 1544. Damião de Góis foi feito prisioneiro aquando da invasão francesa da Flandres, sendo mais tarde libertado por incumbência do rei D. João III. No ano de 1548 foi nomeado guarda-mor dos Arquivos Reais da Torre do Tombo. Em 1558, foi o cronista escolhido pelo cardeal D. Henrique para escrever a crónica oficial do rei D. Manuel I. No ano de 1567, completou esta obra sendo alvo de acérrimos ataques de algumas famílias nobres, as quais ficaram desagradadas com alguns relatos e conteúdos. Em virtude destes ataques no ano de 1571, Damião de Góis, caíu nas malhas do Santo Ofício (Inquisição), por interferência destas ditas famílias. Foi preso, sujeito ao processo inquisitorial, com a aplicação das sevícias em que o Santo Ofício era useiro e vezeiro em utilizar, para obter a confissão de crimes e não só. No ano de 1572 foi deportado para o Mosteiro da Batalha. Em 1574 abandonado pela família, foi encontrado morto na sua casa em Alenquer, presume-se que brutalmente assassinado. As suas obras em latim e português são históricas: A Crónica do Felicíssimo Rei Dom Emanuel (1566-1567) e a Crónica do Príncipe Dom João (1567). Ao contrário de outros cronistas, e em especial de João de Barros, seu contemporâneo, manteve uma posição neutral nos seus escritos em especial nas crónicas a El-Rei D. Manuel I e a El-Rei D. João III. Faleceu a 30 de Janeiro em Alenquer sendo sepultado na igreja de Santa Maria da Várzea, da mesma vila.

F I M

Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal”. Banco de Portugal. Wikipedia.org.J.wiki/Damião de Góis. Trechos avulsos. História de Portugal Manuel Pinheiro ChagasÓbidos, Maio de 2010.

Publicado no Jornal das Caldas em 30-03-2011

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