sábado, 22 de janeiro de 2011


Artigo 36
Centenário da Implantação da República (1910-2010)
Numária
O Papel-moeda
1910 – 2010

CEM ESCUDOS

Pedro Nunes

Chapa 6

A efígie de Pedro Nunes, matemático, astrónomo português, e um dos maiores cérebros do século XVI, foi a escolhida pelo Banco de Portugal para emoldurar a frente da nota de cem escudos das chapas 6 e 6A. A frente da nota é composta por duas estampagens calcográficas, uma a verde-escuro que engloba a cercadura com trabalho em guilhoché em linhas brancas, escuras e paralelas, que protegem o retrato, e outra a roxo que apresenta a efígie de Pedro Nunes. O verso possui uma estampagem calcográfica, a castanho - escuro, que inclui um trecho do claustro do Mosteiro da Batalha e uma cabeça numismática. Os fundos da frente e verso da nota são impressos em íris, com aplicações de desenho a relevo elaborado na máquina de raiar. O papel é de fabrico inglês, executado por Portals Limited, Laverstoke Mills, Whitchurch, Hampshire, e tem como marca de água, quando visto à transparência pela frente e do lado esquerdo, uma cabeça de perfil para dentro, representando a ilustre personagem de Pedro Nunes. Dimensões da nota 149 x 90 mm. Foram emitidas 60 320 000 notas de chapa 6, com as datas de 28 de Outubro de 1947, 24 de Outubro de 1950, 22 de Junho de 1954 e 25 de Junho de 1957. Primeira emissão, 14 de Junho de 1948 e a última, 26 de Abril de 1963. Foram retiradas de circulação em 31 de Dezembro de 1978, conjuntamente com as notas do mesmo valor da chapa 6 A. Com a chapa 6A, foram emitidas 31 270 000 notas com a data de 19 de Dezembro de 1961. Primeira emissão de 29 de Maio de 1963, e a última emissão de 15 de Abril de 1968. Foram retiradas de circulação em conjunto com as notas da chapa 6, em 31 de Dezembro de 1978.
Biografia:
Pedro Nunes, personalidade ímpar do século XVI, nasceu em Alcácer do Sal no ano de 1502, oriundo segundo consta de famílias judias. Foi um dos maiores vultos científicos do seu tempo, contribuindo com os seus estudos de matemática e cartografia para o desenvolvimento dos descobrimentos portugueses. De entre as várias invenções, a que maior repercussão teve foi o aparelho de medida “O nónio”. “É uma pequena régua que aplicada num instrumento se adapta à escala graduada, junto à qual desliza, permitindo avaliar fracções das divisões marcadas na escala, (graus, minutos e segundos), que possibilita as medidas com elevado rigor, permitindo planear a navegação com um mínimo de margem de erro. É usado actualmente em parquímetros e micrómetros.
No ano de 1522, iniciou os seus estudos, frequentando a Universidade de Salamanca, de onde saiu pelo ano de 1525, com a formação em artes. Em 1523, casou com D. Guiomar Aires; deste casamento provêm dois filhos de nome (Apolónio e Pedro), e quatro filhas de nome Briolanja, Francisca, Isabel e Guiomar. No ano de 1525 cursou na Universidade de Lisboa os cursos de filosofia e matemática. No ano de 1529 foi nomeado “Cosmógrafo Real”. O rei D. João III no ano de 1531, encarregou-o da educação dos seus irmãos mais novos. No ano de 1537, fez a tradução e comentou o Tratado sobre a Esfera, acerca da teoria do Sol e da Lua. No ano de 1537 fez um trabalho com o nome de “Tratado em defesa da carta de marear) e o “Tratado sobre certas dúvidas da navegação”. No ano de 1542 publicou “De Crepusculis”, (Sobre o Crepúsculo), a obra cientifica que mais reputação lhe granjeou. Em 1544 foi encarregado de organizar e leccionar a cadeira de matemática e de astronomia na Universidade de Coimbra, programadas para a instrução de navegar. É nomeado “Cosmógrafo - mor”, no ano de 1547, cargo que exerceu até à sua morte. No ano de 1548 é feito cavaleiro com hábito de Nosso Senhor Jesus Cristo. No ano de 1568, por incumbência do Rei D. Sebastião, procedeu à reforma dos Pesos e Medidas do Reino.
No ano de 1577, devido aos seus conhecimentos de matemática, astrologia, e em especial à sua projecção na Europa como inventor, tradutor, comentador e professor de nomeada, foi convidado pelo papa Gregório XIII para se pronunciar sobre o projecto do calendário anual e proceder às rectificações ao calendário juliano uma vez que que no decurso de séculos, a diferença entre o ano solar e o calendário juliano, foi aumentando, ao ponto de a diferença por essa altura se cifrar em 10 dias sendo urgente corrigi-las. Este novo calendário ficou conhecido como o “Calendário Gregoriano”.
Obras traduzidas e comentadas: 1- Tratado sobre a Esfera acerca da teoria do Sol e da Lua; II- Tratado da Esfera; III- Geografia. Trabalhos originais: l- Tratado em defesa da carta de marear; II- Tratado sobre certas dúvidas de navegação; III- O Crepúsculo; IV- Erros de Orontii Finei; V- A arte de navegar; VI- Livro de álgebra em Aritmética a Geometria. Faleceu na Coimbra a 11 de Agosto de 1578.

F I M
Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal”. Banco de Portugal. Wikipedia. Trechos avulsos.
Óbidos, Março de 2010.
Publicado no Jornal das Caldas em 19-01-2011

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