quarta-feira, 16 de setembro de 2009


Artigo 09
Centenário da Implantação da República

Numária
O Papel-moeda (1910-2010)





CINCO ESCUDOS






A última nota de (Cinco escudos) emitida pelo Banco de Portugal, tem como ilustração na sua frente a imagem de D. Álvaro Vaz de Almada, brilhante cavaleiro do século XV.
Características: As chapas e estampagens foram executadas nas oficinas de Waterlow & Sons Ltd., de Londres. Na frente os desenhos são estampados por processo calcográfico; o fundo de técnica tipográfica é constituído por desenhos geométricos e linhas oblíquas paralelas a duas cores, amarelo e lilás, tendo como figura central a imagem de Álvaro Vaz de Almada. O verso é estampado calcograficamente, a azul-escuro, sobre fundo esverdeado, de pontos e linhas oblíquas paralelas. A figura central é composta pelo escudo nacional assente sobre a esfera armilar ladeada de vergônteas de oliveira. Dimensão da nota é de 140x82 mm. Foram emitidas 11 999 999 notas com a data de 13-01-1925. A primeira emissão é datada de 21-05-1929 e a última de 05-05-1932, sendo retirada de circulação em 31-12-1933.
Mas quem foi este notável cavaleiro?
- Álvaro Vaz de Almada, nasceu no ano de 1390, e faleceu no dia 20-05-1449. Foi um cavaleiro de nomeada distinguindo-se superiormente nas suas acções, o que lhe granjeou a concessão de altas condecorações e títulos.
- Foi o primeiro conde de Abranches, à portuguesa, (Avranches no original francês), como se reconhece na carta do título nobiliárquico criado pelo Rei Henrique VI de Inglaterra em 04-05-1445, em favor de D. Álvaro. Segundo Fernandes Mendes no “Portugal História – Dinastia de Aviz”, este D. Álvaro Vaz de Almada, com tal bravura se bateu pelos britânicos contra os franceses, na Guerra dos 100 anos pela posse das suas terras na Normandia, que o rei o fez nomear Cavaleiro da Ordem da Jarreteira; “trata-se de uma ordem militar que foi criada por Eduardo III de Inglaterra, considerada a mais importante comenda do sistema honorífico do Reino Unido”, com o fim de realçar os enormes esforços de guerra, nas diversas cruzadas para a conquista da Terra Santa.
Segundo o mito, foi um dos “Doze de Inglaterra”; cavaleiros portugueses, que responderam ao pedido solicitado pelas damas, (entre eles o D. Álvaro Vaz de Almada) para que estes tomassem a defesa da sua honra, batendo-se em torneio contra os cavaleiros britânicos, pois estes, tinham-nas ofendido e ultrajado, segundo consta, pelas duvidosas condutas sociais, saindo estes derrotados no torneio.
- É o último a usar o título medieval de Rico – Homem em Portugal, tendo exercido o cargo de Capitão - Mor de Lisboa.
- Foi um fiel seguidor das ideias do infante D. Pedro, especialmente, quando este era alvo de constantes ataques e afrontas que lhe eram dirigidas pelos seus adversários, querendo denegrir a sua imagem; não podendo tolerar mais estas agressividades e afrontas, e querendo demonstrar a rectidão das suas atitudes e procedimentos, marcham para sul partindo de Coimbra, onde mais adiante se deparam com as tropas do rei D. Afonso V, tendo-se travado uma batalha, ficando conhecida pela batalha de Alfarrobeira, onde ambos faleceram em 20-05-1449.
- D. Álvaro Vaz de Almada foi casado primeiramente com Isabel da Cunha, e depois com Catarina de Castro, donde proveio uma geração de seis filhos:
- D. João de Abranches; - Dona Isabel da Cunha; - Dona Leonor da Cunha; - Dona Violante da Cunha; - Dona Brites da Cunha; e D. Fernando de Almada, 2º.e último conde Abranches, casado com Dona Constança de Noronha.


Obra consultada – “O papel-moeda em Portugal” – Banco de Portugal. Trechos avulsos.
Óbidos, 15 de Julho de 2009

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