Numismática
MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO
54ª. Moeda
Bicentenário das Linhas de Torres
200 Anos das Guerras Peninsulares
2,50 Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta no centro do campo
o escudo nacional assente sobre a esfera armilar, ladeado de cada lado por um
conjunto de bombardas e o valor facial da moeda "2,50 euro". Junto à
orla superior, a legenda "República Portuguesa 2010".
Rev: Apresenta no campo central a
figura de um oficial e de uma peça de artilharia que se sobrepõem a um diagrama
das linhas de Torres, onde se encontram assinaladas as localidades de Pêro Negro
e Torres Vedras. Junto à orla superior apresenta a legenda "Bicentenário
das Linhas de Torres".
Autor: João José de Brito.
Moedas
de cuproníquel com acabamento normal:
Valor
facial 2,50 Euro; Cn; Dia 28 mm; Peso 10 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 120.000
exemplares.
Moedas
de Prata proof:
Valor
facial 2,50 Euro; Ag: 925/1000 de toque; Dia 28 mm; Peso 12 g.; Bordo serrilhado.
Cunhagem de 5.000 exemplares.
Descrição
das Linhas de Torres Vedras
As Linhas de Torres Vedras, ou
simplesmente Linhas de Torres, são um conjunto de fortificações e outros trabalhos defensivos
situados na região de Lisboa. No contexto da Guerra
Peninsular, foram concebidas com a finalidade de impedir um exército
invasor de atingir a capital do Reino
de Portugal ou, em caso de derrota, permitir o embarque, em segurança, do Exército Britânico em retirada. A ordem para a
sua construção foi dada em Outubro de 1809 por Arthur Wellesley, então
comandante do exército anglo-luso. Na Terceira Invasão Francesa, as Linhas de
Torres Vedras impediram o exército de André Massena de atingir Lisboa e acabaram por
provocar a sua retirada de Portugal.
A norte do Tejo foram, portanto, organizadas três
linhas defensivas. Não se tratava de uma barreira contínua como a Muralha de Adriano ou a Grande Muralha da China. Era, antes, um
misto de obras defensivas e de formações naturais do terreno. Ao todo eram 153
fortificações que, estando completamente guarnecidas, implicavam a utilização
de 39.475 homens e 628 bocas de fogo de artilharia.
Este conjunto de três linhas estava dividido em 8 distritos, cada um com o seu
comando militar :
A Primeira Linha era guarnecida por 18
683 homens e 319 bocas de fogo e estava dividida em quatro distritos:
1º. Distrito -
Tinha uma guarnição de 6 280 homens e 96 bocas de fogo de artilharia. Este
distrito partia desde uma linha assente sobre o rio Tejo, que atravessa a
planície de Alhandra, até ao Moinho do Céu, por cima da estrada da Arruda.
2º. Distrito -
Tinha uma guarnição de 3 090 homens e 55 bocas de fogo de artilharia. Este
distrito compreendia o forte do Passo, na escarpa rochosa por cima da estrada
da Arruda, até ao forte avançado, à direita da estrada que segue para o Sobral
de Monte Agraço.
3º. Distrito -
Tinha uma guarnição de 1 900 homens e 24 bocas de fogo de artilharia. Este
distrito partia da Patameira até perto de Enxara do Bispo.
4º. Distrito -
Tinha uma guarnição de 7 413 homens e 144 bocas de fogo. Este distrito ia desde
o Forte Novo da Ordasqueira, por cima da localidade de Matacães, para defender
a estrada de Runa, até à foz do rio Sizandro.
A Segunda
Linha era guarnecida por 15.442 homens e 215 bocas de fogo. Estava dividida
em três distritos:
1º. Distrito - Tinha
uma guarnição de 3 502 homens e 72 bocas de fogo de artilharia. Este distrito
expandia-se desde o reduto do Salgado na margem do Tejo, à direita da posição
de Vialonga, até ao reduto na Serra da Ajuda.
Distrito nº 2 - Tinha uma guarnição de
5 640 homens e 73 bocas de fogo de artilharia. Este distrito localizava-se no
desfiladeiro do Freixial, até ao reduto na estrada de Mafra, Casal do Conto. ´
Distrito nº 3 - Tinha uma guarnição de 6 300 homens e 70 bocas de
fogo de artilharia, ocupando o Casal da Pedra, no desfiladeiro de Mafra, até ao
reduto de S. Julião, junto à costa atlântica, a sul da Ericeira.
Distrito único - Era composta pela guarnição de 5 350
homens e 94 bocas de fogo de artilharia. Esta distrito ia desde a fortificação
principal "Alto do Algueirão", até à linha que se estende para a
direita do forte das Maias.
As duas
primeiras linhas estavam, assim, concebidas para barrar os quatro eixos
definidos pelas quatro estradas que as atravessavam e por onde poderiam avançar
as tropas francesas: Torres Vedras - Mafra, Torres Vedras - Montachique, Sobral - Bucelas e a
estrada ao longo da margem do Tejo, passando por Alhandra. Fora destes itinerários,
tornava-se impossível, em muitas extensões de terreno, a passagem da artilharia
e de carros de apoio, ou mesmo da cavalaria.
Os trabalhos foram
cuidadosamente localizados de forma a tirar vantagem do terreno rochoso, muito
irregular e, por vezes, constituindo só por si um obstáculo. Os redutos
variavam em tamanho e forma, de acordo com a importância que era dada à sua
utilização e à morfologia do terreno em que se situavam. Esta adequação ao
terreno mostra uma extraordinária adaptabilidade por parte dos engenheiros
britânicos.
As estradas que
conduziam às linhas e as que estavam traçadas paralelamente a estas, foram
destruídas, assim como as pontes que nelas se situavam. Todos os vales e
passagens foram bloqueados com represas, muros de pedra. Em algumas colinas, a
aproximação já íngreme foi transformada, tornando-se quase vertical, pela
remoção de muitas centenas de toneladas de terra. Muitas colinas ficaram com o
seu perfil alterado.
Para facilitar
os movimentos das tropas e as comunicações laterais foram construídas estradas nalgumas
encostas, protegidas da vista do inimigo. Estas estradas permitiam o rápido
movimento de forças e dos abastecimentos entre qualquer ponto das linhas, do
Tejo ao Atlântico. A transmissão de mensagens estava também assegurada por um
conjunto de estações que permitia enviar informação, entre qualquer ponto das
linhas e o quartel general de Wellington, num curto espaço de tempo.
Fontes: pt.wikipedia.org/wiki/Linhas_de_Torres_Vedras;
I.N.C.M.; colecção particular do autor.
F I M
Publicado no Jornal das Caldas em 01 de Abril 2015
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