Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
55ª. Moeda
Tesouros Numismáticos
“O Justo de D. João II”
5 Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta no centro do campo
o novo escudo, tornando as quinas pendentes e fixando em sete o numero de
castelos o qual quis simbolizar na Europa um novo Portugal, poderoso e próspero. Na parte exterior junto à orla e envolvendo
toda a moeda, a legenda "República Portuguesa : 2010 + 5 €".
Rev: Apresenta no campo central a
figura do monarca sentado de frente no trono, simbolizando a concentração de
todo o seu poder, orlado pela legenda "IVSTVS:VT:DALMA.FLOREBIT".
Autor: José Viriato.
Moedas
de Cuproníquel com acabamento normal:
Valor
facial 5 Euro; Dia. 30 mm; Peso 14 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 150.000
exemplares.
Moedas
de Ouro proof:
Valor
facial 5 Euro; Au: 999/1000 de toque; Dia. 30 mm; Peso 15,55 g.; Bordo
serrilhado. Cunhagem de 2.500 exemplares.
D. João II de Portugal nasceu no Paço das Alcáçovas, no Castelo de São Jorge. Era filho do rei D. Afonso V de Portugal e de Isabel de Coimbra,
princesa de Portugal. D. João II sucedeu ao seu pai após a sua morte no ano de 1481. Como príncipe, D. João
II acompanhou o seu pai nas campanhas em África e aí foi armado cavaleiro pelo
seu pai, depois da tomada de Arzila,
a 21 de Agosto
de 1471.
No início desse ano, a 22 de Janeiro, em Setúbal,
casou com D. Leonor de Viseu, princesa
de Portugal e sua prima direita, filha do infante D. Fernando. Fruto desta união, nasceu em 1475 o infante D. Afonso. Em 1474 assumiu a direcção da
política da expansão enquanto o seu pai travava luta com os castelhanos e, a 25 de Abril
do ano seguinte,
assumiu a regência do reino que, por ir socorrer o pai a Espanha,
passara para o encargo de D. Leonor. Participou, na célebre batalha de
Toro.
Dom
João II de Portugal sucedeu ao seu pai após a sua abdicação. Concentrou então o
poder em si, retirando-o à aristocracia. Nas conspirações que se seguiram,
suprimiu o poder da casa de Bragança e apunhalou pelas suas
próprias mãos o seu primo Diogo, Duque de Viseu. Governando desde
então sem oposição, D. João II foi um grande defensor da política de exploração
atlântica, dando prioridade à busca de um caminho marítimo para a Índia. Após
ordenar as viagens de Bartolomeu Dias e de Pêro da Covilhã, foi D. João II que delineou o
projecto da primeira viagem.
Nesta altura iniciaram-se conspirações, mas o rei
adoptou uma posição de mero observador. Cartas de reclamação e pedidos de
intervenção foram trocadas entre o duque de Bragança e os reis
católicos de Espanha. O escrivão da sua Fazenda em Vila Viçosa
e um mensageiro entregaram ao rei correspondência comprometedora com os Reis
Católicos em 1483.
Foi o próprio monarca quem prendeu o duque de Bragança, no fim de uma conversa
a sós, em Évora.
Foi julgado ao longo de 22 dias, numa sala à volta de uma mesa onde se
encontravam juízes, fidalgos e
cavaleiros, com o rei sentado no topo e, em algumas sessões, com o réu a seu
lado. A votação, iniciada com um discurso do monarca, consumiu dois dias e
terminou com a condenação do duque à morte. No dia seguinte, 20 de Junho
de 1483, o duque foi executado "degolado" na praça de Évora, diante
do povo.
No ano seguinte, o duque de
Viseu, D. Diogo, primo e cunhado de João II
(irmão da rainha D. Leonor), concebeu um plano para apunhalar o soberano na
praia, em Setúbal.
Um dos envolvidos avisou o monarca, inviabilizando o plano dos conspiradores.
Mandou então chamar ao palácio o duque e apunhalou-o pessoalmente. Depois de
eliminar o cunhado, o rei enviou dois emissários à mãe do duque, comunicando o
ocorrido. Chamou ainda um irmão do falecido, D. Manuel, e explicou-lhe que
tinha esfaqueado o duque porque ele "o quisera matar",
prometendo-lhe que, se o príncipe D. Afonso viesse a falecer, e não tivesse
mais nenhum filho legítimo, ficaria ele, D. Manuel, como herdeiro de todos os
seus reinos e senhorios.
No Natal de 1489, o rei D. João II enviou uma
carta aos Corregedores de Justiça, Vereadores e Procuradores que ficaria para a
história do reino e da numismática. O seu objectivo resume-se em duas palavras:
fama e respeito. Pretendia alcançá-lo com uma moeda de ouro "de peso de
dois cruzados cada peça e daquele mesmo toque e fineza e que tenha nome de "Justos"
e por cunho de uma parte o escudo de nossas armas com a coroa em cima dele e da
outra parte de nós armado." Nasceu assim o "Justo", uma moeda de
prestígio "nobre e rica", batida em pequenas quantidade e destinada a
projectar o poder do rei e de Portugal. São raros os exemplares que chegaram
até aos nossos dias e foi só em 1999 que se descobriu um "Justo".
Fontes: pt.wikipedia.org/wiki/João_II_de_Portugal;
http://arlloufill.com/pages/o-justo#sthash.2tAftQu1.dpuf; I.N.C.M.;
colecção particular do autor.
Publicado no Jornal das Caldas em 8 de Abril de 2015
FIM
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