quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

18ª. Moeda
Série Portugal Universal
“D. Afonso Henriques”
¼ de Euro
         
Características da moeda


Anv: Apresenta no centro do campo o escudo das armas nacionais, sobre a esfera armilar, e o valor facial da moeda em duas linhas “1/4 euro”, e ocupando ¾ da orla a legenda “República Portuguesa”.

Rev: Apresenta no campo central a figura estilizada do Rei empunhando a espada em riste e o elmo com a cruz de cristo, sobre o lado esquerdo a era em duas linhas “1109 – 1185”, orlada pela legenda “D. Afonso Henriques . 2006”. 
Autor: Raul de Sousa Machado.

Moeda de Ouro com acabamento Flor do Cunho: Valor facial 1/4 Euro; Au: 999/1000 de toque; Dia 14 mm; Peso 1,56 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 30.000 exemplares.

Resenha Histórica
 D. Afonso I de Portugal, mais conhecido por D. Afonso Henriques nasceu em Guimarães, Coimbra ou Viseu, não se sabendo exactamente em qual destas localidades no ano de 1109 e faleceu em Coimbra a 6 de Dezembro de 1185. Foi o fundador do Reino de Portugal e o seu primeiro rei, com o cognome O Conquistador, O Fundador ou O Grande pela fundação do reino e pelas muitas conquistas. Era filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Leão, condes de Portucale, condado vassalo do reino de Leão. Após a morte de seu pai, Afonso tomou uma posição política oposta à da mãe, que se tinha aliado a um nobre galego, de nome Fernão Peres de Trava. Pretendendo assegurar o domínio do condado armou-se cavaleiro após vencer a sua mãe na batalha de S. Mamede no ano de 1128, assumindo a liderança do Condado Portucalense. Concentrou então os esforços em obter o reconhecimento como reino. Em 1139, depois da vitória na batalha de Ourique contra um contingente mouro, D. Afonso Henriques proclamou-se rei de Portugal com o apoio das suas tropas. O Tratado de Zamora que tornou o Condado Portucalense independente do Reino de Leão. A independência portuguesa foi reconhecida, em 1179, pelo papa Alexandre III, através da bula Manifestis Probatum, adquirindo D. Afonso Henriques o título de rei. Com o apoio de cruzados do norte da Europa, conquistou Lisboa em 1147. Com a pacificação interna, prosseguiu as conquistas aos mouros, empurrando as fronteiras para sul, desde Leiria ao Alentejo, aumentando em muito o seu território. Os muçulmanos, em sinal de respeito, apelidaram-no de Ibn-Arrik «filho de Henrique».
Afonso Henriques era filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa, infanta de Leão, como acima se refere, esta, filha ilegítima do rei Afonso VI de Leão e Castela a quem Afonso VI doou o Condado de Portucale pelo casamento. Foram já defendidas diversas datas e locais para o nascimento do primeiro rei de Portugal, como o ano de 1106 ou de 1111 (hipótese avançada por Alexandre Herculano após a sua leitura da "Crónica dos Godos”). Tradicionalmente, acredita-se que terá nascido e sido criado em Guimarães onde viveu até ao ano de 1128; Outros autores, ainda, referem Coimbra como local provável para o seu nascimento.
Em 1120, D. Afonso Henriques, sob a direcção do arcebispo de Braga D. Paio Mendes, tomou uma posição política oposta à da mãe (que apoiava o partido de Peres de Trava que pretendia tomar a soberania do Condado). O arcebispo, forçado a emigrar, levou consigo o infante que em 1122 se armou cavaleiro em Tui ou, segundo outras fontes, em Zamora.
Restabelecida a paz, voltaram ao condado. Entretanto, novos incidentes provocaram a invasão do Condado Portucalense por Afonso VII de Leão e Castela que, em 1127, cercou Guimarães, onde se encontrava Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste pelo seu aio Egas Moniz, Afonso VII desistiu de conquistar a cidade.
Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de Teresa de Leão e Fernão Peres de Trava defrontaram-se com as de Afonso Henriques na batalha de São Mamede, tendo as tropas do infante saído vitoriosas – o que consagrou a sua autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado. Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques autoproclamou-se rei de Portugal, com o apoio das suas tropas. Segundo a tradição, a independência foi confirmada mais tarde, nas célebres cortes de Lamego quando recebeu a coroa de Portugal do arcebispo de Braga, D. João Peculiar. Em 1140 Afonso assina pela primeira vez "Ego Alfonsus portugalensium Rex".
O reconhecimento do Reino de Leão e de Castela chegou em 1143, com o tratado de Zamora. Desde então, D. Afonso Henriques procurou consolidar a independência por si declarada. Fez importantes doações à Igreja e fundou diversos conventos.
Procurou também conquistar terreno a sul, povoado então por mouros: Leiria em 1135 (1145, conquista final) usando a técnica de assalto; Santarém em 1146 (1147, conquista final), também utilizando a técnica de assalto; Lisboa (onde utilizou o cerco como táctica de conquista, graças à ajuda dos cruzados), Almada e Palmela em 1147, Alcácer em 1160 e depois quase todo o Alentejo, que posteriormente seria recuperado pelos mouros, pouco antes de D. Afonso falecer (em 1185).
Em 1179 o Papa Alexandre III reconheceu Portugal como país independente e vassalo da Igreja, através da bula Manifestis Probatum.
De 1166 a 1168, D. Afonso Henriques apoderou-se de várias praças pertencentes à coroa leonesa, a qual estava a repovoar Ciudad Rodrigo, e D. Afonso, suspeitando que o seu genro estava a fortificar a cidade para o atacar, enviou um exército comandado pelo seu filho, o infante D. Sancho, contra aquela praça. O rei leonês foi em auxílio da cidade ameaçada e derrotou as tropas portuguesas, fazendo um grande número de prisioneiros.
Em resposta, D. Afonso Henriques entrou pela Galiza, tomou Tui e vários outros castelos, e em 1169 atacou Cáceres, depois voltou-se contra Badajoz na posse dos sarracenos, mas que era pertença do reino de Leão, conforme o acordado no Tratado de Sahagún assinado entre aquele reino e Castela.
Não obstante, sem respeitar estas convenções nem os laços de parentesco que o uniam a Fernando, o rei português cercou Badajoz para a conquistar para Portugal. Quando os muçulmanos já estavam cercados na alcáçova, Fernando de Leão apresentou-se com as suas hostes e atacou D. Afonso nas ruas da cidade. Percebendo a impossibilidade de manter a luta, D. Afonso Henriques terá tentado fugir a cavalo, mas ao passar pelas portas ter-se-à ferido numa das coxas contra um dos ferros que a guarneciam. Fernando tratou o seu sogro prisioneiro com nobreza e generosidade, chamando os seus melhores médicos para o tratar.
Esta campanha teve como resultado um Tratado de Paz entre ambos os reinos, assinado em Pontevedra, em virtude do qual D. Afonso foi libertado, com a única condição de devolver a Fernando cidades (da Estremadura espanhola) tais como Cáceres, Badajoz, Trujillo, Santa Cruz, Monfrague e Montánchez, que havia conquistado a Leão. Estabeleciam-se assim as Fronteiras de Portugal com Leão e a Galiza. E mais tarde, quando os muçulmanos sitiaram Santarém, o leonês auxiliou imediatamente o rei português.
Após ao derrota de Badajoz, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou. A partir daí, dedicou-se à administração dos territórios com a regência do seu filho D. Sancho. Procurou fixar a população, promoveu o municipalismo e concedeu forais. Contou com a ajuda da ordem religiosa dos cistercienses para o desenvolvimento da economia predominantemente agrária.
Uma das principais iniciativas do reinado de D. Afonso Henriques foi o diálogo que este encetou com os judeus, encontrando-se estes muito bem organizados num sistema muito fechado, representado politicamente pelo grão rabino, sendo a sua nomeação efectuda pelo rei. O grão-rabino Yahia Bem Yahia foi mesmo escolhido para ministro das Finanças de Afonso Henriques, responsável pela colecta de impostos no reino. Com esta escolha teve início uma tradição de escolher judeus para a área financeira e de manter um bom entendimento com as comunidades judaicas que foi seguida por seus sucessores.
Deixou-nos como legado:
1-      A fundação da nacionalidade, devidamente reconhecida pelo Papa e outros reinos da Europa:
2-      A pacificação do reino e o alargamento do território para sul do Condado Portucalense através das conquistas feitas aos mouros.
3-      A fundação do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra.
D. Afonso Henriques casou com D. Mafalda de Sabóia, da qual adveio a seguinte descendência:
1- D. Henrique; 2- D. Urraca; 3- D. Teresa; 4- D. Mafalda; 5- D. Sancho I; 6- D. João e 7- D. Sancha.
A par deste casamento, também teve uma larga prole de filhos ilegítimos de Chamôa Gomes, Elvira Gualter, e outras. 

Créditos: pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_I_de_Portugal‎; Pt.wikipedia.org/wiki/História_de_Portugal_de_Alexandre_Herculano‎; Históri de Portugal da autoria de  Manuel Pinheiro Chagas;Documentação avulsa da I.N.C.M; Colecção particular do autor.
Óbidos, 6 de Outubro de 2013
F I M
Publicado no Jornal das Caldas em 13-11-2013

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