Numismática
18ª. Moeda
Série Portugal Universal
“D. Afonso Henriques”
¼ de Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta no centro do campo
o escudo das armas nacionais, sobre a esfera armilar, e o valor facial da moeda
em duas linhas “1/4 euro”, e ocupando ¾ da orla a legenda “República
Portuguesa”.
Rev: Apresenta no campo central a
figura estilizada do Rei empunhando a espada em riste e o elmo com a cruz de cristo,
sobre o lado esquerdo a era em duas linhas “1109 – 1185”, orlada pela legenda “D.
Afonso Henriques . 2006”.
Autor: Raul de Sousa
Machado.
Moeda de Ouro com acabamento Flor do Cunho: Valor facial 1/4 Euro; Au: 999/1000 de
toque; Dia 14 mm; Peso 1,56 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 30.000 exemplares.
Resenha Histórica
Afonso Henriques era filho de D. Henrique de
Borgonha e de D. Teresa, infanta de Leão, como acima se refere, esta, filha
ilegítima do rei Afonso VI de Leão e Castela a quem Afonso VI doou o Condado de
Portucale pelo casamento. Foram já defendidas diversas datas e locais para o
nascimento do primeiro rei de Portugal, como o ano de 1106 ou de 1111 (hipótese
avançada por Alexandre Herculano após a sua leitura da "Crónica dos Godos”).
Tradicionalmente, acredita-se que terá nascido e sido criado em Guimarães onde
viveu até ao ano de 1128; Outros autores, ainda, referem Coimbra
como local provável para o seu nascimento.
Em 1120, D. Afonso Henriques, sob a direcção do arcebispo
de Braga D. Paio Mendes, tomou uma posição política oposta à da mãe (que
apoiava o partido de Peres de Trava que pretendia tomar a soberania do Condado).
O arcebispo, forçado a emigrar, levou consigo o infante que em 1122 se armou cavaleiro
em Tui ou, segundo outras fontes, em Zamora.
Restabelecida a paz, voltaram ao condado.
Entretanto, novos incidentes provocaram a invasão do Condado Portucalense por Afonso
VII de Leão e Castela que, em 1127, cercou Guimarães, onde se encontrava Afonso
Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste pelo seu aio Egas Moniz, Afonso
VII desistiu de conquistar a cidade.
Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de Teresa
de Leão e Fernão Peres de Trava defrontaram-se com as de Afonso Henriques na batalha
de São Mamede, tendo as tropas do infante saído vitoriosas – o que consagrou a
sua autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado.
Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte
contingente mouro, D. Afonso Henriques autoproclamou-se rei de Portugal, com o
apoio das suas tropas. Segundo a tradição, a independência foi confirmada mais
tarde, nas célebres cortes de Lamego quando recebeu a coroa de Portugal do
arcebispo de Braga, D. João Peculiar. Em 1140 Afonso assina pela primeira vez
"Ego Alfonsus portugalensium Rex".
O reconhecimento do Reino de Leão e de Castela chegou
em 1143, com o tratado de Zamora. Desde então, D. Afonso Henriques procurou
consolidar a independência por si declarada. Fez importantes doações à Igreja e
fundou diversos conventos.
Em 1179 o Papa Alexandre III reconheceu Portugal
como país independente e vassalo da Igreja, através da bula Manifestis Probatum.
De 1166 a 1168, D. Afonso Henriques apoderou-se
de várias praças pertencentes à coroa leonesa, a qual estava a repovoar Ciudad
Rodrigo, e D. Afonso, suspeitando que o seu genro estava a fortificar a cidade
para o atacar, enviou um exército comandado pelo seu filho, o infante D. Sancho,
contra aquela praça. O rei leonês foi em auxílio da cidade ameaçada e derrotou
as tropas portuguesas, fazendo um grande número de prisioneiros.
Em resposta, D. Afonso Henriques entrou pela Galiza,
tomou Tui e vários outros castelos, e em 1169 atacou Cáceres, depois voltou-se
contra Badajoz na posse dos sarracenos, mas que era pertença do reino de Leão,
conforme o acordado no Tratado de Sahagún assinado entre aquele reino e Castela.
Não obstante, sem respeitar estas convenções nem
os laços de parentesco que o uniam a Fernando, o rei português cercou Badajoz para
a conquistar para Portugal. Quando os muçulmanos já estavam cercados na alcáçova,
Fernando de Leão apresentou-se com as suas hostes e atacou D. Afonso nas ruas
da cidade. Percebendo a impossibilidade de manter a luta, D. Afonso Henriques terá
tentado fugir a cavalo, mas ao passar pelas portas ter-se-à ferido numa das coxas
contra um dos ferros que a guarneciam. Fernando tratou o seu sogro prisioneiro
com nobreza e generosidade, chamando os seus melhores médicos para o tratar.
Esta campanha teve como resultado um Tratado de Paz
entre ambos os reinos, assinado em Pontevedra, em virtude do qual D. Afonso foi
libertado, com a única condição de devolver a Fernando cidades (da Estremadura
espanhola) tais como Cáceres, Badajoz, Trujillo, Santa Cruz, Monfrague e Montánchez,
que havia conquistado a Leão. Estabeleciam-se assim as Fronteiras de Portugal
com Leão e a Galiza. E mais tarde, quando os muçulmanos sitiaram Santarém, o
leonês auxiliou imediatamente o rei português.
Após ao derrota de Badajoz, a carreira militar de
D. Afonso Henriques praticamente terminou. A partir daí, dedicou-se à administração
dos territórios com a regência do seu filho D. Sancho. Procurou fixar a
população, promoveu o municipalismo e concedeu forais. Contou com a ajuda da ordem
religiosa dos cistercienses para o desenvolvimento da economia
predominantemente agrária.
Uma das principais iniciativas do reinado de D.
Afonso Henriques foi o diálogo que este encetou com os judeus, encontrando-se
estes muito bem organizados num sistema muito fechado, representado
politicamente pelo grão rabino, sendo a sua nomeação efectuda pelo rei. O
grão-rabino Yahia Bem Yahia foi mesmo escolhido para ministro das Finanças de
Afonso Henriques, responsável pela colecta de impostos no reino. Com esta
escolha teve início uma tradição de escolher judeus para a área financeira e de
manter um bom entendimento com as comunidades judaicas que foi seguida por seus
sucessores.
Deixou-nos como legado:
1-
A fundação da nacionalidade, devidamente reconhecida
pelo Papa e outros reinos da Europa:
2-
A pacificação do reino e o alargamento do território
para sul do Condado Portucalense através das conquistas feitas aos mouros.
3-
A fundação do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra.
D. Afonso Henriques casou com D.
Mafalda de Sabóia, da qual adveio a seguinte descendência:
1- D. Henrique; 2- D. Urraca; 3-
D. Teresa; 4- D. Mafalda; 5- D. Sancho I;
6- D. João e 7- D. Sancha.
A par deste casamento, também
teve uma larga prole de filhos ilegítimos de Chamôa Gomes, Elvira Gualter, e
outras.
Créditos: pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_I_de_Portugal; Pt.wikipedia.org/wiki/História_de_Portugal_de_Alexandre_Herculano; Históri de Portugal
da autoria de Manuel Pinheiro Chagas;Documentação
avulsa da I.N.C.M; Colecção
particular do autor.
Óbidos,
6 de Outubro de 2013
F I M
Publicado no Jornal das Caldas em 13-11-2013
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