sábado, 30 de julho de 2016

 
Numismática
2,5 Euro
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
84ª. Moeda
40º. Aniversário do 25 de Abril  
       2 Euro               

 
 
F.C.: Apresenta o desenho europeu comum, utilizado nas moedas de euro destinadas à circulação. N.º2006/C225/05.
 

 
 F.N.:  A moeda apresenta no campo central um cravo estilizado, sobre este a legenda "Portugal", por cima do cravo, o escudo nacional sobre a esfera armilar. Na parte inferior da moeda e a ocupar o espaço da base do cravo e do seu caule, apresentam-se as legendas  "25 de Abril" e "40 Anos 2014". Na coroa exterior da moeda surge uma composição de 12 estrelas, que representam a União Europeia.
Autor: . Luc Luycx e José Teixeira.
Moedas correntes com acabamento normal:
Valor facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%); Dia. 25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 500.000 exemplares.
Moedas B.N.C. (Brilhante Não Circulável)
Valor facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%);  Dia. 25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.
Moedas Proof
Valor facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%);  Dia. 25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.  
 
O Banco de Portugal e a Imprensa Nacional Casa da Moeda, cunharam uma moeda no ano de 2014, relembrando os 40º. Aniversário da Revolução dos Cravos.
Historial  dos acontecimentos do 25 de Abril de 1974
 
Marcelo Caetano dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.  A chamada Primavera Marcelista era sinónimo de ditadura. Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado um país governado por uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente existiam eleições, consideradas fraudulentas pela oposição, desrespeitadas pelo dever de imparcialidade.
Preparação do golpe
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974, é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação. Este documento foi posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março, o governo demitiu os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro - "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março, a última reunião clandestina decidiu o derrube do regime pela força.
Movimentação dos militares durante a Revolução
No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel
da Pontinha, em Lisboa. Pelas 22h 55m foi transmitida a canção "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção "Grândola, Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite  de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo, tomou o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças foram reforçadas por forças vindas de Lamego e Forças do BC9 de Viana do Castelo tomaram o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomaram a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, o que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na
Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.
Cravo
O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974. Logo ao amanhecer o povo começou a juntar-se nas ruas, juntamente com os soldados revoltosos. Entretanto, uma florista que levava cravos para um hotel, terá dado um cravo a um soldado, que o colocou no cano da espingarda. Os outros soldados vendo a rua cheia de floristas imitaram-no, enfiando também cravos vermelhos nos canos das suas armas.

Consequências

No dia seguinte, formou-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares e que precedeu um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 de Abril foram libertados os presos políticos da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1.º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos
anos. Na cidade de Lisboa, reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado pela luta e perseguição politica entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão politica que então se estabelecia para o país. No dia 25 de Abril de 1975, realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia, foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o C.D.S..
Acabada a guerra colonial, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.
Fontes: Diário da República Electrónico - www.dre.pt; INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www.incm.pt; António Miguel Trigueiros, A Grande História do Escudos Português; e colecção particular do autor.
 
Publicado no jornal das Caldas em 27-07-2016
 
FIM


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