Numismática
2,5 Euro
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
84ª. Moeda
40º. Aniversário do 25 de Abril
2 Euro
F.C.:
Apresenta o desenho europeu comum, utilizado nas moedas de euro destinadas à
circulação. N.º2006/C225/05.
F.N.: A
moeda apresenta no campo central um cravo estilizado, sobre este a legenda
"Portugal", por cima do cravo, o escudo nacional sobre a esfera
armilar. Na parte inferior da moeda e a ocupar o espaço da base do cravo e do
seu caule, apresentam-se as legendas
"25 de Abril" e "40 Anos 2014". Na coroa exterior da
moeda surge uma composição de 12 estrelas, que representam a União Europeia.
Autor: . Luc Luycx e José
Teixeira.
Moedas
correntes com acabamento normal:
Valor
facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%); Dia. 25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado.
Cunhagem 500.000 exemplares.
Moedas
B.N.C. (Brilhante Não Circulável)
Valor
facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%); Dia.
25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.
Moedas
Proof
Valor
facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%); Dia.
25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.
O
Banco de Portugal e a Imprensa Nacional Casa da Moeda, cunharam uma moeda no
ano de 2014, relembrando os 40º. Aniversário da Revolução dos Cravos.
Historial dos acontecimentos do 25 de Abril de 1974
Marcelo
Caetano dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974. A chamada Primavera Marcelista era sinónimo de
ditadura. Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado um país
governado por uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores
estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente
existiam eleições, consideradas fraudulentas pela oposição, desrespeitadas pelo
dever de imparcialidade.
Preparação do golpe
A
primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de
Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral
(Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de
1974, é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças
Armadas e a Nação. Este documento foi posto a circular clandestinamente. No dia
14 de Março, o governo demitiu os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de
Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente,
por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No
entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro
ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro - "Portugal e o Futuro",
no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma
solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução
militar. No dia 24 de Março, a última reunião clandestina decidiu o derrube do
regime pela força.
Movimentação dos militares durante a Revolução
No
dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de
Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no
quartel
da
Pontinha, em Lisboa. Pelas 22h 55m foi transmitida a canção "E depois do
Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa,
emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados
pelos golpistas, que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe
de estado. O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção
"Grândola, Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da
Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O
locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos
militares que desenvolveram uma acção concertada. No Norte, uma força do CICA 1
liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo, tomou o Quartel-General da
Região Militar do Porto. Estas forças foram reforçadas por forças vindas de
Lamego e Forças do BC9 de Viana do Castelo tomaram o Aeroporto de Pedras
Rubras. Forças do CIOE tomaram a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o
ministro da Defesa ordenou a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o
Porto, o que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À
Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais
importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de
Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço
foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde,
parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do
governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a
exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte
do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano partiu,
depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.
Cravo
O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974. Logo ao
amanhecer o povo começou a juntar-se nas ruas, juntamente com os soldados revoltosos.
Entretanto, uma florista que levava cravos para um hotel, terá dado um cravo a
um soldado, que o colocou no cano da espingarda. Os outros soldados vendo a rua
cheia de floristas imitaram-no, enfiando também cravos vermelhos nos canos das
suas armas.
Consequências
No dia seguinte, formou-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares e que precedeu um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 de Abril foram libertados os presos políticos da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1.º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos
anos.
Na cidade de Lisboa, reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal
passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido
como PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado pela luta e perseguição
politica entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as
grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas
ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não
partilhavam da mesma visão politica que então se estabelecia para o país. No
dia 25 de Abril de 1975, realizaram-se as primeiras eleições livres, para a
Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos
desta assembleia, foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor
socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A
constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se
apenas o C.D.S..
Acabada
a guerra colonial, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste
tornaram-se independentes.
Fontes:
Diário da República Electrónico - www.dre.pt; INCM - Imprensa Nacional - Casa
da Moeda - www.incm.pt; António Miguel Trigueiros, A Grande História do Escudos
Português; e colecção particular do autor.
Publicado no jornal das Caldas em 27-07-2016
FIM