sábado, 30 de julho de 2016

 
Numismática
2,5 Euro
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
84ª. Moeda
40º. Aniversário do 25 de Abril  
       2 Euro               

 
 
F.C.: Apresenta o desenho europeu comum, utilizado nas moedas de euro destinadas à circulação. N.º2006/C225/05.
 

 
 F.N.:  A moeda apresenta no campo central um cravo estilizado, sobre este a legenda "Portugal", por cima do cravo, o escudo nacional sobre a esfera armilar. Na parte inferior da moeda e a ocupar o espaço da base do cravo e do seu caule, apresentam-se as legendas  "25 de Abril" e "40 Anos 2014". Na coroa exterior da moeda surge uma composição de 12 estrelas, que representam a União Europeia.
Autor: . Luc Luycx e José Teixeira.
Moedas correntes com acabamento normal:
Valor facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%); Dia. 25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 500.000 exemplares.
Moedas B.N.C. (Brilhante Não Circulável)
Valor facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%);  Dia. 25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.
Moedas Proof
Valor facial 2 Euro; (Cu 75%, Ni 25%);  Dia. 25,75 mm; Peso 8,50 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.  
 
O Banco de Portugal e a Imprensa Nacional Casa da Moeda, cunharam uma moeda no ano de 2014, relembrando os 40º. Aniversário da Revolução dos Cravos.
Historial  dos acontecimentos do 25 de Abril de 1974
 
Marcelo Caetano dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.  A chamada Primavera Marcelista era sinónimo de ditadura. Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado um país governado por uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente existiam eleições, consideradas fraudulentas pela oposição, desrespeitadas pelo dever de imparcialidade.
Preparação do golpe
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974, é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação. Este documento foi posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março, o governo demitiu os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro - "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março, a última reunião clandestina decidiu o derrube do regime pela força.
Movimentação dos militares durante a Revolução
No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel
da Pontinha, em Lisboa. Pelas 22h 55m foi transmitida a canção "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção "Grândola, Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite  de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo, tomou o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças foram reforçadas por forças vindas de Lamego e Forças do BC9 de Viana do Castelo tomaram o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomaram a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, o que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na
Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.
Cravo
O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974. Logo ao amanhecer o povo começou a juntar-se nas ruas, juntamente com os soldados revoltosos. Entretanto, uma florista que levava cravos para um hotel, terá dado um cravo a um soldado, que o colocou no cano da espingarda. Os outros soldados vendo a rua cheia de floristas imitaram-no, enfiando também cravos vermelhos nos canos das suas armas.

Consequências

No dia seguinte, formou-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares e que precedeu um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 de Abril foram libertados os presos políticos da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1.º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos
anos. Na cidade de Lisboa, reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado pela luta e perseguição politica entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão politica que então se estabelecia para o país. No dia 25 de Abril de 1975, realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia, foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o C.D.S..
Acabada a guerra colonial, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.
Fontes: Diário da República Electrónico - www.dre.pt; INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www.incm.pt; António Miguel Trigueiros, A Grande História do Escudos Português; e colecção particular do autor.
 
Publicado no jornal das Caldas em 27-07-2016
 
FIM


quinta-feira, 21 de julho de 2016

 
NUMISMÁTICA
MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO
83ª. Moeda
Série Portugal Universal
Fernando Pessoa
1/4 de Euro
Características da moeda:
Anv: Apresenta no centro o escudo nacional que assenta na esfera armilar, um pouco abaixo o valor facial da moeda em duas linhas "1/4 euro". Junto à orla superior apresenta a legenda "República Portuguesa" e, ladeando o valor facial da moeda, uma composição de aves em pleno voo.
Rev: Apresenta no campo central a figura de Fernando Pessoa voltado à esquerda, portando o seu chapéu. Sobre o chapéu representa-se o voo de aves e uma composição marítima. Na orla da esquerda, circundando, 3/4 da moeda, surge a legenda "1888-1935 - Fernando Pessoa 2014".
Valor facial - 1/4 de Euro; Metal - Ouro 999%o; Diâmetro - 14 mm; Peso - 1,56 g; Bordo - Serrilhado; Acabamento - Flor do Cunho; Autor - José João de Brito.
Biografia:
Fernando António Nogueira Pessoa, mais conhecido por Fernando Pessoa, nasceu na cidade de Lisboa, a 13 de Junho de 1888. Era escritor e poeta, dos maiores da língua portuguesa, logo a seguir a Camões, era oriundo de famílias da pequena burguesia, filho de Joaquim de Seabra Pessoa e de sua mulher Maria Madalena Pinheiro Nogueira Pessoa. Fernando Pessoa teve uma infância bastante marcada pelo infortúnio; no ano de 1893 e com apenas 5 anos de idade, perdeu o convívio do pai, por morte deste. Em 1894, viu partir o irmão Jorge. É por este ano que surge o primeiro heterónimo (Chevalier de Pas). Neste ano, o seu futuro padrasto é nomeado cônsul em Durban (África do Sul). A mãe casou-se por procuração com o cônsul João Miguel Rosa. No inicio de ano de 1896, a família partiu para Durban, e no fim desse ano nasce a irmã Henriqueta. A formação e a educação de Pessoa teve origem inglesa, pois a sua juventude foi toda passada na África do Sul. Esta educação proporcionou-lhe um grande contacto com a língua adoptiva, sendo os seus primeiros escritos e estudos expressos em inglês; manteve contacto com a literatura inglesa através de autores de expressão europeia, como; Shakespeare, John Milton, Edgar Allan Poe, Lord Byton, entre outros. No ano de 1897, fez o curso primário. Em 1898 nasceu a segunda irmã, Madalena. No ano seguinte, em 1899, ingressou no Durban High School; criou o pseudónimo “Alexander Search”. Em 1900 ao dobrar do século, a família foi aumentada com o nascimento do irmão Luís Miguel. No ano de 1901 foi aprovado com distinção no exame Cape School High Examination. Sofreu um desgosto com a morte da irmã Madalena. Escreveu o primeiro poema infantil “À Minha Querida Mamã”. Iniciou a composição das primeiras poesias em língua inglesa. No mês de Agosto deste ano a família partiu de viagem para uma visita a Portugal. No ano de 1902, nasceu em Lisboa o seu irmão João Maria. Pessoa deslocou-se à ilha Terceira em visita a familiares, pois sua mãe era oriunda desta ilha; neste mesmo ano deslocou-se também a Tavira e aí entrou em contacto com a família paterna, donde seu pai era oriundo e escreveu o poema “Quando ela passa”. No ano de 1902, a família regressou a Durban. No ano seguinte em 1903, candidatou-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança conseguindo tirar a melhor nota de entre os 900 candidatos, recebendo o “Queen Victoria Memorial Prize” (Prémio Rainha Vitória). No ano seguinte, 1904, nasceu sua irmã Maria Clara. Terminou os estudos em Durban. Aprofundou a sua cultura lendo clássicos ingleses e latinos; escreveu poesia e prosa em língua inglesa, surgindo os heterónimos Charles Robert Anon e H.M.F.Lecher.  Em 1905 decidiu regressar de vez a Portugal, indo viver com a sua avó, continuando a escrever poemas em inglês. No ano de 1906, a mãe e o padrasto regressam a Portugal, indo Pessoa viver com eles. Em Outubro, matriculou-se no Curso Superior de Letras; sofreu mais um desgosto com a morte da irmã Maria Clara. Em 1907, a família regressou à África do Sul - Durban excepto Fernando Pessoa que foi morar com a sua avó. Entretanto desistiu do curso em Agosto, e passado um curto espaço de tempo faleceu a sua avó; esta deixou-lhe em testamento alguns dinheiros que rapidamente aplicou na montagem de uma pequena tipografia, que após alguns meses abriu falência, sendo obrigado a encerrá-la. No ano de 1908, dedicou-se à tradução de correspondência comercial, uma actividade que desempenhou durante toda a sua vida, tendo uma modesta projecção social na vida pública. No ano de 1910, redigiu poesias e prosas nas línguas portuguesa, francesa e inglesa. Neste ano iniciou a actividade de ensaísta e crítico literário com os artigos “Reincidindo…”, A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada” e “A Nova Poesia Portuguesa no seu Aspecto Psicológico”, publicados na revista A Águia. O ano de 1913 foi de intensa produção literária, escreveu “O Marinheiro”. Em 1914, criou os heterónimos Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Bernardo Soares, em que nas próprias palavras deste dizia, “A minha pátria é a língua portuguesa”. Neste ano, escreveu os poemas “O Guardador de Rebanhos” e o ” Livro do Desassossego”. Em 1915, saiu o primeiro número de Orpheu. Em 1916, sofreu mais um grande desgosto com a morte do seu grande amigo Mário de Sá Carneiro. Em 1918 escreveu poemas em inglês que são publicados no jornal “Times”. No ano de 1920, conheceu Ofélia Queiroz, mas devido a problemas de saúde relacionados com uma depressão, rompeu o relacionamento com a mesma. A mãe e os irmãos regressaram a Portugal. Fundou a editora Olisipo, onde publicou poemas em inglês no ano de 1921. Em 1924 surgiu uma nova revista “Atena”, dirigida por Pessoa e Rui Vaz. Um outro desgosto sofreu com a morte de sua mãe em 1925. Dirigiu com um seu cunhado a “Revista de Comércio e Contabilidade”. No ano seguinte passou a colaborar com a revista Presença. Em 1929 voltou a relacionar-se com Ofélia, rompendo o relacionamento no ano de 1931. Publicou em 1934 o livro “Mensagem”, que era composto por poemas dedicados às grandes personagens históricas portuguesas. Foi a única colectânea editada em vida de Fernando Pessoa. Criou vários heterónimos, mas dos que mais se destacaram foram: 1- Bernardo Soares, o autor do Livro do Desassossego, importante obra literária do século XX. Foi considerado um semi-heterónimo, por ter imensas semelhanças com Fernando Pessoa. II- Álvaro de Campos, era a personagem de um engenheiro de origem portuguesa, mas de educação inglesa, com a sensação de se mostrar um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Foi com este heterónimo que escreveu um dos mais conhecidos poemas - ”Tabacaria”. Era uma personagem crítica e revoltada, fazendo a apologia da vida moderna, em linguagem um pouco radical. III- Ricardo Reis era um médico que se exprimia em línguas latinas e revia-se como um monárquico. Era o símbolo de herança clássica na literatura ocidental. Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil, como protesto da implantação da República. IV- Alberto Caeiro era a personagem natural da cidade de Lisboa, com apenas, a instrução primária, teria vivido a quase totalidade da sua vida como camponês, mas foi considerado o mestre dos heterónimos. Este heterónimo de Pessoa foi o único a não escrever prosa.
Pessoa foi um poeta universal, caindo por vezes em contradições, tinha uma visão simultânea múltipla e unitária da vida. A explicação da criação dos principais heterónimos, prende-se com as várias formas que tinha de ver o mundo, servindo-se do racionalismo e pensamento oriental. Pessoa é o primeiro português a figurar na Plêiade (Collection Bibliothèque de la Pléiade), colecção francesa de grandes nomes da literatura mundial.
A sua obra bastante extensa é apreciada em todo o mundo, estando traduzido em muitas línguas.
Faleceu, solteiro, no dia 30 de Novembro de 1935, na cidade de Lisboa.
Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal” Banco de Portugal. Wikipedia/Fernando Pessoa. Imprensa Nacional Casa da Moeda; colecção particular do autor e trechos avulsos.
F I M
 
 
 
 
 
 
 
                                             

quarta-feira, 13 de julho de 2016

 
LIVRO
"MILITARES FALECIDOS NA GRANDE GUERRA
(1914-1918)
COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DO OESTE
                           
                Por: Luís Manuel Tudella                       

Após vários anos de pesquisas e investigação levadas a efeito no Arquivo Histórico Militar de Lisboa sobre o comportamento dos nossos militares que estiveram integrados no C.E.P. (Corpo Expedicionário Português) cuja actividade militar se desenrolou na Europa, na zona da Flandres, e dos militares que fizeram parte do exército português colocados  nas  ex-províncias de Angola e Moçambique, durante a 1ª. Guerra Mundial 1914-1918, Luís Tudella, publicou no início do corrente ano um trabalho denominado "Militares Falecidos na Grande Guerra (1914-1918) - Comunidade Intermunicipal do Oeste" edição do autor.

Este trabalho inicialmente foi efectuado tendo em atenção a divisão administrativa do País,  por ordem alfabética de Distritos e Concelhos. Contudo entendeu o autor reformular o trabalho, substituindo os Distritos pelas Comunidades. Os 18 distritos, correspondem actualmente a 23 Comunidades Intermunicipais e Regiões Metropolitanas.

A Comunidade Intermunicipal do Oeste foi constituída pela junção dos 6 Concelhos do sul do Distrito de Leiria; Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha,  Óbidos,  Bombarral e Peniche, e pela junção dos 6 Concelhos do norte do Distrito de Lisboa; Alenquer, Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras, Sobral do Monte Agraço e Arruda dos Vinhos.

 
 
O autor quis com este trabalho prestar uma singela homenagem aos nossos militares que por terras de África e terras de França tudo de si deram no momento mais alto das suas vidas, honrando a sua pátria para o bem da humanidade, mas por ironia do destino não puderam desfrutar dessa realidade.

Constam deste trabalho os seguintes elementos: O porquê deste trabalho; Breve historial sobre o conflito da Grande Guerra; Motivo da entrada de Portugal na Grande Guerra; Curiosidades; Relatos de alguns episódios da Grande Guerra;

Na primeira parte integram todos os militares que constituíam o C.E.P. desde a data do embarque até à data da sua morte, constando dos seguintes itens: Unidade do CEP - Unidade Territorial - Companhia - Nº. da Companhia - Posto - Nome - Nº. de Placa - Estado civil - Data de Nascimento - Filiação - Naturalidade - Data de Embarque e Data da Morte. Faz-se uma pequena resenha dos passos dados pelos militares desde o seu embarque até à data da sua morte e de mapas estatísticos.

A segunda parte diz respeito aos militares que foram mobilizados para as ex-províncias de Angola e Moçambique, para defender as fronteiras portuguesas que confinavam com as possessões alemãs e que conta dos seguintes itens: . Cronologia dos factos passados nas ex-províncias de Angola e Moçambique: Acontecimentos na ex-província de Angola; Reocupação do Humbe; Combates da Môngua;  Província de Moçambique - Constituição das 4 expedições enviadas de Portugal; Reocupação de Quionga; Tentativa da travessia do Rio Rovuma; A ofensiva das tropas portuguesas; O combate de Nevala; O combate de Negomano; O combate de Nhamacurra; A Invasão de Moçambique pelas tropas alemãs; Mapas estatísticos por ordem alfabética dos Concelhos, onde constam; o Nome do militar; Naturalidade; Posto; Nº. de Identificação; Unidade; Ramos das Forças Armadas; Local das Operações; Causas das mortes e data das mesmas; e local da sepultura.

Segundo o autor faleceram em terras de França 88 militares pertencentes a esta Comunidade: 34 em combate; 8 pela inalação de gazes, 28 por doença; 11 por causas desconhecidas; e 7 por diversos motivos. Estado civil dos militares: 13 casados e 75 solteiros. Por patentes: 1 capitão; 2 alferes; 4 - 2º. sargentos; 6 - 1ºs. cabos; 2 - 2ºs. cabos e 73 soldados. Nas ex-províncias de Angola e Moçambique faleceram 40 militares: 1 em combate; 27 por doença; 9 por causas desconhecidas; e 2 por outros motivos.

Trata-se de um trabalho inédito e de interesse cultural, para daí se poder desenvolver diversos temas.
Para quem estiver interessado em saber algo mais, junta-se o contacto do autor.
 
Publicado no Jornal das Caldas em 13 de Julho de 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016

 
Centenário da Primeira Batalha do Rovuma
(Grande Guerra 1914-1918)
A Batalha de Namiranga - Namaca
27-05-1916 - 27-05-2016
(Inserida na 2ª. Expedição ao Rovuma)
5ª. Parte
Depois da tentativa de desembarque em 23 de maio por forças da Marinha, que foi repelida com mortos e feridos, a 27 fez-se a tentativa da passagem à viva força junto à foz, com a cooperação da canhoeira Chaimite que entrou no rio fazendo fogo sobre a margem norte. O cruzador Adamastor, por falta de fundos, não pode passar a barra. Para a passagem, foram selecionados os vaus de Namaca e de Namiranga.
Uma coluna, a leste, era formada por uma Companhia de Infantaria 21, uma Companhia de Indígenas  da Companhia do Nyassa, um pelotão indígena da 20ª. Companhia de Moçambique, a 2ª. Bateria do 1º. Grupo de Metralhadoras, com material Maxim e uma Bateria de bronze, de tiro lento, de 7 cm guarnecida com pessoal da 5ª. Bateria do Grupo de Montanha Expedicionário. A segunda coluna a oeste, era formada por outra Companhia de Infantaria 21, dois pelotões indígenas da 20ª. Companhia e por uma Bateria de 7 cm. de tiro rápido, da 5ª. Bateria do Grupo de Montanha, comandada pelo Capitão Tudella.
O Tenente-Coronel Moura Mendes comandou directamente a operação junto da coluna leste. O Governador permaneceu a bordo do Adamastor.
 
 
Para objectivo de ambas as colunas foi escolhido o posto da fábrica (Ver croqui mais abaixo). O ataque simultâneo com as duas colunas, com início às 8horas, foi precedido de uma preparação de artilharia durante uma hora. A coluna leste, embarcou numa dúzia de baleeiras, quando procedia à travessia do rio, nesse local com cerca de 1.500 metros, foi alvejada por duas metralhadoras à distância de 200 metros. As perdas foram pesadas e assim o ataque malogrou-se. Face a este insucesso da coluna leste, foi dada ordem de retirar à coluna de oeste, que se encontrava já a escassos 100 metros da margem inimiga.
A coluna de oeste não teve qualquer ferido na sua acção, enquanto a coluna de este teve de parte da Marinha 3 oficiais e 30 praças mortos ou desaparecidos; e o Exército teve 4 oficias e 24 praças feridas e 2 oficiais e 6 praças prisioneiras.
O Comandante da coluna postada a oeste movido que estava em que esta missão iria ser concretizada em virtude das forças envolvidas e escalonadas no terreno, com a presença do Governador Geral e a presença do Tenente-Coronel, comandante da Expedição, viu gorados todos os esforços quando se encontrava a escassos 100 metros de atingir a outra margem, em virtude de a coluna postada a jusante ter capitulado, com a carga e ofensiva extremamente organizada e agressiva do inimigo.
O cuidado empregue na preparação das suas tropas o escalonamento no terreno, o cuidado nos lanços de precursão, as ordens transmitidas atempadamente o acompanhamento de perto de todas as operações, foram elementos determinantes, para que a operação tivesse tido um relativo êxito no que diz respeito à inexistência de baixas. Procedeu à evacuação das suas topas, seguindo o critério de quem primeiro embarcou, primeiro seria embarcado, com a protecção na evacuação pela louvável prestação de serviço da artilharia, que cobriu durante a evacuação toda a linha de fogo inimigo, acabando por calar uma metralhadora. Após colocar toda a sua coluna em local seguro, e depois de um merecido descanso, manda reuni-los afim de pessoalmente lhes dirigir palavras de grartidão, sendo incansável nos elogios que lhes tece, destacando o espírito de equipa e de sacrifício vividos durante 3 horas sobre temperaturas escaldantes e debaixo de fogo inimigo. Nota-se que o mesmo Comandante, agiu de forma a que tudo se processasse dentro de um equilíbrio sustentável, o que conseguiu, pois a preocupação constante com a integridade física das suas tropas era evidente, quando dava instruções para que o avanço fosse faseado em pequenos grupos, e que só depois de acantonados e devidamente protegidos, dava estão instruções para que outro grupo avançasse em segurança. É de notar o humanismo que evidenciou com estas decisões, o que lhe valeu não ter sofrido quaisquer baixas, feridos, mortos ou desaparecidos, o que é sempre uma honra para qualquer comandante.
Se se tivessem em conta o relatório apresentado pelo Comandante Tudella, talvez se evitasse este mau resultado.
Esta foi a primeira batalha de outras que se seguiram com maus resultados para as nossas tropas, com desfeches ainda mais pesados o que sempre se lamente.
Fontes: Reprodução de documentos extraídos  das caixas da 1ª. Guerra Mundial, na província de Moçambique, relativas ao ano de 1916 - Travessia do Rovuma - 2ª. Expedição. Arquivo Histórico e Militar de Lisboa. Documentação pertença do autor.
 
Publicado no Jornal das Caldas em 6 de Julho de 1916