Numismática
MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO
48ª. Moeda
Série Portugal Universal
Luís Vaz de Camões
0,25 de Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta no centro do campo
e no círculo interior o valor facial da moeda de 0,25 Euro em duas linhas e,
entre os números dois e cinco, o escudo das armas nacionais sobreposto à esfera
armilar. No círculo exterior e na parte superior inscreve-se a legenda "2010
República Portuguesa" e na parte inferior inscreve-se as características
do metal "AU 999%o 1/20 OZ e o nome
do escultor - Espiga".
Rev: Apresenta no campo central a figura do poeta e, por baixo em duas linhas a legenda "CAMÕES - Luís de Camões - 1594-1580" entre círculos concêntricos. Na parte superior do campo e sobre o lado esquerdo a era "2010" e, em campo oposto, o nome do escultor "Espiga".
Autor: José Manuel Espiga Pinto.
Moedas
de Ouro:
Valor
facial 0,25 Euro; Au: 999/1000 de toque; Dia. 14 mm; Peso 1,56 g.; Bordo serrilhado.
Cunhagem 15.000 exemplares.
Luís Vaz de Camões, ou Luís de
Camões, nasceu cerca do ano de 1524 na cidade de Lisboa oriundo de uma família
da pequena nobreza. A casa ancestral de Camões tinha as suas origens na Galiza,
seria descendente por via paterna de Vasco Pires de Camões, trovador galego,
guerreiro e fidalgo que se mudou para Portugal no ano de 1370, recebendo do rei
grandes honrarias. Luís de Camões era filho de Simão Vaz de Camões e de sua
mulher Dona Ana de Sá Macedo. Com apenas três anos de idade, a família teve que
se deslocar para Coimbra devido à peste que assolou a cidade de Lisboa. Da sua
infância nada se sabe. Da sua juventude pouco se sabe, mas terá recebido uma
educação nos moldes clássicos, dominando o latim, estudando a literatura, e a
história antiga e moderna. Por volta do ano de 1536, recebeu a protecção e a
educação de um seu tio que o encaminhou para Coimbra. Dizem uns que era um
aluno rebelde e indisciplinado, mas interessado pelo conhecimento das coisas,
debruçando-se sobre história e literatura. Por volta do ano de 1544 com vinte
anos de idade, abandonou os estudos e regressou a Lisboa. Consta que em Lisboa
levou uma vida de boémia, frequentando tabernas e envolvendo-se em conflitos e
em jogos amorosos. Nalgumas biografias tardias do poeta, surgem referências aos
seus amores, por exemplo, falava-se de uma paixão pela infanta Dona Maria, irmã
do rei, o que lhe valeu a prisão e uma outra por Catarina de Ataíde, sendo outro amor frustrado; refugiou-se no
Ribatejo, alistando-se posteriormente como soldado para Ceuta, onde permaneceu
cerca de dois anos, perdendo aí a vista direita numa batalha naval no estreito
de Gibraltar. Regressado a Lisboa, voltou à vida anterior. Um documento datado
de 1550 dá-o como alistado para viajar à Índia, como se segue:”Luís de Camões, filho de Simão Vaz de
Camões e Ana de Sá, moradores em Lisboa, na Mouraria; escudeiro de 25 anos,
barbirruivo, trouxe por fiador a seu pai; vai na nau de S. Pedro dos
Burgaleses… entre homens de armas”. Embarcou no ano de 1553, porque numa
procissão de Corpus Christi altercou com Gonçalo Borges, empregado do Paço, e
feriu-o com a espada, sendo por isso condenado à prisão e libertado somente em
Março de 1553. Embarcou na nau São Bento em fins de Março de 1553, aportando em
Goa no ano de 1554, enfrentando tempestades no Cabo da Boa Esperança, onde se
perderam três naus. No ano de 1555, alistou-se e combateu na expedição contra o
rei de Chembé. Neste mesmo ano, Camões acompanhou a esquadra de Manuel
Vasconcelos para combater os mouros no mar Vermelho, não encontrando o inimigo,
a armada aportou a Ormuz; aqui, pensa-se que iniciou a escrita de “Os
Lusíadas”. No ano de 1556, regressou a Goa onde escreveu o “Auto de Filodemo”.
Foi preso devido a dívidas contraídas entre os anos 1556 e 1561. Mais tarde,
foi libertado pelo governador de então, Dom Francisco Coutinho que o empregou e
protegeu, nomeando-o Provedor-mor dos Defuntos e Ausentes de Macau entre 1562 e
os anos de 1564 ou 1565. Neste espaço de tempo, deu continuidade à escrita de
“Os Lusíadas” que cada vez mais ganhava forma no seu todo. De regresso a Goa,
sofreu um naufrágio junto à foz do rio Mekong, salvando apenas o manuscrito de
“Os Lusíadas”; este desastre inspirou-o às célebres redondilhas “Sobre os rios que vão”, considerado mais
tarde por António Sérgio como o expoente máximo da lírica camoniana. A trama do
naufrágio teve influência numa redefinição de “Os Lusíadas”, a partir do Canto
VII, conforme alocução do seu amigo Diogo do Couto. No ano de 1567, Camões
embarcou para Portugal na nau de Pedro Barreto com destino a Sofala na ilha de
Moçambique, onde este havia sido designado governador, e aí Camões esperaria
por um transporte que o trouxesse de regresso a Portugal. Chegado a Portugal,
desembarcou na cidadela de Cascais, a bordo da nau Santa Clara em Abril de
1570. Ao fim de tantas peripécias concluiu “Os Lusíadas”, tendo-os apresentado
ao rei Dom Sebastião que determinou que fossem publicados em 1572,
concedendo-lhe uma pequena tensa em paga pelos serviços prestados na Índia, no valor
de quinze mil reis anuais. Segundo consta, os últimos anos de sua vida foram passados
num quarto com as maiores dificuldades económicas. A sua obra “Os Lusíadas” é
considerada a epopeia portuguesa por excelência, narrando a história de Vasco
da Gama, dos heróis portugueses que navegaram além do Cabo da Boa Esperança,
abrindo uma nova rota para a Índia. Adoeceu em Junho de 1580 depois de contrair
a peste, falecendo nesse mês, sendo o seu corpo sepultado numa campa rasa na
Igreja de Santa Ana ou no cemitério dos pobres. O dia 10 de Junho é o escolhido
para comemorar o “Dia de Portugal de Camões e as das Comunidades”.
Bibliografia:. Wikipedia. org.
Luís de Camões. História de Portugal Pinheiro Chagas. I.N.C.M.. Colecção
particular do autor.
Publicado no Jornal das Caldas em 04 de Fevereiro de 2015
F I M
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