Numismática
MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO
100 Anos da Universidade de Lisboa
2,5 Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta no centro do campo
a representação de uma embarcação símbolo da Universidade de Lisboa e as armas
nacionais assentes na esfera armilar. Por baixo, e em duas linhas, a designação
de 2,5 Euro. Junto à orla superior, a legenda "República Portuguesa".
Rev: Apresenta no campo central uma
embarcação com as suas quatro velas infladas, ladeadas por dois corvos, assim
como a representação de um capitel, sugerindo a acção civilizadora das
Universidades, fazendo referência ao humanismo. Por baixo, e em duas linhas, a
legenda "Centenário da Universidade de Lisboa 1911-2011".
Autor: Ana Gorgulho.
Moedas
de acabamento normal:
Valor
facial 2,5 Euro; CN; Dia. 28 mm; Peso 10 g; Bordo serrilhado. Cunhagem 100.000
exemplares.
Moedas
de Prata proof:
Valor
facial 2,5 Euro; Ag: 925/100 de toque; Dia. 28 mm; Peso 12 g; Bordo serrilhado.
Cunhagem de 5.000 exemplares.
Historial
A Universidade de Lisboa, a maior universidade do
país no que se refere ao número de alunos, resulta da fusão da antiga Universidade de Lisboa, criada por decreto de 22 de Março de 1911, com a Universidade Técnica de Lisboa, criada por decreto de 2 de Dezembro de 1930 , passando
também a englobar o Estádio Universitário de Lisboa (até então uma estrutura na dependência directa do Ministério da Educação e Ciência).
A
fusão foi aprovada pelo Decreto-Lei n.º 266-E/2012, de 31 de Dezembro de
2012, tendo sido concretizada com a tomada de posse do primeiro reitor, António Cruz Serra.
Em 12 de Novembro de 1288, um grupo de
clérigos portugueses, entre os quais se contavam o Abade de Alcobaça, os Priores de Santa
Cruz de Coimbra e de São Vicente de Lisboa, os reitores das colegiadas de Santa
Maria de Guimarães e
de Santa
Maria da Alcáçova de Santarém, assim como os priores das igrejas de São
Leonardo de Atouguia (da Baleia), São
Julião, São
Nicolau, Santa Iria e Santo
Estêvão de Santarém, São
Clemente de Loulé, Santa Maria de Faro, Santa
Maria e São Miguel de Sintra, Santo
Estêvão de Alenquer, Santa Maria, São Miguel e São
Pedro de Torres Vedras,
Santa Marinha de Gaia, Lourinhã, Vila
Viçosa, Azambuja, Sacavém, Estremoz, Beja, Mafra e Mogadouro, solicitava ao Papa Nicolau IV a fundação de um Estudo Geral em Portugal.
A primeira universidade portuguesa viria a ser
criada em Lisboa, na data compreendida entre 1288 e 1290, quando D. Dinis promulgou a carta (datada de 1 de
Março desse ano), conferindo vários privilégios aos estudantes do Estudo
Geral de Lisboa, o que prova que nessa data já estava fundado. Desde logo,
houve uma participação activa nesta acção educativa da Coroa
portuguesa e do seu rei, através do seu compromisso de parte do subsídio da
mesma, pelas rendas fixas da Igreja.
O Papa
Nicolau IV reconheceu-a pouco depois, em 9 de Agosto desse mesmo ano através
da bula “De statu regni Portugaliae”, com as Faculdades de Artes, Direito Canónico (Cânones), Direito
Civil (Leis) e Medicina.
Nesta primeira fase da sua existência, a universidade localizava-se no Campo
da Pedreira, uma zona no arrabalde ocidental da cidade, entre aquilo que é
hoje a Rua
Garrett e o Convento da Trindade.
Ao longo do século XIV, a universidade portuguesa
conheceu uma grande instabilidade, tendo por diversos motivos sido transferida,
várias vezes, de Lisboa
para Coimbra
e vice-versa. Assim, no ano de 1308 foi transferida para Coimbra. Em 1328
voltou para Lisboa,
sendo novamente transferida para Coimbra no ano de 1354. Em 1377 regressou a Lisboa, e finalmente,
no de 1537, instalou-se definitivamente em Coimbra.
Durante os 160 anos em que a Universidade se
manteve em Lisboa, entre os séculos XIV
e XVI,
distinguiram-se, entre os seus alunos e professores, importantes nomes da
ciência, como Garcia de Orta ou Pedro Nunes, vultos das letras, como André de Resende ou Baltasar
Limpo, ou homens da administração, como João Fernandes da Silveira, o 1.º Barão de Alvito.
Um dos protectores da Universidade foi o Infante D. Henrique que lhe concedeu
várias casas no ano de 1431. As fundações deste novo edifício da universidade
encontram-se num local hoje denominado como Pátio dos Quintalinhos,
fazendo-se a entrada pelo n.º 3 da Rua da Escolas Gerais, em
Alfama, na
antiga freguesia de São Tomé, hoje integrada na de São Vicente.
Datam dessa época as mais antigas referências a
estudos de Astronomia
na universidade portuguesa, apoiados na Aritmética
e Geometria
como ferramentas imprescindíveis para os estudos
náuticos.
Na década
de 1530, apesar da oposição generalizada dos seus membros, D. João III refundou a Universidade em Coimbra, onde ficou
instalada, durante perto de três séculos, a única universidade pública
portuguesa (entre 1559 e 1759, quando os Jesuítas detiveram o monopólio do ensino na Universidade de Évora).
No ano de 1759, o Marquês de Pombal criou a Aula do Comércio, a mais antiga antecessora do actual
Instituto Superior de Economia
e Gestão e, no ano de 1781, foi criada a Aula Régia do
Desenho e da Figura, primeira antecessora directa das Faculdades de
Arquitectura e de Belas-Artes.
No ano de 1825, foi criada a Régia Escola de Cirurgia
instalada no Hospital de São José (a qual esteve na origem
da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa,
criada em 1836 e da Faculdade de Medicina
da Universidade de Lisboa, fundada em 1911). No ano de 1830, foi criada a Real Escola Veterinária,
que deu origem ao Instituto de Agronomia e
Veterinária no ano de 1886 e à Escola Superior de Medicina
Veterinária e do Instituto Superior de Agronomia, ambos no ano de 1911.
(Continua na próxima
semana)
Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Lisboa:
I.N.C.M. e colecção particular do autor.
FIM