segunda-feira, 7 de julho de 2014

Numismática

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro 
34ª. Moeda
Série Portugal Universal
D. Dinis
¼ de Euro

Anv: Apresenta no centro do campo o escudo, por baixo o valor facial da moeda ¼ de Euro e na orla inferior a legenda “Republica Portuguesa.
Rev: Apresenta no campo central a figura de uma cruz de cristo, ladeada por uma árvore (pinheiro), por baixo uma pena, simbolizando, respectivamente a Ordem a que esteve ligado, as árvores que plantou, e a pena, representativo dos dotes de poeta medieval.
Autor: Isabel Carriço e Fernando Branco
Moedas de Ouro de valor facial ¼ de Euro; 999%o; Diâmetro 14 mm; Peso 1,56 g; Bordo Serrilhado; Cunhagem 30 000 exemplares.
El-rei D. Dinis nasceu em Lisboa em 9 de outubro 1261 e faleceu em Santarém no dia 7 de janeiro de 1325. Era filho de D. Afonso III e da infanta Beatriz de Castela, sendo aclamado rei em Lisboa no ano de 1279, tendo subido ao trono com 17 anos de idade. Em 1282 casou com Isabel de Aragão, que ficaria conhecida para a história como Rainha Santa.
Foi o sexto rei da dinastia afonsina na lista de reis de Portugal,com os cognomes de "O Lavrador" “O Rei-poeta”, pelo grande impulso que deu à agricultura e ampliação do pinhal de Leiria, e devido também à sua longa obra literária que nos legou.
Sabe-se que a figura fisionómica de D. Dinis tinha de altura cerca de 1,65 m. O monarca faleceu com a provecta idade de 63 anos, feito notável para a época. Aparentemente, gozou de excelente saúde durante toda a sua vida: apenas fez o primeiro testamento completo aos 61 anos, viajou, participou em guerras e caçou até aos 60 anos de idade. Governou Portugal durante 46 anos e foi o principal responsável pela criação da identidade nacional; após a conclusão da reconquista por seu pai, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, no ano de 1297.
A sua prioridade governativa foi essencialmente a organização do reino: continuando a vertente legisladora de seu pai D. Afonso III, a profusa acção legislativa está contida, hoje, no Livro da Leis e Posturas e nas Ordenações Afonsinas.
Procedeu a importantes reformas judiciais, instituiu a língua Portuguesa como língua oficial a corte, criou a primeira Universidade portuguesa libertou as Ordens Militares no território nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um sistemático acréscimo do centralismo régio. A sua política centralizadora foi articulada com importantes acções de fomento económico - como a criação de inúmeros concelhos e feiras. D. Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus. Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial português com a Inglaterra. Em 1312 fundou a marinha Portuguesa, nomeando 1º Almirante de Portugal o genovês Marques de Passanha e ordenando a construção de várias docas.
D. Dinis redistribuiu terras, promoveu a agricultura e fundou várias comunidades rurais, assim como mercados e feiras criando as chamadas feiras francas ao conceder a várias povoações diversos privilégios e isenções. Um dos seus maiores legados foi a ordem de plantar o Pinhal de Leiria, que ainda se mantém, de forma a proteger as terras agrícolas do avanço das areias costeiras.

 Como poeta, presentemente, conhecem-se 137 poemas escritos por D. Dinis: 73 Cantigas de Amor, 51 Cantigas de Amigo e 10 Cantigas de Escárnio e Maldizer. Não é por acaso que estes poemas se chamam cantigas. Chamam-se cantigas porque foram escritos para serem cantados. Foi um famoso trovador, contribuindo para o desenvolvimento da poesia trovadoresca na península Ibérica.
Exemplo de uma cantiga de amigo da autoria do rei D. Dinis.
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
 Pensa-se ter sido o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo toda a legislação produzida no seu reinado. Culto e curioso das letras e das ciências, terá impulsionado a tradução de muitas obras para português, entre as quais se contam os tratados de seu avô Afonso X o Sábio.
Foi o responsável pela criação da primeiro universidade Portuguesa inicialmente instalada na zona do actual Largo do Carmo, em Lisboa e por si transferida, pela primeira vez, para Coimbra, em 1308. Esta Universidade, que foi transferida várias vezes entre as duas cidades, ficou definitivamente instalada em Coimbra em 1537, por ordem do monarca D. João III.
Os últimos anos do seu reinado foram, marcados por conflitos internos. O herdeiro, futuro D. Afonso IV, receoso que o favorecimento de D. Dinis ao seu filho bastardo, D. Afonso Sanches o espoliasse do trono, exigiu o Poder e combateu o pai. Nesta luta teve intervenção da Rainha Santa Isabel que, em Alvalade se interpôs entre as hostes inimigas já postas em ordem de batalha.
Descendência de D. Dinis.
De sua mulher, infanta Isabel de Aragão (1270-1336):
- Constança de Portugal (1285-1313), casou com o rei Fernando IV de Castela
- Afonso IV, Rei de Portugal (1290-1357)
Filhos naturais:
- Havidos de Grácia Froes:
- Pedro Afonso, conde de Barcelos (1287-1354)
- Havidos de Aldonça Rodrigues Talha:
- Afonso Sanches (1289-1329), senhor de Albuquerque e rival de seu
meio-irmão Afonso IV
- Havidos de Marinha Gomes:
- Maria Afonso (1290-1340), senhora de Gibraleon
- Maria Afonso (?-1320), freira no Mosteiro de Odivelas
- Havidos de outras senhoras:
- João Afonso, senhor da Lousã (1280-1325)
- Fernão Sanches (1280-1329)
- Pedro Afonso (1280-?).


F I M

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