Numismática
34ª. Moeda
Série Portugal Universal
D. Dinis
¼ de Euro
Anv: Apresenta no centro do campo
o escudo, por baixo o valor facial da moeda ¼ de Euro e na orla inferior a
legenda “Republica Portuguesa.
Rev: Apresenta no campo central a
figura de uma cruz de cristo, ladeada por uma árvore (pinheiro), por baixo uma
pena, simbolizando, respectivamente a Ordem a que esteve ligado, as árvores que
plantou, e a pena, representativo dos dotes de poeta medieval.
Autor: Isabel Carriço e Fernando
Branco
Moedas
de Ouro de valor facial ¼ de Euro; 999%o; Diâmetro 14 mm; Peso 1,56 g;
Bordo Serrilhado; Cunhagem 30 000 exemplares.
El-rei D. Dinis nasceu em Lisboa em 9 de outubro 1261 e faleceu em Santarém no dia 7 de
janeiro de 1325. Era filho de D. Afonso
III e da infanta Beatriz de Castela, sendo aclamado rei
em Lisboa no ano de 1279, tendo subido ao
trono com 17 anos de idade. Em 1282 casou com Isabel de Aragão, que ficaria conhecida para a história como Rainha
Santa.
Foi o sexto rei da dinastia afonsina na lista de reis de Portugal,com os cognomes de "O Lavrador" “O Rei-poeta”, pelo
grande impulso que deu à agricultura e ampliação do pinhal de Leiria, e devido também à sua longa obra literária que nos legou.
Sabe-se que a figura
fisionómica de D. Dinis tinha de altura cerca de 1,65 m. O monarca faleceu com
a provecta idade de 63 anos, feito notável para a época. Aparentemente, gozou
de excelente saúde durante toda a sua vida: apenas fez o primeiro testamento
completo aos 61 anos, viajou, participou em guerras e caçou até aos 60 anos de
idade. Governou Portugal durante 46 anos e foi o principal responsável pela
criação da identidade nacional; após a conclusão da reconquista por seu pai,
definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, no ano de 1297.
A sua prioridade governativa foi essencialmente a organização
do reino: continuando a vertente legisladora de seu pai D. Afonso III, a
profusa acção legislativa está contida, hoje, no Livro da Leis e Posturas e nas
Ordenações Afonsinas.
Procedeu a importantes reformas judiciais, instituiu a língua Portuguesa como língua oficial a corte, criou a primeira Universidade portuguesa libertou
as Ordens Militares no território
nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um sistemático acréscimo do
centralismo régio. A sua política centralizadora foi articulada com importantes
acções de fomento económico - como a criação de inúmeros concelhos e feiras. D.
Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e
organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus. Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial
português com a Inglaterra. Em 1312 fundou a marinha Portuguesa, nomeando 1º Almirante de Portugal o genovês Marques de Passanha e ordenando a construção de várias docas.
D. Dinis
redistribuiu terras, promoveu a agricultura e fundou várias comunidades rurais,
assim como mercados e feiras criando as chamadas feiras francas ao
conceder a várias povoações diversos privilégios e isenções. Um dos seus
maiores legados foi a ordem de plantar o Pinhal de Leiria, que ainda se mantém,
de forma a proteger as terras agrícolas do avanço das areias costeiras.
Exemplo
de uma cantiga de amigo da autoria do rei D. Dinis.
"Ai flores, ai flores do
verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde
ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
Pensa-se ter
sido o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado
sempre com o nome completo toda a legislação produzida no seu reinado. Culto e
curioso das letras e das ciências, terá impulsionado a tradução de muitas obras
para português, entre as quais se contam os tratados de seu avô Afonso X o Sábio.
Foi o responsável pela criação da primeiro universidade Portuguesa inicialmente instalada na zona do actual Largo do Carmo, em Lisboa e por si transferida, pela primeira
vez, para Coimbra, em 1308. Esta Universidade,
que foi transferida várias vezes entre as duas cidades, ficou definitivamente
instalada em Coimbra em 1537, por ordem do
monarca D. João III.
Os últimos
anos do seu reinado foram, marcados por conflitos internos. O herdeiro, futuro
D. Afonso IV, receoso que o favorecimento de D. Dinis ao seu filho bastardo, D.
Afonso Sanches o espoliasse do trono, exigiu o Poder e combateu o pai. Nesta
luta teve intervenção da Rainha Santa Isabel que, em Alvalade se interpôs entre
as hostes inimigas já postas em ordem de batalha.
Descendência de D. Dinis.
De sua
mulher, infanta Isabel de Aragão (1270-1336):
- Constança
de Portugal (1285-1313), casou com o rei Fernando IV de Castela
- Afonso IV,
Rei de Portugal (1290-1357)
Filhos
naturais:
- Havidos de
Grácia Froes:
- Pedro
Afonso, conde de Barcelos (1287-1354)
- Havidos de
Aldonça Rodrigues Talha:
- Afonso
Sanches (1289-1329), senhor de Albuquerque e rival de seu
meio-irmão
Afonso IV
- Havidos de
Marinha Gomes:
- Maria
Afonso (1290-1340), senhora de Gibraleon
- Maria
Afonso (?-1320), freira no Mosteiro de Odivelas
- Havidos de
outras senhoras:
- João
Afonso, senhor da Lousã (1280-1325)
- Fernão
Sanches (1280-1329)
- Pedro
Afonso (1280-?).
F I M
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