Artigo 65
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda
MIL ESCUDOS
D. Pedro V
Chapa 11
É evocado nesta chapa o Rei D. Pedro V (1837-1861). A efígie apresentada na frente da nota foi reproduzida de um quadro de Constantino Fernandes, existente no Paço de Vila Viçosa, enquanto no verso da nota apresenta as efígies conjugadas de D. Pedro e de sua mulher Dona Estefânia, inspiradas numa medalha comemorativa do casamento real, esculpida em Bruxelas por Leopold Wiener. A vinheta no verso representa a inauguração em Lisboa do caminho de ferro do Leste, em Outubro de 1856. As maquetas iniciais são de autoria de João de Sousa Araújo, arquitecto, e o restante trabalho de elaboração das chapas e estampagem das notas foi executado pelos ingleses Bradbury, Wilkinson & Cº. Ltd., New Malden, Surrey. A estampagem a talhe doce na parte da frente da nota é de tons de azul e castanho - escuro, engloba a figura do rei, ornatos de guilhoché, e o escudo nacional. A estampagem calcográfica do verso da nota a azul-escuro engloba as efígies do casal, ornatos e a vinheta da inauguração do caminho de ferro. O papel foi de fabrico da firma inglesa Portals Limited, Overton, Basingstoke, Hampshire, apresenta como marca de água quando visto à transparência pela frente um retrato de D. Pedro V sobre o lado esquerdo; na metade direita, situa-se um filete de segurança em traço descontínuo. Dimensões da nota 163 x 82 mm. Foram emitidas 90 660 000 notas com as datas de 28 de Maio de 1968 e de 16 de Setembro de 1980. A primeira emissão, é de 12 de Outubro de 1979. Foram retiradas de circulação em 31 de Outubro de 1991.
Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe Coburgo e Bragança, mais conhecido por D. Pedro V, nasceu a 16 de Setembro de 1837 na cidade de Lisboa, cognominado de “O Esperançoso”, “O Bem - Amado” ou “O Muito Amado”, era filho da Rainha D. Maria II e do rei consorte D. Fernando II. D. Pedro com apenas dezasseis anos de idade, foi acompanhado por seu pai, durante os dois anos que faltavam para subir ao trono, aconselhando-o e orientando-o no que dizia respeito às grandes obras. Teve um papel fulcral na reconciliação do povo com a casa real, fruto da guerra civil anteriormente vivida no reinado de sua mãe. No ano de 1855 completa dezoito anos de idade, sendo aclamado rei; neste mesmo ano preside à inauguração do primeiro telégrafo no País. No ano seguinte inaugura o caminho de ferro de Lisboa ao Carregado. Iniciam-se as viagens regulares de navio entre Portugal e Angola. No ano de 1859 criou o Curso Superior de Letras; no mesmo ano e seguindo um pouco as medidas anteriormente tomadas pela mãe introduziu o sistema métrico em Portugal. D. Pedro V dedicou-se a fundo com a governação do País, estudando minuciosamente todas as deliberações e aplicações governamentais. Portugal foi atingido por duas grandes epidemias: a primeira, a cólera nos anos de 1853 a 1856, e a segunda, a febre-amarela entre os anos de 1856 a 1857, o que provocou uma grande mortandade entre todas as classes, mas reflectindo-se em maior escala no povo. O monarca durante esses anos percorria os hospitais solidarizando-se com os doentes com quem contava pessoalmente, o que lhe granjeou enorme popularidade. Casou no ano de 1858, com a princesa D. Estefânia de Hohenzollern Sigmaringen. D. Pedro viu na saúde pública uma das suas preocupações, conjuntamente com a sua mulher, iniciaram a fundação hospitais públicos e instituições de caridade. Foi o fundador do Hospital de D. Estefânia, em Lisboa ainda hoje em funcionamento. A sua mulher Dona Estefânia faleceu no ano seguinte vítima de difteria. D. Pedro teve uma educação excepcional, desatacando-se a sua preparação moral. Estudou filosofia e ciências naturais, dominava algumas línguas, como o grego e o latim, iniciando estudos da língua inglesa. O seu espírito foi de certo modo influenciado por aquele que foi seu mestre e educador, Alexandre Herculano. Faleceu com apenas 24 anos de idade, no dia 11 de Novembro de 1861, segundo os médicos de febre tifóide, provocando uma enorme tristeza em toda a sociedade. O seu corpo jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa. Não deixou descendência, sendo sucedido pelo seu irmão o infante D. Luís.
F I M
Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal”. Banco de Portugal. Wikipedia.org/Pedro V de Portugal.
Óbidos – Outubro de 2010.
Publicado no Jornal das Caldas de 10-08-2011.
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