Artigo 64
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda
MIL ESCUDOS
D. Maria II
Chapa 10
A Rainha D. Maria II, foi a personalidade escolhida para figurar na frente desta nota. A efígie apresentada é a cópia de um quadro de Thomas Lawrence. O verso da nota comporta também a efígie da soberana que foi inspirada numa moeda portuguesa de ouro, conhecida pela “Degolada”. As maquetas iniciais foram preparadas pelo arquitecto João de Sousa Araújo, ficando a preparação das chapas e a estampagem das notas a cargo da firma holandesa Joh, Enschedé en Zonen, Grafische Inrichting N. V., de Haarlem. A estampagem da frente da nota a talhe – doce, foi feita por um processo especial, composto por três coroas (castanho, azul e verde), engloba o retrato da Rainha, o escudo nacional e diversos dísticos. O fundo, em “offset”, é constituído por um conjunto de rosas lilás e verde, uma rosácea de cor castanha clara por trás da cabeça da Rainha, um desenho numismático na metade esquerda da nota e ornatos de técnica duplex. A estampagem do verso da nota a talhe – doce, comporta a efígie da Rainha, uma reprodução da antiga Praça do Pelourinho, com o edifício do Banco de Portugal, dísticos e ornamentos geométricos. No fundo apresenta um grupo de flores em tudo idêntico ao da frente da nota. O papel é do fabrico de Portals Limited, Overton, Basingstoke, Hampshire, de Inglaterra e tem como marca de água, no centro da nota um retrato de D. Maria II. Na metade esquerda, e incorporado no papel, observa-se um filete de segurança de traço descontínuo. Dimensão das notas 163 x 82 mm. Foram emitidas 146 851 000 de notas com a data de 19 de Maio de 1967. A primeira emissão, 31 de Maio de 1967, e a última emissão, 12 de Novembro de 1979. Foram retiradas de circulação em 30 de Janeiro de 1987.
D. Maria II, nasceu no Rio de Janeiro a 4 de Abril de 1819, filha do rei D. Pedro IV e 1º. Imperador do Brasil e de sua mulher Leopoldina de Habsburgo, foi baptizada com o nome de Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Luísa Gonzaga de Bragança e Áustria. Contava apenas 7 anos de idade quando o seu pai D. Pedro IV, abdicou do trono em seu favor, em Abril de 1826; deveria casar com o seu tio D. Miguel logo que tivesse idade, sendo de imediato nomeado regente, em Julho de 1826, após ter jurado fidelidade à rainha e à Carta Constitucional. D. Maria de menor idade foi viver para Inglaterra e depois França. Ao atingir os 15 anos de idade em 24 de Setembro de 1834, volta a Portugal para assumir o governo de Portugal. Casou em primeiras núpcias no ano de 1835, com Augusto de Leuchtenberg, mas este faleceu logo no mês de Março do mesmo ano. Nesse ano de 1835, empreendeu diversas reformas, uma das quais, consistiu na venda de todos os bens de raiz nacionais, pertencentes à Igreja Patriarcal, às Casas das Rainhas e do Infantado, das Corporações religiosas já extintas e das Capelas reais. Casou em segundas núpcias em 9 de Abril de 1836 com Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, do qual proveio larga geração, com onze filhos. Foi um dos períodos da nossa história mais conturbados que se viveram neste reinado, ficando registados entre outros; a (guerra civil), luta entre liberais e absolutistas, e daí todas as rivalidades e perseguições que se seguiram na sociedade; a revolução de Setembro; a revolta dos Marechais; a Convenção de Chaves; a Revolta da Maria da Fonte; a Belenzada; a Patuleia, etc:. A carta Constitucional foi alterada com a votação de um acto adicional, que consistiu na abolição da pena de morte em Portugal:
- Algumas reformas, como melhoramentos de monta respeitantes à instrução pública foram entretanto aplicadas: Criação de Liceus e Escolas Primárias; Fundação das Escolas Médicas, de Lisboa e do Porto; Escola Politécnica de Lisboa; Academia Politécnica do Porto; Instituto Agrícola; Conservatório de Música. Nas Obras Públicas, foi notória a sua acção, crescimento económico, centrado na construção de infra-estruturas de transportes e comunicações, na tentativa de aproximar as várias regiões do país, em especial as do interior, e do apoio ao desenvolvimento comercial e industrial. Foi cognominada de “ A Educadora”, pela acção e determinação que implementou com a instrução pública. No ano de 1852, D. Maria faz publicar um decreto que adopta o sistema decimal; este sistema revelou-se de grande utilidade pelo facto de se tornarem mais céleres as pesagens, reformulando o sistema monetário, que se encontrava muito diversificado quanto ao valor e nome das moedas então a circular. Foi no ano de 1853 que se introduziu o primeiro selo postal, em Portugal contemplando a figura da monarca, nos selos de 5, 25, 50 e 100 réis, da autoria de Francisco de Borja Freire, correspondendo a cada importância a cor respectivamente castanho avermelhado, azul, verde e lilás no seu valor crescente.
Faleceu na cidade de Lisboa a 15 de Novembro de 1853, de parto, o seu corpo está depositado no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora.
F I M
Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal”. Banco de Portugal. Wikipedia.org/Maria II de Portugal.
Óbidos – Outubro de 2010.
Publicado no Jornal das Caldas de 03-08-2011.
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