quarta-feira, 15 de junho de 2011





Artigo 57
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda

MIL ESCUDOS


Oliveira Martins





Chapa 3


A imagem de Oliveira Martins foi a escolhida para figurar na parte da frente da nota, assim como uma aguarela do antigo Convento do Carmo de autoria do pintor Casanova, sendo o verso composto ao centro com a heráldica do Banco de Portugal e no fundo por azulejos coloridos. O trabalho esteve a cargo da firma Bradbury, Wilkinson &Cº. Ltd., New Malden, Surrey. A frente da nota contem duas estampagens calcográficas, sendo uma a castanho-escuro, com o retrato de Oliveira Martins (1845-1894), e a outra com desenhos que apresentam a azul-escuro e que inclui uma vista do Convento do Carmo. O fundo de impressão tipográfica em íris, é constituído por desenhos geométricos multicolores e linhas ondulantes. A estampagem calcográfica do verso apresenta-se num avermelhado e assenta sobre fundo, impresso em íris, formado por azulejos coloridos. O desenho para esta chapa foi executado por Jacinto Freire Themudo funcionário do Banco. O papel foi fornecido pelo fabricante francês Société Anonyme des Papeteries du Marais et de Sainte-Marie, tem como filigrana especial, no lado esquerdo, quando visto à transparência pela frente a efígie de Oliveira Martins de perfil para o centro. Dimensões da nota 186 x 111 mm. Foram emitidas 412 000 notas com a data de 25 de Novembro de 1927. A primeira emissão, 5 de Abril de 1929 e a última emissão, 24 de Fevereiro de 1930. Foram retiradas de circulação em 14 de Agosto de 1931.
Biografia:
Joaquim Pedro de Oliveira Martins, vulgo Oliveira Martins, foi um historiador, antropólogo, economista, crítico social e político, que nasceu na cidade de Lisboa a 30 de Abril de 1845, filho de Francisco Cândido Gonçalves Martins e de sua mulher D. Maria Henriqueta de Morais Gomes de Oliveira. Os seus trabalhos suscitaram grande controvérsia junto da sociedade, influenciando os historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX, como António Sardinha, Eduardo Lourenço e António Sérgio. Oliveiras Martins ficou órfão de pai muito cedo, tendo vivido uma adolescência um tanto difícil, teve de abandonar estudos (curso liceal) e empregar-se no comércio. Casou no ano de 1865 com Vitória Mascarenhas Barbosa, sem descendência. No ano de 1867 publicou o seu primeiro romance “Febo Moniz”. Com vinte e dois anos de idade experimentou diversos géneros de divulgação cultural, através do romance drama histórico, e ensaios de reflexão histórica e política. Entre os anos de 1870 e 1874, exerceu funções de administrador de uma mina na Andaluzia. Regressado a Portugal dirigiu a construção da via férrea do Porto à Povoa do Varzim e Famalicão. No ano de 1880 foi eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto; escreveu neste ano na área das ciências sociais “Elementos de Antropologia”, no ano de 1883 “Regime das Riquezas” e no ano de 1884 Tábua de Cronologia”. Nas obras históricas há a destacar no ano de 1879 “História da Civilização Ibérica e História de Portugal”, no ano de 1880 “O Brasil e as Colónias Portuguesas” e no ano de 1891 “Os filhos de D. João I”. Em 1884 foi eleito deputado pelo círculo de Viana do Castelo. No ano de 1885 aprofundava a sua prática de redactor da imprensa periódica com a fundação d’a Província; aderiu ao Partido Progressista. Foi eleito deputado de 1886 a 1894. No ano de 1892 foi nomeado Ministro da Fazenda, lugar que ocupou por quatro meses, devido a divergências com o chefe de governo. Em 1893 foi nomeado Vice-presidente da Junta do Crédito Público. Foi um dos elementos de destaque da Geração de 70, revelando uma elevada plasticidade às múltiplas correntes de ideias que atravessaram o século. Colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, assim como nos políticos e socialistas. Faleceu em Lisboa a 24 de Agosto de 1894.

F I M
Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal” Banco de Portugal. Wikipedia.org. Joaquim Pedro Oliveira Martins. Instituto-camões.pt/figuras/omartins. Lello Universal – dicionário.
Óbidos – Outubro de 2010.


Publicado no Jornal das Caldas de 15-06-2011.

Sem comentários: