quarta-feira, 17 de junho de 2015

 
Numismática

MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO

57ª. Moeda
Série Portugal Universal
Padre António Vieira
1/4 de Euro
Características da moeda
Anv: Apresenta, descaído para a esquerda do campo o escudo nacional sobreposto à esfera armilar, circundado  junto à orla superior pela legenda “República Portuguesa",  junto à orla direita pelo valor facial da moeda em duas linhas "1/4 Euro" e na orla inferior pela pela legenda "A. Marinho INCM Au 9990/00 - 1/20 Oz".


Rev: Apresenta junto à orla esquerda a legenda "Pe. António Vieira-2011",junto à orla inferior a legenda "INS", servindo-se do alongamento da perna da letra h onde se colocou uma cruz e na orla da direita a imagem do Padre Vieira com a legenda "1608-1697", que representa a data do seu nascimento e a data da sua morte. O campo central da moeda encontra-se vazio.
 Autor: José Manuel Espiga Pinto.
Moedas de Ouro:
Valor facial 1/4 de Euro; Au: 999/1000 de toque; Dia. 14 mm; Peso 1,56 g; Bordo serrilhado. Cunhagem 15.000 exemplares.
 
António Vieira ou Padre António Vieira, sendo este último o nome pelo qual ficou mais conhecido nasceu na cidade de Lisboa a 6 de Fevereiro de 1608 e faleceu em S. Salvador no Brasil em 18 de Julho de 1697. Nascido num lar humilde, na Rua do Cónego, perto da Sé de Lisboa, foi o primogénito de quatro filhos de Cristóvão Vieira Ravasco e de Maria de Azevedo natural da cidade de Lisboa. Foi um religioso, filósofo, escritor e exímio orador da Companhia de Jesus. Foi um distinto missionário em terras brasileiras, onde foi um incansável defensor dos direitos dos povos indígenas, combatendo a exploração e a escravidão. Era conhecido entre os indígenas tupi como "Paiaçu" ou "Grande Padre/Pai". Dedicou-se à defesa dos judeus, à abolição da distinção entre cristãos novos e cristãos velhos, à abolição da escravatura, criticou os sacerdotes da sua época, mas em especial a acção da Santa Inquisição.
Os seus sermões eram de tal importância que frequentemente era exigida a sua leitura nas universidades.
Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, não sendo propriamente um escritor, mas sim um orador. Além dos Sermões, redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. Entre os seus sermões, alguns dos mais célebres foram: o "Sermão do Quinto Domingo da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra os da Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão", "Sermão de Santo António aos Peixes"  entre outros. Padre António Vieira deixou cerca de 700 cartas e 200 sermões.
Cronologia
1608 – Nasceu a 6 de Fevereiro na cidade de Lisboa, na freguesia da Sé, filho   primogénito de Cristóvão Vieira Ravasco e de Maria de Azevedo.
1614 – Desembarcou com a família em Salvador da Baía, onde frequentou as aulas do Colégio dos Jesuítas.
1624 - No mês de Maio, as forças holandesas ocuparam a cidade de Salvador.
1626 – Com 18 anos de idade, o noviço António Vieira foi encarregado de redigir a Carta Annua ao Geral dos Jesuítas, relatório anual da Companhia de Jesus no Brasil, constituindo o seu primeiro escrito.
1627 – Transferiu-se para o Colégio dos Jesuítas de Olinda, onde passou a ministrar aulas de Retórica.  
1633 – Pregou o seu primeiro sermão em público, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador.
1634 – Foi ordenado sacerdote, a 10 de Dezembro, celebrando a 13 do mesmo mês a sua primeira missa.
1638 – Foi nomeado Lente em  Teologia.
1641 – Padre António Vieira viajou para Lisboa, onde residiu até 1646.
1642–1644 – Pregou pela primeira vez na Capela Real em Lisboa, o "Sermão dos Bons Anos", em atenção ao brilhantismo das suas prédicas recebeu em 1644, o título de Pregador de Sua Majestade e alguns dos seus sermões foram publicados separadamente.
1645 – Pregou o "Sermão do Mandato", na Capela Real, em Lisboa.
1646–1652 – Pregador e conselheiro de D. João IV, foi por este enviado como embaixador em diversas missões diplomáticas aos Países Baixos e a França, negociando Pernambuco, a paz europeia, o financiamento da guerra contra Castela e a futura Companhia Geral do Comércio do Brasil. Foi um período de grande actividade diplomática e política de António Vieira, que se deslocou por grande parte da Europa, representando e defendendo os interesses portugueses. Fez, ainda, parte da embaixada portuguesa nas negociações da Paz de Münster, cujo objectivo era pôr fim à Guerra dos Trinta Anos. Em Ruão e Amesterdão, encontrou-se e negociou com representantes da comunidade judaica portuguesa aí refugiada, o que lhe valeu, desde então, a hostilidade do Santo Ofício.
1652 – Em Novembro regressou  ao Brasil, a fim de se dedicar às missões junto dos indígenas do estado do Maranhão, dos quais assumiu a defesa, contra os interesses da escravatura por parte dos colonos.
1654 – Pregou o "Sermão de Santo António aos Peixes", na véspera de embarcar para Lisboa, pediu providências favoráveis aos índios e às missões jesuítas no estado do Maranhão.
1655 – Antes de voltar às missões do Estado do Maranhão, em Abril, pregou na Capela Real, em Lisboa, durante a Quaresma, iniciando com o "Sermão da Sexagésima" e terminando com o "Sermão do Bom Ladrão".
1659 – Visitou cinco aldeias da etnia Nheengaíba. No regresso a Belém do Pará, encontrando-se doente em Cametá, redigiu o seu primeiro tratado futurológico "Esperanças de Portugal, V Império do Mundo".
1661 – Em resultado do seu combate à escravidão dos índios, Vieira e os seus companheiros jesuítas são expulsos do Estado do Maranhão e embarcados para Lisboa.
1662 – Prega o importante "Sermão da Epifania" diante da rainha regente.
1663–1667 – Foi desterrado para Coimbra e aí começaram os interrogatórios da Inquisição, que o perseguiu devido às suas ideias milenaristas e messiânicas inspiradas no profetismo de António Gonçalves Annes Bandarra ("Quinto Império") e, também, por causa das suas alegadas simpatias pela "gente da nação", os judeus.
1666 - A Inquisição ordenou que fosse retirado da cela de religioso, a que estava confinado, e colocou-o em cárcere de custódia. Apesar de praticamente desprovido de livros para consultas, redige duas Representações da Defesa e, em segredo, parte do livro "História do Futuro" e da "Apologia".
1667 - Foi  proferida a sentença: "… seja privado para sempre da voz activa e passiva e do poder de pregar…". Foi amnistiado em 12 de Junho de 1668.
1669 – Pregou o "Sermão do Cego", na Capela Real, em Lisboa. Partiu para Roma em busca de revisão da sua sentença, onde permaneceu seis anos, pregando, em italiano, aos cardeais da Cúria romana e à exilada rainha Cristina da Suécia.
1675 – Regressou a Lisboa, munido de um Breve do Papa Clemente X, isentando-o "por toda a vida de qualquer jurisdição, poder e autoridade dos inquisidores presentes e futuros de Portugal", mas permanecendo sujeito à autoridade da Cúria romana.
1679 – Declinou o convite da rainha Cristina da Suécia para ser seu confessor.
1681 – Regressou ao Brasil, a Salvador, Baía, em Janeiro,  passando a residir na Quinta do Tanque, casa de campo do Colégio dos Jesuítas, onde preparou a publicação dos seus Sermões e redige a "Clavis Prophetarum".
1686 – Vieira foi um dos poucos a não ser afectado pela epidemia de "mal da bicha" (febre amarela). Devido a essa calamidade, a Câmara de Salvador fez votos a São Francisco Xavier, proclamando-o Padroeiro da Cidade do Salvador, em 10 de Maio. 1688 – Foi nomeado Visitador Geral da Província do Brasil (até 1691).
1690 – Promoveu a Missão entre os índios Cariri da Baía, financiando-a com o lucro da venda dos seus livros.
1694 – Emitiu um parecer a favor da liberdade dos índios, contra as administrações particulares na Capitania de São Paulo.
1695 – Enviou uma carta circular de despedida à nobreza de Portugal e amigos, por não poder escrever a todos.
1696 – Foi transferido da Quinta do Tanque para o Colégio dos Jesuítas, no Terreiro de Jesus.
1697 – Terminou a revisão do tomo XII dos Sermões; ditou a sua última carta na  Companhia de Jesus.
1697 - Faleceu no dia 18 de Julho no Colégio com a idade de 89 anos.
 
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira: INCM: Colecção particular do autor.
 
 
 F I M
 
Editado no Jornal das Caldas em 17-06-2014


Sem comentários: