Numismática
MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO
57ª. Moeda
Série Portugal Universal
Padre António Vieira
1/4 de Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta, descaído para a
esquerda do campo o escudo nacional sobreposto à esfera armilar, circundado junto à orla superior pela legenda “República
Portuguesa", junto à orla direita pelo
valor facial da moeda em duas linhas "1/4 Euro" e na orla inferior
pela pela legenda "A. Marinho INCM Au 9990/00 - 1/20
Oz".
Rev: Apresenta junto à orla
esquerda a legenda "Pe. António Vieira-2011",junto à orla
inferior a legenda "INS", servindo-se do alongamento da perna da
letra h onde se colocou uma cruz e na orla da direita a imagem do Padre Vieira
com a legenda "1608-1697", que representa a data do seu nascimento e
a data da sua morte. O campo central da moeda encontra-se vazio.
Autor: José Manuel Espiga Pinto.
Moedas
de Ouro:
Valor
facial 1/4 de Euro; Au: 999/1000 de toque; Dia. 14 mm; Peso 1,56 g; Bordo
serrilhado. Cunhagem 15.000 exemplares.
António Vieira ou Padre António
Vieira, sendo este último o nome pelo qual ficou mais conhecido nasceu na
cidade de Lisboa a 6 de Fevereiro de 1608 e faleceu em S. Salvador no Brasil em
18 de Julho de 1697. Nascido num lar humilde, na Rua do Cónego, perto da Sé de
Lisboa, foi o primogénito de quatro filhos de Cristóvão Vieira Ravasco e de
Maria de Azevedo natural da cidade de Lisboa. Foi um religioso, filósofo,
escritor e exímio orador da Companhia de Jesus. Foi um distinto missionário em
terras brasileiras, onde foi um incansável defensor dos direitos dos povos
indígenas, combatendo a exploração e a escravidão. Era conhecido entre os
indígenas tupi como "Paiaçu" ou "Grande Padre/Pai". Dedicou-se
à defesa dos judeus, à abolição da distinção entre cristãos novos e cristãos
velhos, à abolição da escravatura, criticou os sacerdotes da sua época, mas em
especial a acção da Santa Inquisição.
Os seus sermões eram de tal
importância que frequentemente era exigida a sua leitura nas universidades.
Deixou uma obra complexa que
exprime as suas opiniões políticas, não sendo propriamente um escritor, mas sim
um orador. Além dos Sermões, redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias
que nunca concluiu. Entre os seus sermões, alguns dos mais célebres foram: o
"Sermão do Quinto Domingo da Quaresma", o "Sermão da
Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra
os da Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão", "Sermão de Santo
António aos Peixes" entre outros.
Padre António Vieira deixou cerca de 700 cartas e 200 sermões.
Cronologia
1608 – Nasceu a 6 de Fevereiro na
cidade de Lisboa, na freguesia da Sé, filho primogénito de Cristóvão Vieira Ravasco e de
Maria de Azevedo.
1614 – Desembarcou com a família em
Salvador da Baía, onde frequentou as aulas do Colégio dos Jesuítas.
1624 - No mês de Maio, as forças
holandesas ocuparam a cidade de Salvador.
1626 – Com 18 anos de idade, o
noviço António Vieira foi encarregado de redigir a Carta Annua ao Geral dos
Jesuítas, relatório anual da Companhia de Jesus no Brasil, constituindo o seu
primeiro escrito.
1627 – Transferiu-se para o
Colégio dos Jesuítas de Olinda, onde passou a ministrar aulas de Retórica.
1633 – Pregou o seu primeiro
sermão em público, na Igreja de Nossa
Senhora da Conceição da Praia, em Salvador.
1634 – Foi ordenado sacerdote, a
10 de Dezembro, celebrando a 13 do mesmo mês a sua primeira missa.
1638 – Foi nomeado Lente em Teologia.
1640 – Pregou o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as da Holanda",
na Igreja de Nossa Senhora da
Ajuda, em
Salvador.
1641 – Padre António Vieira viajou
para Lisboa, onde residiu até 1646.
1642–1644 – Pregou pela primeira
vez na Capela Real em Lisboa, o "Sermão dos Bons
Anos", em atenção ao brilhantismo das suas prédicas recebeu em
1644, o título de Pregador de Sua Majestade e alguns dos seus sermões foram
publicados separadamente.
1646–1652 – Pregador e
conselheiro de D. João IV, foi por este
enviado como embaixador em diversas missões diplomáticas aos Países Baixos e a França,
negociando Pernambuco,
a paz europeia, o financiamento da guerra contra Castela e a futura Companhia Geral
do Comércio do Brasil.
Foi um período de grande actividade diplomática e política de António Vieira,
que se deslocou por grande parte da Europa,
representando e defendendo os interesses portugueses. Fez, ainda, parte da
embaixada portuguesa nas negociações da Paz de Münster,
cujo objectivo era pôr fim à Guerra dos Trinta Anos. Em
Ruão e Amesterdão, encontrou-se e negociou com representantes da
comunidade judaica portuguesa aí refugiada, o que lhe valeu, desde então,
a hostilidade do Santo Ofício.
1652 – Em Novembro regressou ao Brasil, a fim de se dedicar às missões
junto dos indígenas do estado do Maranhão,
dos quais assumiu a defesa, contra os interesses da escravatura por parte dos
colonos.
1654 – Pregou o "Sermão de Santo António aos
Peixes", na véspera de embarcar para Lisboa, pediu providências
favoráveis aos índios e às missões jesuítas no estado do Maranhão.
1655 – Antes de voltar às missões
do Estado do Maranhão, em Abril, pregou na Capela Real, em Lisboa, durante a
Quaresma, iniciando com o "Sermão da Sexagésima"
e terminando com o "Sermão do Bom Ladrão".
1659 – Visitou cinco aldeias da
etnia Nheengaíba. No regresso a Belém do Pará, encontrando-se doente em Cametá,
redigiu o seu primeiro tratado futurológico "Esperanças de Portugal, V Império do Mundo".
1661 – Em resultado do seu combate
à escravidão dos índios, Vieira e os seus companheiros jesuítas são expulsos do
Estado do Maranhão e embarcados para Lisboa.
1663–1667 – Foi desterrado para Coimbra e aí começaram os interrogatórios da Inquisição, que o
perseguiu devido às suas ideias milenaristas e messiânicas inspiradas no
profetismo de António Gonçalves Annes
Bandarra ("Quinto Império") e, também, por causa das suas alegadas
simpatias pela "gente da nação", os judeus.
1666
- A Inquisição ordenou que fosse retirado da cela de religioso, a que estava
confinado, e colocou-o em cárcere de custódia. Apesar de praticamente
desprovido de livros para consultas, redige duas Representações da Defesa e, em
segredo, parte do livro "História do Futuro" e
da "Apologia".
1667 - Foi proferida a sentença: "… seja privado
para sempre da voz activa e passiva e do poder de pregar…". Foi
amnistiado em 12 de Junho de 1668.
1669 – Pregou o "Sermão do Cego",
na Capela Real, em Lisboa. Partiu para Roma
em busca de revisão da sua sentença, onde permaneceu seis anos, pregando, em
italiano, aos cardeais da Cúria romana e à exilada rainha Cristina da Suécia.
1675 – Regressou a Lisboa, munido
de um Breve do Papa Clemente X, isentando-o "por toda
a vida de qualquer jurisdição, poder e autoridade dos inquisidores presentes e
futuros de Portugal", mas permanecendo sujeito à autoridade da Cúria
romana.
1679 – Declinou o convite da
rainha Cristina da Suécia para ser seu confessor.
1681 – Regressou ao Brasil, a
Salvador, Baía, em Janeiro, passando a
residir na Quinta do Tanque, casa de campo do Colégio dos Jesuítas, onde
preparou a publicação dos seus Sermões e redige a "Clavis
Prophetarum".
1686 – Vieira foi um dos poucos a
não ser afectado pela epidemia de "mal da bicha" (febre amarela).
Devido a essa calamidade, a Câmara de Salvador fez votos a São Francisco Xavier, proclamando-o Padroeiro da Cidade do
Salvador, em 10 de Maio. 1688 – Foi nomeado Visitador Geral da Província do
Brasil (até 1691).
1690 – Promoveu a Missão entre os
índios Cariri da Baía, financiando-a com o lucro da venda dos seus
livros.
1694 – Emitiu um parecer a favor
da liberdade dos índios, contra as administrações particulares na Capitania de São Paulo.
1695 – Enviou uma carta circular
de despedida à nobreza de
Portugal e amigos, por não poder escrever a todos.
1696 – Foi transferido da Quinta
do Tanque para o Colégio dos Jesuítas, no Terreiro de Jesus.
1697 – Terminou a revisão do tomo
XII dos Sermões; ditou a sua última carta na Companhia de Jesus.
1697 -
Faleceu no dia 18 de Julho no Colégio com a idade de 89 anos.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira:
INCM: Colecção particular do autor.
F I M
Editado no Jornal das Caldas em 17-06-2014
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