quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Numismática

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

 
42ª. Moeda
Série Tesouros Numismáticos
“O Morabitino”
1,50 Euro
 
Características da moeda

Anv: Apresenta a legenda "República Portuguesa" no círculo exterior, no círculo interior o valor facial da moeda "1,50 €", por baixo a era "2009" e entre estes o escudo nacional de forma a fazer conjunto com a composição exibida no reverso.
 
Rev: Apresenta a recriação da moeda morabitino, a legenda "Regis Portvgalensvm", circulando a imagem central do rei a cavalo empunhando a sua espada.
Autor: Rui Vasquez.
Moeda em Cuproníquel: Dia - 26,5 mm; Peso 8 g.; Bordo liso e irregular. Cunhagem:
226 250 exemplares.
Moedas de Ouro Proof: Au 999/1000; Dia 26,5 mm; Peso 10,37 g.; Bordo liso e irregular: Cunhagem: 2 500 exemplares.
 
A moeda Morabitino de D. Sancho II é primeira de uma colecção designada “Tesouros numismáticos portugueses”. Foram cunhadas cinco moedas, uma por ano, com início em 2009. Esta colecção é alusiva a alguns dos exemplares mais relevantes da numismática e da história portuguesas.
 O Maravedi ou morabitino foi uma moeda de ouro cunhada na Península Ibérica, inicialmente pelos Almorávidas, (originariamente monges soldados saídos de grupo nómadas provenientes do Saara). A dinastia almorávida abraçou uma interpretação rigorosa do Islão e unificou sob o seu domínio grandes extensões no ocidente do mundo muçulmano com as quais formaram um Império, entre os séculos XI e XII, que chegou a estender-se nomeadamente pelas actuais Mauritânia, Saara Ocidental, donde provinham, Marrocos e parte sul da Península Ibérica.
No contexto da Reconquista Cristã, com o metal obtido junto dos muçulmanos, as monarquias peninsulares também cunharam os seus "morabitinos" e "maravedis".
Em Portugal, a primeira moeda de ouro a ser cunhada foi  no reinado de D. Sancho I.
Ao longo de toda a primeira metade do século XIII, os reis de Portugal fizeram cunhar peças de ouro, ditas "Morabitinos", cujo peso variava entre os 3,82 g, e 3,6 g.
Quanto aos morabitinos portugueses muito raros que até nós chegaram, não tem havido acordo sobre a sua cronologia e a maneira como distribui-las entre os três reis D. Afonsos e os dois D. Sanchos. O período entre o último terço do século XI e meados do século XIII caracterizou-se pela hegemonia esmagadora do ouro muçulmano; morabitino almorávida e, após este a dobra. Na Península Ibérica os cristãos copiaram-nos sem conseguirem obter o efeito desejado (substituição). O ouro foi, nestes séculos e no mundo muçulmano, permanentemente barato. Uma longa tradição de cunhagem do ouro esteve enraizada na Península Ibérica.
Em Portugal estas moedas chamavam-se "morabitino" e em Castela "maravedi".
O Império Almorávida era um império do ouro, cujo berço foi uma feira do ouro: Sidjilmessa. As suas moedas inundaram a Cristandade para pagar escravos e matérias-primas, chegando mesmo à Escandinávia e à longínqua Rússia. O ouro muçulmano  comandou a evolução monetária portuguesa. O ouro do Sudão foi o alvo das viagens portuguesas dos descobrimentos no século XV.
As lutas travadas entre as caravanas cameleiras que trouxeram ao Magrebe o precioso metal vindo do misterioso sertão negro, obrigaram os Portugueses a um esforço enorme para obter informações precisas e minuciosas.
Por tudo isso, a história monetária de Portugal e do seu império permaneceria incompreensível se não se trouxesse à luz estas cáfilas de camelos que atravessam o Saara carregados de ouro.
 
Fontes: Os Descobrimentos e a Economia Mundial, 1º volume, Lisboa, Presença; pt.wikipedia.org/wiki/Maravedi; INCM; Colecção particular do autor.
 
 F I M
 

Publicado pelo Jornal das Caldas em 03-12-2014

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