Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
42ª. Moeda
Série Tesouros Numismáticos
“O Morabitino”
1,50 Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta a legenda
"República Portuguesa" no círculo exterior, no círculo interior o
valor facial da moeda "1,50 €", por baixo a era "2009" e
entre estes o escudo nacional de forma a fazer conjunto com a composição
exibida no reverso.
Rev: Apresenta a recriação da
moeda morabitino, a legenda "Regis Portvgalensvm", circulando a
imagem central do rei a cavalo empunhando a sua espada.
Autor: Rui Vasquez.
Moeda
em Cuproníquel: Dia - 26,5 mm; Peso 8 g.; Bordo liso e irregular. Cunhagem:
226
250 exemplares.
Moedas
de Ouro Proof: Au 999/1000; Dia 26,5 mm; Peso 10,37 g.; Bordo liso e irregular:
Cunhagem: 2 500 exemplares.
A moeda Morabitino de D. Sancho
II é primeira de uma colecção designada “Tesouros numismáticos portugueses”.
Foram cunhadas cinco moedas, uma por ano, com início em 2009. Esta colecção é
alusiva a alguns dos exemplares mais relevantes da numismática e da história
portuguesas.
O Maravedi
ou morabitino foi uma moeda de ouro cunhada na Península Ibérica, inicialmente
pelos Almorávidas, (originariamente monges soldados saídos de grupo nómadas
provenientes do Saara).
A dinastia almorávida abraçou uma interpretação rigorosa do Islão e unificou
sob o seu domínio grandes extensões no ocidente do mundo muçulmano com as quais
formaram um Império, entre os séculos XI e XII, que chegou a estender-se
nomeadamente pelas actuais Mauritânia, Saara Ocidental, donde provinham,
Marrocos e parte sul da Península Ibérica.
No contexto da
Reconquista Cristã, com o metal obtido junto dos muçulmanos, as monarquias
peninsulares também cunharam os seus "morabitinos" e
"maravedis".
Em Portugal, a primeira moeda de
ouro a ser cunhada foi no reinado de D.
Sancho I.
Ao longo de toda
a primeira metade do século XIII, os reis de Portugal fizeram cunhar peças de
ouro, ditas "Morabitinos", cujo peso variava entre os 3,82 g, e 3,6
g.
Quanto aos
morabitinos portugueses muito raros que até nós chegaram, não tem havido acordo
sobre a sua cronologia e a maneira como distribui-las entre os três reis D.
Afonsos e os dois D. Sanchos. O período entre o último terço do século XI e meados
do século XIII caracterizou-se pela hegemonia esmagadora do ouro muçulmano;
morabitino almorávida e, após este a dobra. Na Península Ibérica os cristãos
copiaram-nos sem conseguirem obter o efeito desejado (substituição). O ouro
foi, nestes séculos e no mundo muçulmano, permanentemente barato. Uma longa
tradição de cunhagem do ouro esteve enraizada na Península Ibérica.
Em Portugal
estas moedas chamavam-se "morabitino" e em Castela
"maravedi".
O Império Almorávida
era um império do ouro, cujo berço foi uma feira do ouro: Sidjilmessa. As suas
moedas inundaram a Cristandade para pagar escravos e matérias-primas, chegando
mesmo à Escandinávia e à longínqua Rússia. O ouro muçulmano comandou a evolução monetária portuguesa. O
ouro do Sudão foi o alvo das viagens portuguesas dos descobrimentos no século
XV.
As lutas
travadas entre as caravanas cameleiras que trouxeram ao Magrebe o precioso
metal vindo do misterioso sertão negro, obrigaram os Portugueses a um esforço
enorme para obter informações precisas e minuciosas.
Por tudo isso, a
história monetária de Portugal e do seu império permaneceria incompreensível se
não se trouxesse à luz estas cáfilas de camelos que atravessam o Saara
carregados de ouro.
Fontes: Os Descobrimentos e a
Economia Mundial, 1º volume, Lisboa, Presença; pt.wikipedia.org/wiki/Maravedi;
INCM; Colecção particular do autor.
F I M
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