sábado, 10 de agosto de 2013

Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

7ª. Moeda
Património da Humanidade
Convento de Cristo em Tomar
5 Euro
                               
Características da moeda
 
Anv: Apresenta no centro do campo o valor facial da moeda encimada com o escudo das armas nacionais assente na esfera armilar, por baixo o valor facial da moeda em duas linhas, ladeado à esquerda pela Cruz da Ordem dos Templários e à direita pela Cruz da Ordem de Cristo, orlada na base inferior pela legenda “República Portuguesa.2004”.

 Rev: Apresenta no campo central a Janela do Capítulo em estilo manuelino, ladeada à esquerda pelo logótipo Património Mundial da UNESCO, e ladeado à direita com a legenda Convento de Cristo.
Autor: José Cândido.
Moedas de Prata com acabamento normal:
Valor facial 5 Euro; Ag: 500/1000 de toque; Dia 30 mm; Peso 14 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 350.000 exemplares.
Moedas de Prata proof:
Valor facial 5 Euro; Ag: 925/1000 de toque; Dia 30 mm; Peso 27 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.
Breve História
Após a conquista da região de Tomar aos mouros pelo Rei D. Afonso Henriques, este doou-a à Ordem dos Templários. Esta ordem de seu nome completo “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, foi uma das principais e mais famosa ordem criada na Idade Média, que por vezes era chamada de “Cavaleiros de Cristo”, “Cavaleiros do Templo”, “Cavaleiro dos Pobres”. Foi criada pelo Papado no ano de 1119, após a Primeira Cruzada (1096), tendo como patrono São Bernardo do Claraval e como lema “Não para nós Senhor, mas para glória do teu Nome”. Os seus membros fizeram voto de pobreza e castidade para se tornarem monges, trajando mantos brancos com a característica cruz vermelha, e o seu símbolo passou a ser um cavalo.

Os cavaleiros e monges Templários de Tomar governavam vastas possessões do centro do Reino de Portugal que estavam obrigados a defender dos ataques vindos dos estados islâmicos a sul. Como muitos senhores das então pouco povoadas regiões da fronteira, aos vilões foram concedidos muitos direitos que não tinham os habitantes do norte do país. Aqueles que podiam sustentar um cavalo estavam obrigados ao serviço militar em troca de privilégios. As mulheres também podiam ingressar na Ordem, mas não combatiam.
Esta Ordem foi dissolvida pelo Papa Clemente V no ano de 1312. Em Portugal surge uma nova Ordem de iniciativa do Rei D. Dinis, a Ordem de Cristo Originalmente, era uma ordem religiosa e militar, criada a 14 de Março de 1319 pela Bula Papal Ad ea ex-quibus de João XXII que, deste modo, acedia ao pedido do nosso rei Dom Dinis. Recebeu o nome de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e foi herdeira das propriedades e privilégios da Ordem do Templo. Em Maio desse mesmo ano, numa cerimónia solene que contou com a participação do Arcebispo de Évora e de D. Afonso de Albuquerque, alferes mór do reino e de outros membros da cúria régia, o rei Dom Dinis ratificou, em Santarém, a criação da nova Ordem.



O Convento de Cristo, é o principal monumento histórico na cidade de Tomar, classificado pela UNESCO como Património Mundial. Foi pertença da Ordem dos Templários, fundado no ano de 1160 pelo seu Grão-Mestre, Dom Gualdim Pais. O Convento de Cristo ainda conserva recordações desses monges e cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo, os quais fizeram deste edifício a sua sede. Foi concedido foral no ano de 1162. Neste conjunto arquitectónico predominam os estilos românico, gótico, manuelino, renascentista, maneirista e barroco, o que nos indica que foi alvo de diversas intervenções ao longo dos séculos. No ano de 1418 era seu Mestre o Infante D. Henrique, que procedeu a obras de beneficiação construindo claustros, entre a Charola e a fortaleza. No ano de 1438, o Rei Dom  Duarte, irmão do infante D. Henrique, para fugir à peste negra que assolava a cidade de Lisboa, refugiou-se em Tomar, onde morreu. Com a expulsão dos judeus de Espanha no ano de 1492, a cidade que tinha uma boa sinagoga acolheu grande número de artesãos, profissionais e mercadores refugiados. A muito significativa população judaica deu novo ímpeto à cidade, com a sua experiência nas profissões e no comércio. Estes foram vitais para o bom êxito da abertura das novas rotas comerciais em África. A sinagoga original, mandada construir pelo Infante Dom Henrique, ainda existe. Durante o Reinado de Dom Manuel I, o Convento tomou a sua forma final, com predomínio do novo estilo Manuelino. As maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III (1521-1557), sendo os seus obreiros os arquitectos como João de Castilho e Diogo da Arruda que procuraram exprimir o poder da Ordem construindo a igreja e os claustros com ricos floreados em estilo manuelino que atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental, (Janela do Capítulo). No ano de 1550, o Tribunal da Santa Inquisição iniciou a perseguição aos judeus, provocando uma debandada da cidade de Tomar para diversos países europeus, os outros que se converteram ao cristianismo foram apelidados de cristãos-novos, os que não conseguiram fugir ou que não se quiseram converter foram presos e torturados em Autos de Fé. Este ataque desenfreado aos judeus teve como consequência a perda do dinamismo económico da cidade de Tomar, iniciando-se o seu declínio. No ano de 1581, Tomar acolheu as cortes que aclamaram o rei Filipe II de Espanha como Filipe I de Portugal, iniciando-se a Dinastia Filipina e a perda da nossa independência por 60 anos. No século XVIII, e pela influência do Marquês de Pombal, a cidade sofreu um novo incremento com a criação da Real Fábrica. No reinado de D. Maria I foi fundada a Fábrica de Fiação; mais indústrias se foram fixando, como a do papel, vidro, metalúrgica, sabão, seda e outras. No século XIX, no período das Invasões Francesas a cidade foi ocupada militarmente pelas forças francesas, sendo libertada pelas tropas luso inglesas. Com a instauração do Liberalismo no ano de 1834, foram abolidas todas as ordens religiosas em Portugal e com elas a Ordem de Cristo.


Este conjunto Arquitectónico é dos mais visitados e admirados em Portugal pelo seu estado de conservação e pelo seu significado histórico, político, religioso e económico.
Créditos: Convento de Cristo – Wikipédia, enciclopédia livre. Wikipédia org/wiki/Convento de Cristo; Documentação avulsa da INCM; Colecção particular de Luís Tudella.
F I M
Publicado no Jornal das Caldas de 6 de Agosto de 2013

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