sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Numismática

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
9ª 10ª e 11ª Moedas
 Colecção Comemorativa
UEFA EURO -2004
                   
2ª. Série

O Espectáculo do Futebol
8 Euro

Quando, no ano de 2000, a UEFA atribuiu a Portugal a realização e organização do Campeonato da Europa de Futebol, pôs-se em marcha um elaborado programa, abrangendo um elevado número de sectores da sociedade, que vieram auxiliar na concretização daquilo que foi um verdadeiro êxito desportivo e organizativo que até então não se tinha realizado em Portugal, sendo alvo dos mais rasgados elogios de toda a imprensa europeia, e servindo de exemplo para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2006, que se veio a realizar na Alemanha.

À 2ª.série foi dado o título “O Espectáculo do Futebol”, que compõe as seguintes moedas:

A DEFESA 

 Anv: Apresenta o escudo nacional, por baixo o valor facial, de “8 Euro”, e na orla inferior, sob uma bola, a legenda “República Portuguesa”.

 Rev: Apresenta, de uma forma concisa, os dois elementos essenciais da defesa, o “guarda - redes”, e a “bola”, em cujo centro se inscreve a legenda “logótipo oficial da UEFA EURO 2004”.
Autor: João Duarte.

O REMATE 

Anv: Apresenta sobre o lado esquerdo o escudo nacional, circundado pela legenda “República Portuguesa” – 2004”; sobre o lado direito e entre duas linhas paralelas saídas do círculo, o valor facial “8 Euro”.

Rev: Apresenta, em primeiro plano, um jogador a cabecear a bola, que tem no centro o logótipo oficial da prova, e como fundo o estádio com os espectadores em ambiente festivo.
Autor: José Simão.

O GOLO 

Anv: Apresenta o escudo nacional, a legenda “República Portuguesa”, a era, o valor facial de “8 Euro”, constituindo um motivo concêntrico que representa o esférico em movimento.

Rev: No centro, representa o logótipo oficial da prova, rodeado por um conjunto de pictogramas sugerindo a explosão emocional dos espectadores com os corações eufóricos.
Autor: José Teixeira.

Foram efectuadas cunhagens das referidas moedas em diversos metais preciosos.
Especificações técnicas das moedas:
- Moeda Corrente de prata:
Ag: 500; Dia. – 36 mm.; Peso – 21 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –1 500 000  exemplares de cada.
- Moeda BNC (Brilhante não Circulada) de prata:
Ag: 925; Dia – 36 mm.; Peso – 31,10 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –30 000  exemplares de cada.
- Moeda de Prata Proof (Prova numismática):
Ag: 925; Dia. – 36 mm.;  Peso – 31,10 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –15 000  exemplares de cada.
- Moeda de Ouro Proof (Prova Numismática):
Au. 916,6; Dia. – 36 mm.; Peso – 31,10 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –15 000  exemplares de cada.


Moedas de Ouro
A Defesa
O Remate
O Golo
Créditos: Documentação avulsa da INCM; Colecção particular de Luís Tudella; História do futebol (Origens).


Agosto de 2013

FIM




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

8ª. Moeda
Património da Humanidade
Centro Histórico de Évora
5 Euro
                                  
Características da moeda


Anv: Apresenta a linha de limitação da planta geográfica do centro histórico da cidade de Évora, onde se sobrepõe no lado esquerdo as armas nacionais assentes na esfera armilar e sobre o lado direito o valor facial da moeda “5 euro”, encimada na orla superior pela legenda “República Portuguesa” e na orla inferior pela era da cunhagem da moeda “2004”.

Rev: Apresenta a figura do Largo das Portas de Moura, representado pela sua fonte renascentista e pelo mirante da casa Cordovil, do estilo luso-mourisco, o logotipo do Património Mundial da Unesco, encimada pela legenda “Unesco Património Mundial” e na orla inferior pela legenda em duas linhas “Centro Histórico de Évora”..
Autor: José Cândido.
Moedas de Prata com acabamento normal:
Valor facial 5 Euro; Ag: 500/1000 de toque; Dia 30 mm; Peso 14 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 300.000 exemplares.
Moedas de Prata proof:
Valor facial 5 Euro; Ag: 925/1000 de toque; Dia 30 mm; Peso 14 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.

História

A cidade de Évora fica situada na planície alentejana, num ponto de cruzamento milenar de vias e rotas comerciais da Península Ibérica. A cidade adquiriu desde a antiguidade uma importância vital política e social para todas as civilizações que marcaram o território, advindo daí como pólo urbano a riqueza acumulada de dois mil anos de história. Da presença romana, onde recebeu o nome de Liberalitas Julia, subsistem um sistema viário e uma malha urbana ainda verificáveis no cadastro actual e a antiga urbe legou-nos a monumentalidade do Templo de Diana. Da ocupação muçulmana crescida à sombra das muralhas tardo-romanas subsiste o traçado tortuoso de alguns arruamentos da parte antiga do casco histórico. Na Idade Média Évora adquiriu uma posição de destaque no Reino Português e cresceu até aos limites da Cerca Nova, a segunda cinta de muralhas, datando do mesmo período o início da construção da Sé Catedral, monumento que constituiu o primeiro estaleiro do gótico português. A instituição da Universidade em 1556 reforçou a dimensão cultural da cidade e traduziu-se numa produção artística, arquitectónica e cosmopolita ainda hoje patente em conventos, palácios renascentistas, maneiristas e barrocos. Pela cidade ainda se podem vislumbrar vestígios de diversas civilizações e culturas – celtas, romanas, árabes, judias e cristãs que foram os alicerces predominantes da arquitectura eborense. O Centro Histórico de Évora, formado por ruas estreitas e travessas, pátios e largos, tem uma área de 107 hectares e é claramente demarcado pelas muralhas medievais com a extensão de mais de 3 km. A cidade foi habitada desde o período romano, destacando-se neste período o “Templo de Diana”; foi ocupada posteriormente por invasões bárbaras (domínio visigótico), foi no ano de 715 D.C. conquistada aos mouros; Geraldo Geraldes cognominado o “Sem pavor” no ano de 1166, conquistou a cidade aos mouros e no ano seguinte o rei D. Afonso Henriques concedeu-lhe foral. Durante a Idade Média, foi das cidades mais prósperas do reino, mais precisamente entre 1385-1580, durante a dinastia de Avis. No ano de 1551, foi fundada a Universidade pelos Jesuítas, recebendo grandes mestres como Clenardo e Molina. No século XVIII, e sob as ordens do Marques de Pombal (1759), a Universidade foi encerrada, aquando da expulsão dos seus fundadores.
A testemunhar a dinâmica histórica e cultural das várias épocas, ficaram os muitos e belos monumentos realizados por diferentes artistas, que hoje podem ser admirados em todo o seu esplendor.
Capela dos Ossos - É uma capela da Igreja de S. Francisco cujas paredes se encontram todas forradas com ossadas humanas. Era local de meditação sobre a morte para os monges. Templo de Diana - É o monumento mais conhecido de Évora. Trata-se das ruínas dum templo romano outrora ali existente. Fica na praça Conde Vila Flor, junto à Catedral, ao Museu e à Pousada dos Loios. 
Catedral - Edifício monumental românico-gótico (se. XIII-XIV). Na sua visita é possível subir às torres e ir até ao telhado de onde se tem uma vista formidável sobre a cidade e os campos. Possui um Museu de Arte Sacra digno de ser visitado pela sua riqueza. Aqueduto da Água da Prata - Este aqueduto mantém-se em bom estado de conservação por alguns quilómetros fora das muralhas. Lá dentro, é muito bonito seguir a rua do Cano, onde ele passa, e ver as casas que foram construídas entre os vãos dos pilares de pedra. Uma das mais singulares ruas da cidade. Palácio de D. Manuel e Jardins - É o que resta do antigo palácio dos reis portugueses. Apresenta uma arquitectura muito interessante que mistura o Manuelino com elementos mujédares. Nos jardins em seu redor são frequentes as actividades culturais e está repleto de pavões que se passeiam livremente. Praça do Giraldo – É a praça principal da cidade e onde se concentra toda a agitação. Igreja da Graça – Esta igreja tem uma fachada renascentista fabulosa. Fica entre a Igreja de S. Francisco e a praça do Giraldo. Universidade – Os edifícios da Universidade são muito bonitos, mas somente são visitáveis durante a semana. 
O Largo das Portas de Moura, representado pela sua fonte renascentista e pelo mirante da casa Cordovil, do estilo luso-mourisco. Nos arredores a cerca de 13 Km da cidade situa-se o Cromeleque dos Almendres, o maior conjunto de menires estruturado da Península Ibérica.
Por todo este conjunto monumental, o Centro Histórico de Évora foi classificado como Património Mundial da UNESCO no ano de 1986.
Créditos: w.w.w.dobrarfronteira.com/Centro Histórico de Évora; w.w.w.igespar. pt/ Património Mundial/Portugal; Documentação avulsa da INCM; Colecção particular de Luís Tudella.
F I M
Publicado no Jornal das Caldas em 14 de Agosto de 2013

sábado, 10 de agosto de 2013

Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

7ª. Moeda
Património da Humanidade
Convento de Cristo em Tomar
5 Euro
                               
Características da moeda
 
Anv: Apresenta no centro do campo o valor facial da moeda encimada com o escudo das armas nacionais assente na esfera armilar, por baixo o valor facial da moeda em duas linhas, ladeado à esquerda pela Cruz da Ordem dos Templários e à direita pela Cruz da Ordem de Cristo, orlada na base inferior pela legenda “República Portuguesa.2004”.

 Rev: Apresenta no campo central a Janela do Capítulo em estilo manuelino, ladeada à esquerda pelo logótipo Património Mundial da UNESCO, e ladeado à direita com a legenda Convento de Cristo.
Autor: José Cândido.
Moedas de Prata com acabamento normal:
Valor facial 5 Euro; Ag: 500/1000 de toque; Dia 30 mm; Peso 14 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 350.000 exemplares.
Moedas de Prata proof:
Valor facial 5 Euro; Ag: 925/1000 de toque; Dia 30 mm; Peso 27 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.
Breve História
Após a conquista da região de Tomar aos mouros pelo Rei D. Afonso Henriques, este doou-a à Ordem dos Templários. Esta ordem de seu nome completo “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, foi uma das principais e mais famosa ordem criada na Idade Média, que por vezes era chamada de “Cavaleiros de Cristo”, “Cavaleiros do Templo”, “Cavaleiro dos Pobres”. Foi criada pelo Papado no ano de 1119, após a Primeira Cruzada (1096), tendo como patrono São Bernardo do Claraval e como lema “Não para nós Senhor, mas para glória do teu Nome”. Os seus membros fizeram voto de pobreza e castidade para se tornarem monges, trajando mantos brancos com a característica cruz vermelha, e o seu símbolo passou a ser um cavalo.

Os cavaleiros e monges Templários de Tomar governavam vastas possessões do centro do Reino de Portugal que estavam obrigados a defender dos ataques vindos dos estados islâmicos a sul. Como muitos senhores das então pouco povoadas regiões da fronteira, aos vilões foram concedidos muitos direitos que não tinham os habitantes do norte do país. Aqueles que podiam sustentar um cavalo estavam obrigados ao serviço militar em troca de privilégios. As mulheres também podiam ingressar na Ordem, mas não combatiam.
Esta Ordem foi dissolvida pelo Papa Clemente V no ano de 1312. Em Portugal surge uma nova Ordem de iniciativa do Rei D. Dinis, a Ordem de Cristo Originalmente, era uma ordem religiosa e militar, criada a 14 de Março de 1319 pela Bula Papal Ad ea ex-quibus de João XXII que, deste modo, acedia ao pedido do nosso rei Dom Dinis. Recebeu o nome de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e foi herdeira das propriedades e privilégios da Ordem do Templo. Em Maio desse mesmo ano, numa cerimónia solene que contou com a participação do Arcebispo de Évora e de D. Afonso de Albuquerque, alferes mór do reino e de outros membros da cúria régia, o rei Dom Dinis ratificou, em Santarém, a criação da nova Ordem.



O Convento de Cristo, é o principal monumento histórico na cidade de Tomar, classificado pela UNESCO como Património Mundial. Foi pertença da Ordem dos Templários, fundado no ano de 1160 pelo seu Grão-Mestre, Dom Gualdim Pais. O Convento de Cristo ainda conserva recordações desses monges e cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo, os quais fizeram deste edifício a sua sede. Foi concedido foral no ano de 1162. Neste conjunto arquitectónico predominam os estilos românico, gótico, manuelino, renascentista, maneirista e barroco, o que nos indica que foi alvo de diversas intervenções ao longo dos séculos. No ano de 1418 era seu Mestre o Infante D. Henrique, que procedeu a obras de beneficiação construindo claustros, entre a Charola e a fortaleza. No ano de 1438, o Rei Dom  Duarte, irmão do infante D. Henrique, para fugir à peste negra que assolava a cidade de Lisboa, refugiou-se em Tomar, onde morreu. Com a expulsão dos judeus de Espanha no ano de 1492, a cidade que tinha uma boa sinagoga acolheu grande número de artesãos, profissionais e mercadores refugiados. A muito significativa população judaica deu novo ímpeto à cidade, com a sua experiência nas profissões e no comércio. Estes foram vitais para o bom êxito da abertura das novas rotas comerciais em África. A sinagoga original, mandada construir pelo Infante Dom Henrique, ainda existe. Durante o Reinado de Dom Manuel I, o Convento tomou a sua forma final, com predomínio do novo estilo Manuelino. As maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III (1521-1557), sendo os seus obreiros os arquitectos como João de Castilho e Diogo da Arruda que procuraram exprimir o poder da Ordem construindo a igreja e os claustros com ricos floreados em estilo manuelino que atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental, (Janela do Capítulo). No ano de 1550, o Tribunal da Santa Inquisição iniciou a perseguição aos judeus, provocando uma debandada da cidade de Tomar para diversos países europeus, os outros que se converteram ao cristianismo foram apelidados de cristãos-novos, os que não conseguiram fugir ou que não se quiseram converter foram presos e torturados em Autos de Fé. Este ataque desenfreado aos judeus teve como consequência a perda do dinamismo económico da cidade de Tomar, iniciando-se o seu declínio. No ano de 1581, Tomar acolheu as cortes que aclamaram o rei Filipe II de Espanha como Filipe I de Portugal, iniciando-se a Dinastia Filipina e a perda da nossa independência por 60 anos. No século XVIII, e pela influência do Marquês de Pombal, a cidade sofreu um novo incremento com a criação da Real Fábrica. No reinado de D. Maria I foi fundada a Fábrica de Fiação; mais indústrias se foram fixando, como a do papel, vidro, metalúrgica, sabão, seda e outras. No século XIX, no período das Invasões Francesas a cidade foi ocupada militarmente pelas forças francesas, sendo libertada pelas tropas luso inglesas. Com a instauração do Liberalismo no ano de 1834, foram abolidas todas as ordens religiosas em Portugal e com elas a Ordem de Cristo.


Este conjunto Arquitectónico é dos mais visitados e admirados em Portugal pelo seu estado de conservação e pelo seu significado histórico, político, religioso e económico.
Créditos: Convento de Cristo – Wikipédia, enciclopédia livre. Wikipédia org/wiki/Convento de Cristo; Documentação avulsa da INCM; Colecção particular de Luís Tudella.
F I M
Publicado no Jornal das Caldas de 6 de Agosto de 2013

sexta-feira, 2 de agosto de 2013


Numismática
Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
6ª. Moeda
V Série Ibero-Americana
“Náutica”
10 Euro

Desde do ano de 1992 que Portugal conjuntamente com a Espanha e vários países da América Latina, emitem moedas que estão integradas nas Séries Ibero-Americana, subordinadas aos mais diversos temas. A Náutica, foi a escolha para esta série e direccionada para o mar.
Características da moeda

Anv: Apresenta no centro do campo e no círculo interior o escudo das armas nacionais sobreposto à esfera armilar, circundado pela legenda “República Portuguesa e o valor facial *10  EURO*, no círculo exterior  a heráldica dos países ibéricos e ibero-americanos, aderentes a este evento, Portugal, Espanha, Argentina, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nicarágua Paraguai e Perú.
Rev: Apresenta no campo central uma nau de grande porte com as velas içadas, recebendo os ventos predominantes, sulcando os mares, provocando uma ondulação, indicando-nos o movimento desta. Sobre o lado direito mostra-se um quadrante, utensílio aplicado às artes de marear; junto à orla inferior a legenda NÁUTICA e na orla lateral a era da cunhagem da moeda.

Autor: Raul de Sousa Machado.
Moedas de Prata com acabamento normal:
Valor facial 10 Euro; Ag: 500/100 de toque; Dia 40 mm; Peso 27 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem 350.000 exemplares.
Moedas de Prata proof:
Valor facial 10 Euro; Ag: 925/100 de toque; Dia 40 mm; Peso 27 g.; Bordo serrilhado. Cunhagem de 10.000 exemplares.

 O termo Náutico, define-se como o conjunto das tecnologias de navegação no mar ou aérea, sendo hoje empregue não só para referenciar a arte de navegar, mas toda a actividade a ele inerente, como embarcações, praticadas nos mares, rios e lagos
Nau é a denominação genérica dada a navios de grande porte até ao seculo XV, utilizados para viagens de grande percurso; aparecem em diversos documentos históricos os termos nave (do latim navis) termo este, utilizado desde o século XIII ao XV; em contrapartida o termo embarcação aplica-se a barcos de menores dimensões, utilizados em percursos mais curtos, que surgiram no século XV e XVI.
No reinado de D. Fernando I de Portugal as naus multiplicaram-se de forma assinalável por todo o Portugal, devido essencialmente à pirataria que por toda a costa assolava o território nacional; por isso, foi criada uma armada para a combater, passando a integrar a marinha, passando a introduzirem-se bocas de fogo que tiveram as mais diversas classificações segundo, o poder da artilharia: as naus com 100 a 120 bocas, eram naus de três pontas e as de 80 bocas de duas pontas e meia. A capacidade de transporte das naus também foi aumentando, alcançando as duzentas toneladas no século XV e as quinhentas no século XVI.
Na época áurea dos descobrimentos portugueses a náutica foi evoluindo, dando azo ao aparecimento de outro tipo de embarcações. A barca, que se destinava à cabotagem e pesca, e posteriormente a caravela.
Com o desenvolvimento imprimido à navegação, passando de águas costeiras para águas oceânicas, foi necessário proceder-se a adaptações nas embarcações com os novos conhecimentos geográficos e náuticos; à medida que o comércio marítimo se desenvolvia, foi necessário aumentar a capacidade do transporte de mercadorias, marinheiros, soldados e armamento, modificando as características das embarcações. Surgiram então as Caravelas e as Naus de grande porte.

O quadrante instrumento náutico de vital importância tinha a forma de um quarto de círculo, sendo graduado de 0º a 90º, na extremidade onde estavam marcados os 90º, possuindo duas pínulas com um orifício por onde se apontava ao astro; no centro tinha um fio de prumo que observando a sua posição lia-se a graduação que indicava a altura do astro. Tanto o quadrante como o astrolábio, este de origem portuguesa, permitiam indicar a localização da embarcação, ou mais a norte ou mais a sul, através da medição do ângulo que a estrela Polar faz com o horizonte, ou medindo a inclinação do sol, também em relação a este.
 A nau Madre de Deus foi o maior navio do mundo no seu tempo, deslocando 1 600 toneladas, 900 das quais em carga. Construída na Ribeira das Naus em Lisboa no ano de 1589, para a servir na Carreira da Índia, tinha as seguintes características: 50 metros de comprimento e 14,5 metros de largura. Dispunha de 7 convés e 32 canhões, entre outras armas, empregando uma tripulação de 600 a 700 homens. Em agosto de 1592 carregada de valiosíssimas mercadorias, de regresso a Lisboa na sua segunda viagem à Índia foi atacada e capturada por uma frota inglesa de seis navios ao largo do arquipélago dos Açores. A Madre de Deus constituiu um dos maiores saques da História.
Entre as riquezas transportadas pela nau Madre de Deus estavam baús cheios de pérolas e jóias preciosas, moedas de ouro e prata, âmbar, rolos de tecido da mais alta qualidade, tapeçaria, 425 toneladas de pimenta, 45 toneladas de cravo da Índia, 35 toneladas de canela, 25 toneladas de cochonilha, 15 toneladas de ébano, 3 toneladas de noz-moscada e 2,5 toneladas de benjamim (uma resina aromática usada em perfumes e medicamentos). Havia ainda incenso, sedas, damasco, tecido de ouro, porcelana chinesa, presas de elefante entre outros artigos. Finalmente e talvez o maior tesouro que os ingleses adquiriram: um documento impresso em Macau em 1590, que continha informação preciosa sobre o comércio português na China e no Japão. Richard Hakluyt relatou que este documento foi encontrado fechado numa caixa de cedro, enrolado 100 vezes por um tecido fino de Calecute tratado como a mais preciosa das jóias.
A nau Madre de Deus constituiu um dos maiores saques da História.
Créditos: Wikipédia – Nau portuguesa Madre de Deus; Quadrante; Colecção particular do autor.

F i m
Publicado no Jornal das Caldas em 31-07-2013