sexta-feira, 21 de outubro de 2011




Artigo 75
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária

O Papel-moeda



DEZ MIL ESCUDOS
Infante D. Henrique






Chapa 2


A efígie do Infante D. Henrique (1394-1460), um dos vultos mais notáveis da história da civilização europeia, foi a personalidade escolhida para figurar nesta nota. A parte da frente da nota apresenta sobre o lado esquerdo a marca de água e uma faixa de cor castanha com o número 10000; ao centro as armas de Portugal; e à direita a efígie do Infante com a heráldica dos Lencastre. No verso, a nota apresenta sobre o lado esquerdo uma versão da iluminura da Crónica da Guiné de Gomes Eanes de Zurara; ao centro uma caravela de velas içadas e a cruz de Cristo; sobre o lado esquerdo a respectiva marca de água. A maqueta é de autoria de Luís Filipe de Abreu, com trabalhos preliminares de De La Rue Giori SA da Suíça, e a impressão e estampagem das notas ficaram a cargo da firma inglesa, Thomas De La Rue & Cº. Ltd.. Tem como marca de água quando vista à transparência pela frente a efígie do Infante D. Henrique.
Dimensões da nota 156 x 75 mm. Foram emitidas 56 675 103 notas com a data da primeira emissão de 2 de Maio de 1996 e a última emissão datada de 12 de Fevereiro de 1998. Foram retiradas de circulação em 28 de Fevereiro de 2002.

Ver a biografia inserida na chapa 6 da nota de quinhentos escudos.

F I M

Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal” Banco de Portugal.
Óbidos – Outubro 2010.

Publicado no Jornal das Caldas em 19-10-2011.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011



Artigo 73
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda

CINCO MIL ESCUDOS

Vasco da Gama



Chapa 3



Esta chapa que deu origem a última nota de valor de cinco mil escudos, apresenta na frente sobe o lado esquerdo a marca de água e uma faixa vertical em tons verdes com o número 5000; ao centro a cruz de Cristo sobre a esfera armilar; e no lado direito a efígie de Vasco da Gama. No verso apresenta sobre o lado esquerdo uma representação do encontro de Vasco da Gama com o Samorim de Calecute; ao centro uma pimenteira, uma nau com as velas içadas com a cruz de Cristo e o brasão de armas do Conde da Vidigueira; sobre o lado direito a respectiva marca de água. As notas têm como base a tonalidade da cor esverdeada. A maqueta é de autoria de Luís Filipe de Abreu e a impressão das notas ficou a cargo da firma Thomas De La Rue & Cº. Ltd., de Inglaterra, com trabalhos preliminares da firma Suíça de De La Rue Giori, SA. Dimensões da nota 147 x 75 mm. Foram emitidas 228 931 555 notas, cuja primeira emissão é datada de 5 de Janeiro de 1995 e a última de 2 de Julho de 1998. Foram retiradas de circulação em 28 de Fevereiro de 2002.

Ver a biografia inserida na chapa 2 da nota de quinhentos escudos.

F I M

Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal” Banco de Portugal.
Óbidos – Outubro 2010.Publicado no Jornaldas Caldas de 05-10-2011.



Artigo 74
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda


DEZ MIL ESCUDOS
Egas Moniz






Chapa 1

A primeira nota de dez mil escudos tem como motivo principal na sua frente e do lado esquerdo o número 10000 e o escudo nacional; ao centro a representação do cérebro humano e retrato do Professor Egas Moniz; no lado direito apresenta-nos a marca de água. No verso da nota pode-se observar no lado esquerdo a respectiva marca de água; ao centro a reprodução da medalha relativa ao Prémio Nobel e uma alegoria da vida e da morte. Esta nota foi executada em tons de amarelo - torrado, e de amarelo claro. Tem como marca de água quando vista à transparência pela frente o retrato do Professor Egas Moniz. A maqueta é de autoria de Luís Filipe Abreu e a impressão e estampagem das notas foram efectuadas pela firma canadiana British American Bank Note, Inc. Dimensões da nota 173 x 80 mm. Foram emitidas 53 993 000 de notas. A primeira emissão foi a 15 de Maio de 1989 e a última emissão a 16 de Maio de 1991. Foram retiradas de circulação no ano de 1996.
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, mais conhecido pelo nome de Egas Moniz, nasceu em Avanca, a 29 de Novembro de 1874, filho de Fernando de Pina Resende de Abreu Freire e de sua mulher Maria do Rosário Oliveira de Almeida Sousa, no seio de uma família aristocrata. Foi médico, neurologista, investigador, professor, político e escritor. Após completar os seus estudos primários, ingressou no Colégio de S. Fiel, onde concluiu o Curso Liceal. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, onde iniciou a sua actividade profissional como lente, leccionando as cadeiras de anatomia e fisiologia. No ano de 1911 foi transferido para Universidade de Lisboa, onde foi ocupar a cadeira de neurologista como professor catedrático Foi o fundador do Partido Republicano Centrista, dissidente do Partido Evolucionista. Apoiou o regime de Sidónio Pais durante o qual, exerceu as funções de Embaixador de Portugal em Madrid, no ano de 1917 e Ministro dos Negócios Estrangeiros em 1918. Presidiu à delegação portuguesa à Conferência da Paz em Paris, no mesmo ano. Jubilou-se em Fevereiro do ano de 1944. Egas Moniz contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às artérias do cérebro. A Angiografia Cerebral que descobriu após longas experiências com raio X, tornou possível localizar neoplasias, aneurismas, hemorragias e outras mal formações no cérebro humano, abrindo assim novos caminhos para a cirurgia cerebral. Foi o primeiro português a ser distinguido com o prémio Nobel de Medicina no ano de 1949, partilhando com outro notável investigador Walter Rudolf Hess, fruto deste trabalho. Ao seu trabalho foi dado continuidade, ao ser fundado no ano de 1950 no Hospital Júlio de Matos, o Centro de Estudos de Egas Moniz, onde foi Presidente. No ano de 1957 foi transferido para o serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria. Foi autor de diversas obras: “Vida Sexual”; “A Neurologia na Guerra”, “Alterações Anátomo - Patológicas na Difteria”; “Júlio Dinis e a Sua Obra”. Faleceu na cidade de Lisboa a 13 de Dezembro de 1955.

F I M

Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal”. Banco de Portugal. Lello Universal. Wikipedia.org/António Egas Moniz.
Óbidos – Outubro de 2010Publicado no Jornal das Caldas em 12-10-2011.


Artigo 72
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda




CINCO MIL ESCUDOS
Antero de Quental






Chapa 2

À segunda nota de cinco mil escudos foi evocada a figura do escritor e poeta de grande influência no movimento da Geração de 70, Antero de Quental (1842-1891). A frente da nota é composta pela efígie do poeta ladeada pelo lado esquerdo por um conjunto de desenhos, que nos permitem deduzir que se tratam de aves, representativas do sentido de liberdade e o escudo, e do lado direito pela marca de água. O verso apresenta-nos um desenho simbolizando o esforço conjugado para a Liberdade e o Trabalho na parte central da nota, na parte esquerda um conjunto de desenhos evocando a liberdade, como na frente, e junto à margem a marca de água. As notas possuem uma coloração que vai do verde-claro ao castanho. A maqueta é de autoria de Luís Filipe Abreu, e a impressão das notas é da autoria da firma Thomas De La Rue & Cº. Ltd., de Inglaterra. Tem como marca de água quando vista à transparência pela frente a efígie do epigrafado. Dimensões da nota 177 x 70 mm. Foram emitidas 49 644 000 notas cuja primeira emissão são de 7 de Agosto de 1987 e a última emissão de 20 de Junho de 1989. Foram retiradas de circulação no ano de 1991.
Antero Tarquínio de Quental nasceu a 18 de Abril de 1842 em Ponta Delgada, nos Açores, filho de Fernando de Quental e de sua mulher Ana Guilhermina da Maia. Foi um dos pensadores mais profundos do seu tempo; os seus versos exprimem a ansiedade da sua alma perante os problemas eternos da Natureza. Iniciou os seus estudos na cidade onde nasceu, mudando-se para Coimbra com dezasseis anos de idade, estudando direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Dedicou-se essencialmente à poesia, à filosofia e por fim à política. Publicou no ano de 1861 os primeiros sonetos. Em 1865 publicou as “Odes Modernas”. Neste mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram alvo de acérrimos ataques, por parte de António Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual, respondendo Antero com a publicação dos opúsculos “Bom Senso e Bom Gosto”, e a “Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais”. No ano de 1866 veio residir para Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo. Em 1867 foi para Paris onde exerceu também a profissão de tipógrafo. Regressou a Lisboa no ano de 1868, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, altos vultos da cultura portuguesa de então, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão e Eça de Queirós. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Fundou o jornal a “República”, com Oliveira Martins, no ano de 1869.
Editou no ano de 1872, juntamente com José Fontana a revista “O Pensamento Social”. Fez a reedição das “Odes Modernas”, no ano de 1875. Em 1879 mudou-se para a cidade do Porto, e aqui no ano seguinte, adoptou as duas filhas de um amigo que tinha falecido. Por razões de saúde e a conselho de seu médico, veio viver para Vila do Conde, no ano de 1881, onde fixou residência até ao ano de 1891, com pequenas ausências aos Açores e Lisboa; segundo o próprio, considerou que foi o melhor período da sua vida, servindo-lhe de inspiração os passeios que dava junto às praias, os banhos de sol que tomou com a voluptuosidade que só são apanágio dos poetas e dos lagartos adoradores da luz. No ano de 1886 foram publicados os “Sonetos Completos”. No ano seguinte regressou a Vila do Conde. Em 1890 fez parte daqueles que se insurgiram contra o ultimato inglês de 11 de Janeiro, aceitando presidir à Liga Patriótica do Norte. Em 1891regressou à cidade de Lisboa, instalando-se em casa de sua irmã, Ana de Quental; era portador de Transtorno Bipolar, provocando um enorme estado de depressão. Nesse mesmo ano regressou a Ponta Delgada, suicidando-se com dois tiros a 11 de Setembro de 1891.


F I M

Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal”. Lello Universal. Wikipedia.org/Antero de Quental.
Óbidos – Outubro de 2010.

Publicado no Jornal das Caldas em 28-09-2011.