sexta-feira, 15 de julho de 2011



Artigo 61
Centenário da Implantação da República
(1910-2010)
Numária
O Papel-moeda

MIL ESCUDOS
D. Afonso Henriques







Chapa 7

Esta chapa foi a escolhida para figurar na frente da nota, homenageando a figura de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal (1109?-1185), através da reprodução de« um retrato existente na Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra; no verso observa-se uma vinheta com o túmulo de D. Afonso Henriques, na Igreja de Santa Cruz de Coimbra. O trabalho de gravação das chapas e da estampagem das notas foram efectuadas pela firma inglesa Bradbury, Wilkinson & Cº. Ltd., New Malden, Surrey. As duas estampagens calcográficas, utilizadas nesta chapa, assentam sobre fundos em duplex, impresso a íris, consistindo em telhas mouriscas, linhas ornamentais brancas e cheias. As estampagens da frente da nota apresentam-se a azul e a verde-escuro, contendo a primeira a figura de Afonso Henriques, o escudo nacional e diversas legendas; e a segunda uma vinheta representando a submissão dos mouros ao monarca e a cercadura em trabalho de torno geométrico em linha branca. No verso da nota existe uma estampagem calcográfica, onde se observa uma vinheta com o túmulo de D. Afonso Henriques, na Igreja de Santa Cruz em Coimbra, a cercadura e uma cabeça de um mouro. O papel é do fabrico da firma Portals Limited, Laverstoke Mills, Whitchurch, Hampshire, tem como marca de água no lado esquerdo, quando visto à transparência pela frente, a cabeça do monarca com capelo de nasal coroado sobre coifa de malha, de perfil para o centro. Dimensões da nota 163 x 104 mm. Foram emitidas 6 660 000 notas com a data de 29 de Setembro de 1942. A primeira emissão, 22 de Agosto de 1944 e a última emissão, 29 de Janeiro de 1959. Foram retiradas de circulação em 30 de Junho de 1978.
D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, cognominado de “O Conquistador”,“O Fundador”ou”O Grande”; segundo uns, atribuem-lhe o nascimento em Guimarães, outros em Viseu, no ano de 1109, era filho do conde D. Henrique de Borgonha e de sua mulher D. Teresa de Leão, condes de Portucale, filha bastarda do rei Afonso VI de Castela e Leão. Depois da morte do conde D. Henrique, D. Afonso tomou posições políticas contrárias às da mãe que entretanto se tinha aliado ao fidalgo Fernão Peres de Trava. Para assegurar o domínio do condado derrotou a mãe e seu aliado Fernão de Trava na batalha de S. Mamede no ano de 1128, fazendo-se armar cavaleiro na catedral de Zamora, concentrando todos os esforços para obtenção do reconhecimento como reino. Esta vitória sobre a mãe fê-la desistir da ideia de anexar a região portucalense ao reino da Galiza. No ano seguinte D. Afonso através de uma carta proclamou-se soberano das cidades portuguesas. Em 1135 Afonso VII, seu primo, filho de D. Urraca, foi coroado “Imperador”, na catedral de Leão, recusando D. Afonso Henriques prestar-lhe vassalagem. Esta atitude por parte de D. Afonso Henriques, levou o seu primo a atacá-lo no Alto Minho, pelo que o obrigou a prestar fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos, neste caso os mouros, através do Tratado de Tui. Afonso Henriques quando andava a guerrear o primo a norte e a este do seu condado, era atacado pelos mouros a sul, e vice-versa, obrigando-o a tomar atitudes bastante controvérsias em relação às políticas encetadas com o primo, ora anuindo aos tratados de paz ora rompendo com eles, criando uma personalidade muito volúvel e incaracterística que em nada o abonava. No ano de 1139 derrotou os mouros na célebre batalha de Ourique, onde a lenda nos diz que venceu os cinco reis mouros. Um ano após proclamou-se rei de Portugal com o apoio das suas tropas. No ano de 1143 foi assinado o Tratado de Zamora que pôs fim aos conflitos entre ele e o primo estabelecendo a paz, dando-se um passo vital para a independência de Portugal, o que veio a acontecer meses depois. Com a pacificação interna, prosseguiu as conquistas aos mouros, empurrando-os de vez para sul, desde Leiria até ao Alentejo, duplicando em área o território que herdara, sendo apelidado pelos mouros de “Ibn-Arrik” (filho de Henrique). Conquistou a cidade de Leiria no ano de 1145, a cidade de Santarém no ano de 1147, utilizando a técnica de assalto. Tomou Óbidos no ano de 1148. Consolidadas estas cidades marchou sobre Lisboa, utilizando o cerco como táctica de guerra, com a ajuda dos cruzados, que entretanto se dirigiam para a terra santa. Tomou Almada e Palmela, mais tarde, no ano de 1160 Alcácer do Sal. No ano de 1166 a 1168 D. Afonso Henriques apoderou-se de várias praças pertencentes à coroa leonesa. D. Fernando II de Leão, derrotou as forças de D. Afonso Henriques na cidade Rodrigo pois este, entendeu que o seu genro estava a fortificar a cidade com a intenção de o atacar, o que não correspondia à verdade pois estava a repovoá-la. Como resposta D. Afonso entrou na Galiza, tomou Tui e outras praças, atacando também Cáceres. Cercou Badajoz com o fim de a conquistar para a Portugal que se encontrava na posse dos mouros, mas que era pertença do reino de Leão, segundo o Tratado de Sahagún, sem respeitar estas convenções nem os laços de parentesco que o uniam a D. Fernando. Quando D. Afonso atacou Badajoz, Fernão de Leão apresentou-se de imediato e atacou o seu genro, derrotando-o; este tenta fugir a cavalo mas sofre um percalço ferindo-se numa das portas da cidade, ficando refém, recebendo contudo um tratamento nobre e generoso, de parte do genro, que pôs à sua disposição os melhores médicos. Esta campanha foi desastrosa para Portugal, como resultado foi assinado um tratado de paz entre os reinos em Pontevedra nos termos do qual Afonso Henriques seria libertado com a condição de devolver ao genro as cidades estremanhas de Cáceres, Badajoz, Trujillo, Santa Cruz e Montánchez, fixando-se assim as fronteiras de Portugal com os reinos de Leão e da Galiza. No ano de 1179 a igreja reconhece finalmente a independência de Portugal. Após estes factos procurou fixar as populações, promoveu o municipalismo e concedeu forais. Teve um apoio muito importante dos monges de Cister que o auxiliaram a implementar estas medidas, que se reflectiram no desenvolvimento da economia em especial da agricultura. O seu legado resume-se: a)- Ter fundado a nação portuguesa, reconhecida pelo papa e pelos outros reinos europeus; b)- Procedeu à pacificação interna do reino, alargando o território através de conquistas aos mouros; c)- Fundou o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Teve uma larga descendência com a sua mulher Mafalda de Sabóia, sete filhos; com Elvira Gálter uma filha; de outras relações três filhos. Faleceu no ano de 1185 na cidade de Coimbra.

F I M
Bibliografia: “O papel-moeda em Portugal” Banco de Portugal. Wikipedia.org/Afonso I Portugal. Portal/temas/historia/Afonso I. Vidas lusófonas D. Afonso Henriques.
Óbidos – Outubro de 2010.

Publicado no Jornal das Caldas em 13-07-2011.


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