Numismática
MOEDAS COMEMORATIVAS DO EURO
47ª. Moeda
Património da Humanidade
Torre de Belém
2,50 Euro
Características da
moeda
Anv: Apresenta junto ao bordo da
moeda a legenda "República Portuguesa 2009", No campo central, o
escudo nacional, assente sobre a esfera armilar, ao centro e atravessando na
horizontal ao longo da moeda, um nó de corda. Por baixo deste, o valor facial
da moeda em duas linhas 2,50 Euro.
Rev: Apresenta junto ao bordo da moeda, a
legenda "Torre de Belém"; no campo central é apresentado um relevo
alusivo à Torre de Belém e evidenciando as respectivas guaritas, a designação e
o símbolo da UNESCO.
Autor: José João de Brito.
Moedas
de cuproníquel com acabamento normal:
Valor
facial 2,5 Euro; CN; Dia. 28 mm; Peso 10 g; Bordo serrilhado. Cunhagem 150.000
exemplares.
Moedas
de Prata proof:
Valor
facial 2,50 Euro; Ag: 925/1000 de toque; Dia. 28 mm; Peso 12 g.; Bordo serrilhado.
Cunhagem de 5.000 exemplares.
História
A Torre de
Belém é um dos monumentos mais expressivos e bonitos da cidade de Lisboa. Fica
localizada na margem direita do rio Tejo, e inicialmente era cercada pelas águas em todo o seu
perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar
hoje a terra firme. O monumento destaca-se pelo nacionalismo
implícito, visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal, incluindo
inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas janelas de baluarte;
tais características remetem principalmente à arquitectura
típica de uma época em que o país era uma das principais potências europeias (início da Idade Moderna).
Classificada
como Património Mundial pela UNESCO desde 1983, foi eleita como uma
das Sete maravilhas de Portugal em 7 de Julho
de 2007.
Originalmente
sob a invocação de São Vicente de Saragoça, padroeiro da
cidade de Lisboa, designada no século XVI
pelo nome de Baluarte de São Vicente a par de Belém e por Baluarte do
Restelo, esta fortificação integrava o plano defensivo da barra do rio Tejo
projectada à época de D. João II de Portugal (1481-95), integrado na
margem direita do rio pelo Baluarte de Cascais e, na
esquerda, pelo Baluarte da Caparica.
A construção só
viria a ser iniciada em 1514,
sob o reinado de D. Manuel I de Portugal (1495-1521), tendo
como arquitecto Francisco de Arruda. Localizava-se sobre um
afloramento rochoso nas águas do rio, fronteiro à antiga praia de Belém, e
destinava-se a substituir a antiga nau artilhada, ancorada naquele trecho, de onde partiam as
frotas para as Índias.
As suas obras ficaram a cargo de Diogo Boitaca,
que, à época, também dirigia as já adiantadas obras do vizinho Mosteiro dos Jerónimos.
Com a evolução
dos meios de ataque e defesa, a estrutura foi, gradualmente, perdendo a sua
função defensiva original. Ao longo dos séculos foi utilizada como registo
aduaneiro, posto de sinalização telegráfico
e farol. Os seus paióis foram utilizados
como masmorras
para presos políticos durante o reinado de D. Filipe II de Espanha (1580-1598), e, mais
tarde, por D. João IV de Portugal (1640-1656). O Arcebispo de Braga e Primaz de Espanha, D. Sebastião de Matos de Noronha (1586-1641),
por coligação à Espanha e fazendo frente a D. João IV, foi preso e mandado
recluso para a Torre de Belém.
Sofreu várias
remodelações ao longo dos séculos, principalmente a do século XVIII
que privilegiou as ameias,
o varandim
do baluarte,
o nicho da Virgem, voltado para o rio, e o claustro.
O monumento
reflecte influências islâmicas e orientais, que caracterizam o estilo
manuelino e marca o fim da tradição medieval
das torres de menagem, ensaiando um dos primeiros baluartes
para artilharia
no país.
Parte da sua
beleza reside na decoração exterior, adornada com cordas e nós esculpidos em
pedra,
galerias
abertas, torres
de vigia no estilo mourisco e ameias em forma de escudos
decoradas com esferas armilares, a cruz da Ordem de
Cristo e elementos naturalistas, como um rinoceronte,
alusivos às navegações. O interior gótico,
por baixo do terraço,
serviu como armaria e prisão.
A sua estrutura
compõe-se de dois elementos principais: a torre e o baluarte. Nos ângulos do
terraço da torre e do baluarte, sobressaem guaritas
cilíndricas coroadas por cúpulas de gomos, ricamente decorada em cantaria
de pedra.
A torre
quadrangular, de tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos
acima do baluarte, a saber: 1º. andar - Sala do Governador. 2º. andar - Sala
dos Reis, com teto elíptico e fogão ornamentado com meias-esferas. 3º.
andar - Sala de Audiências. 4º. andar - Capela e 5º. andar - Terraço da torre
A nave do
baluarte poligonal, ventilada por um claustro, abre 16 canhoneiras
para tiro rasante de artilharia. O terrapleno, guarnecido por ameias, constitui uma
segunda linha de fogo, nele se localizando o santuário de Nossa Senhora do Bom Sucesso com o Menino,
também conhecida como a Virgem do Restelo por "Virgem das
Uvas".
Fontes: pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_Belém,
INCM, colecção particular do autor.
Publicado no Jornal das Caldas em 28 de Janeiro de 2015
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