quinta-feira, 25 de julho de 2013

Numismática

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

     3ª. 4ª e 5ª. Moedas
 Colecção Comemorativa
UEFA EURO -2004
1ª. Série
Os valores do futebol
8 Euro



Quando no ano de 2000 a UEFA, atribui a Portugal a realização e organização do Campeonato da Europa de Futebol, pôs-se em marcha um elaborado programa, abrangendo um elevado número de sectores da sociedade, que vieram auxiliar a concretização, daquilo que foi um verdadeiro êxito desportivo e organizativo, que até então se tinha realizado em Portugal, sendo alvo dos mais rasgados elogios de toda a imprensa europeia, e servindo de exemplo para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2006, que se veio a realizar na Alemanha.
É de todos conhecido que esta modalidade é a mais praticada a nível universal, tendo largos milhões de praticantes e centenas de milhões de apaixonados por todo o mundo. O futebol move sociedades inteiras, interfere no hábito dos cidadãos, rege as suas reacções e relações, está integrado em todos os extractos sociais, e não há quem não opina sobre esta actividade senão todos os dias, de certeza, aos fins de semana, logo após o fim da jornada fetubolística, estendendo-se durante a semana, a uma simples conversa de rua, de café, e em locais de trabalho, ou mesmo, gerando enormes discussões e contrariedades.
Como se costuma dizer, que “o futebol é o ópio do povo…”. 
Foi posto a concurso este projecto ao qual concorrem diversos artistas plásticos, apresentando alguns inovações no conceito do futebol, fugindo ao tradicional e clássico desenho, da bola, baliza, luva, caneleira, bota, bandeirola, apito, campo de futebol, e outros elementos relevantes, substituídos por simples traços que caracterizam os elementos atrás referidos e introduzindo conceitos relacionados com a modalidade, como a “Festa”, que se pretende seja abrangente; a “Paixão”, que a todos nos toca, pela beleza da sua execução com passes, jogadas e golos magistrais que nos encantam e apaixonam; e por fim o “Desportivismo”, que é elemento essencial no comportamento das referidas hostes, e no comportamento dos intervenientes, que por vezes se excedem, vindo a desvirtuar o espectáculo. Este projecto foi concretizado através da cunhagem de duas séries, com três moedas cada., de valor facial de 8 Euro, a seguir descritas:
À 1ª.série foi dado o título de “Os valores do Futebol”, que compõe as seguintes moedas:

A PAIXÃO - Anv: Apresenta um olho formado pelo escudo nacional, a legenda “República Portuguesa”, a era e o valor facial da moeda, observando o movimento do público que termina num coração. 
Rev: Apresenta o logótipo oficial dos jogos e uma repetição dos corações como elementos simbólicos da paixão e vibração dos espectadores.
Autor: José Teixeira.

A FESTA – Anv: Apresenta uma bola de futebol descaída sobre o lado esquerdo, o escudo nacional, a legenda “República Portuguesa”, a era e o valor facial da moeda.
Rev: Apresenta o logótipo oficial, propondo-nos como elementos ilustrativos do tema, a bola, as bandeiras ao vento, simbolizando os adeptos em festa.
Autor: João Duarte.

DESPORTIVISMO – Anv: Apresenta o escudo nacional, as legendas “Desportivismo” e “República Portuguesa”, a era e o valor facial da moeda.
Rev: Apresenta a estilização de um campo de futebol em cuja superfície se repete a expressão “Fair Play” e no círculo central está colocado o logótipo oficial, com a legenda “UEFA EURO 2004”.
Autor: José Simão.

Foram efectuadas cunhagens das referidas moedas em diversos metais preciosos.
Especificações técnicas das moedas:
- Moeda Corrente de prata:
Ag: 500; Dia. – 36 mm.; Peso – 21 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –1 500 000  exemplares de cada.
- Moeda BNC (Brilhante não Circulada) de prata:
Ag: 925; Dia – 36 mm.; Peso – 31,10 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –30 000  exemplares de cada.
- Moeda de Prata Proof (Prova numismática):
Ag: 925; Dia. – 36 mm.;  Peso – 31,10 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –15 000  exemplares de cada.
- Moeda de Ouro Proof (Prova Numismática):
Au. 916,6; Dia. – 36 mm.; Peso – 31,10 g.; Bordo Serrilhado; Amoedação –15 000  exemplares de cada.

As moedas de colecção em ouro, facilmente se esgotaram na INCM.
No ano de 2004 a Unione Filatélica e Numismática Vicentina, de Itália, atribuiu no ano de 2004 o “Prémio Internazionale Vicenza Numismática”, à moeda de colecção o “Futebol é Paixão”, como a mais bela do ano de 2003 em prata proof.

Historiando a origem do futebol

O jogo que deu origem ao futebol dos dias de hoje, com as devidas alterações que foi sofrendo ao longo dos tempos, teve as suas origens no oriente.
- Na China, surge na dinastia Xia, pelo ano de 2 197 a.C.; era costume pontapear os crânios dos inimigos derrotados. Mais tarde vieram a ser substituídos por bolas de couro, que eram chutadas por entre duas estacas cravadas no chão. Este desporto foi criado para treino militar. Chamava-se ”Tsu-Chu”;
- No Japão, aparece uma variação do tsu-chu. As mulheres não podiam participar. Foi difundido pelos imperadores Engi e Tenrei, sendo proibido o seu contacto físico. O campo de nome kakari era quadrado, tendo em cada lado uma árvore. Os jogadores eram em número de oito; era mais um ritual do que um jogo, antes de se iniciar realizava-se uma celebração para abençoar a bola, que simbolizava o sol;
- Na Grécia antiga, a referência a “Epyskiros”, vem num livro de Hómero, só relacionado com desportos de bolas. Este desporto era disputado com os pés, num campo quadrado, por duas equipas de nove jogadores cada, mas poderia aumentar até quinze em função de maiores dimensões do campo. A bola era feita de bexiga de boi e cheia de ar e areia, que deveria ser atirada para o fundo de cada lado do campo.
- No México, a civilização maia, entre os anos de 900 e 200 a.C., praticavam um jogo com os pés e as mãos, cujo objectivo era arremessar a bola num furo circular a seis metros de altura, no meio de seis placas quadradas de pedra. O capitão da equipa derrotada era sacrificado aos deuses.
- Em Roma por volta de 200 a. C., praticava-se o “Harpastum”, que era praticado num campo rectangular, dividido por uma linha e com duas linhas como meta. A bola feita de bexiga de boi, chamavam-lhe a follis. Era um exercício militar, o qual durava duas horas, sendo difundido noutras regiões da Europa, Ásia e Norte de África.
- Em França, e durante a idade média, foi criado o “Soule”, introduzido pelos romanos nos anos de 58 a. C., cujas regras variavam de região para região. O soule era praticado pela aristocracia sendo um desporto da realeza. O rei Henrique II, decretou a sua proibição por ser um desporto muito violento e barulhento, e quem não a cumprisse pagava com prisão a sua ousadia.
- Em Inglaterra no século XVI, e segundo descrição do escritor Philip Stubbes, o futebol era um desporto imensamente popular e a sua violência era enorme ao ponto de definir este jogo do seguinte modo:”Um jogo bárbaro, que só estimula a cólera, a inimizade, o ódio, a malícia, o rancor, etc…”; de tal modo era a sua violência, que não raras vezes, partiam-se pernas, roupas rasgadas, dentes partidos e arrancados e por vezes acidentes fatais, como o de um jogador ao pular de uma ponte para pegar a bola se afogou. Estas peripécias, levaram a muitos assassinatos entre as equipas rivais. A partir do ano de 1700, foi proibida esta forma violenta de futebol, vindo a ganhar a modalidade com a adesão cada vez maior de adeptos. Foram introduzidas novas regras, no ano de 1846, uma das quais, dirigia-se a jogar a bola somente com os pés, dando origem ao actual futebol, e a outra regra, dizia respeito ao jogo da bola com os pés e as mãos dando origem ao rugby.
O futebol foi introduzido no nosso país pelos irmãos Pinto Bastos, no ano de 1884, e o primeiro jogo de que há registo foi no ano de 1888, na vila de Cascais.
Dos sectores estatais que souberam intrepertar este evento, foram sem dúvida alguma a Federação Portuguesa de Futebol que em conjunto com o Banco de Portugal, através dos seus representantes governamentais, entenderam proceder à cunhagem de moedas alusiva ao evento.

Créditos: Documentação avulsa da INCM; Colecção particular de Luís Tudella; História do futebol (Origens).
Julho de 2013

FIM
Publicado no Jornal das Caldas de 24 de Julho 2013


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Numismática

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro
  
2ª. Moeda
VIII – Centenário de Pedro Hispano
PAPA - João XXI
5 Euro

Ao longo da nossa história com mais de oito séculos, tivemos figuras notáveis que se distinguiram pelos mais diversos motivos; mas houve uma, que pelas suas qualidades inatas, se evidenciou superiormente na área da medicina e teologia, foi ele, Pedro Hispano. De entre os seus discípulos, destacam-se São Tomás de Aquino (* 1225 em Roccasecca – Frosinone, + 07-03-1274 em Fussanova – Itália. Canonizado em 18-07-1323 em Avinhão pelo Papa João XXII, foi frade dominicano e teólogo, sendo proclamado Santo e cognominado Doutor pela Igreja Católica) e São Boaventura (* 1217 ou 1221 em Bagnuregi – Itália, + 15-07-1274 em Lyon – França. Canonizado em 14-04-1482 em Roma pelo Papa Sisto IV, bispo, teólogo e reconhecido Doutor da Igreja: foi também Ministro da Ordem Franciscana, Arcebispo e Cardeal, caracterizando-se por uma pessoa muito simples e de bom trato, em especial para com os mais desprotegidos. Pedro Hispano, mais tarde, (João XXI), veio a exercer o poder papal, sendo o único papa português, desde da fundação de Portugal até aos dias de hoje.
Pequeno historial de Pedro Hispano.
Pedro Julião de nascimento, também conhecido por Pedro Hispano, nasceu em Lisboa, sendo desconhecida a sua data, mas provavelmente antes do ano de 1226, naquela que é hoje a freguesia de S. Julião, filho de Julião Rebelo, médico e de Teresa Gil.  
Iniciou os seus estudos na escola episcopal de Lisboa, vindo mais tarde a estudar na Universidade de Paris, tendo como seu mestre, o notável São Alberto Magno (*1193 ou 1206, na Baviera, e +15-11-1280 em Colónia na Alemanha; foi beatificado no ano de 1622 e canonizado no ano de 1931 pelo Papa Leão XI); onde aí estuda medicina e teologia, especializando-se em palestras de dialéctica, lógica e sobretudo a física e metafísica de Aristóteles. No ano de 1246 a 1252, ensinou medicina na Universidade de Siena, onde escreveu obras, entre as quais se destaca o “Tratado Summuloe Logicales”, tendo sido o manual de referência em toda a Europa, sobre lógica aristotélica, durante mais de 300 anos e sendo editado por 260 vezes e traduzido para o grego e o hebraico.
A prova da cultura científica encontra-se na obra “De oculo”, um tratado sobre oftalmologia, que foi seguido e ensinado durante décadas nas Universidades Europeias.
Quando o pintor Miguel Ângelo sofreu de graves problemas visuais, devido ao árduo trabalho empregue na decoração da Capela Sistina, encontra a cura numa receita de autoria de Pedro Julião.
No domínio da teologia é autor de “Comentários ao pseudo – Dionísio”.
- É nomeado Arcebispo de Braga pelo Papa Gregório X (1272-1274).
- É nomeado Cardeal - bispo de Frascati entre 1274-1276.
- Eleito o 188º. Papa, no conclave realizado em Viterbo, sucedendo ao Papa Adriano V a 13-09-1276, onde adopta o nome de João XXI. O seu pontificado foi muito curto (8 meses), marcado por um período muito perturbado por tensões políticas e religiosas, com alguns cardeais a sofrerem violências físicas.
-Leva por diante uma missão iniciada por Gregório X de reunir a Igreja Grega à Igreja Ocidental.
-Tenta a reconciliação de grandes nações europeias dentro do espírito da unidade cristã, enviando legados a Rodolfo de Habsburgo da Alemanha, e Carlos de Anjou a Castela.
- Papa de sensibilidade notável, tanto recebendo ricos como pobres, ouvindo-os e aconselhando-os brilhantemente sobre os temas expostos.
- Dante, poeta italiano de nomeada, na sua famosa “Divina Comédia”, coloca a alma de João XXI no Paraíso.
- O rei de Aragão Afonso X de Leão e Castela, cognominado de o “Sábio”, elogia-o em forma de canção no “Paraíso”, no canto XII.
- No ano de 1277, retira-se para a cidade de Viterbo, doente, onde veio a falecer a 20-05-1277, com 51 anos de idade.
A INCM, entendeu perpetuar a existência desta ilustre personagem, tão mal conhecida e estudada dos portugueses, com a cunhagem de uma soberba moeda em prata proof., ouro, e prata corrente, de valor facial de 5 Euro, pela passagem do seu VIII Centenário.
É a primeira vez que este vulto histórico é contemplado com a emissão de uma moeda, fazendo-se justa homenagem a um homem que tão bem soube aplicar a sua ciência e os seus pensamentos. A moeda de ouro é bastante procurada não só pelos numismatas, como também pelas entidades religiosas. O motivo, a sua mensagem e o seu ineditismo dão-nos a percepção de estarmos frente a uma moeda com forte impacto e de uma peça muito bem conseguida. A moeda encontra-se esgotada na INCM, pelo que o seu valor real presentemente aumentou mais de 50%.
As características desta moeda são as seguintes:
Anv: No campo apresenta a sequência de arcos ogivais, sobreposto pelo escudo nacional na parte inferior. O valor facial na orla inferior, e na orla superior, a legenda *República Portuguesa – 2005 *.
Rev: Ao centro apresenta a figura estilizada da ilustre personagem a três quartos com as vestes papais, segurando com a mão direita o báculo e com a esquerda os evangelhos, ladeando o báculo de um lado a era “2005”, e do outro o “brasão e a era 1205”. Estes elementos estão orlados pela legenda *João XXI: Papa – VIII Centenário de Pedro Hispano – Médico”.
 Autora Isabel Carriço.
Moeda corrente de prata:
Valor facial 5 Euro; 30 mm de diâmetro; 14 gr de peso; toque 500/1000; bordo, serrilhado (300.000 exemplares).
Moedas de Prata proof:
Valor facial 5 Euro; 30 mm de diâmetro; 14 gr de peso; toque 925/1000; bordo, serrilhado. (15.000 exemplares).
Moeda de Ouro Proof
Valor facial 5 Euro; 30 mm de diâmetro; 17,5 gr de peso; toque 916,6/1000; bordo, serrilhado (7.500 exemplares).

 Moeda de Ouro



Créditos: Documentação avulsa da INCM; Wikipédia – João XXI - Pedro Hispano; Colecção particular de Luís Tudella.

 Óbidos, julho de 2013

Publicado no Jornal das Caldas em 17-07-2013


     



sexta-feira, 12 de julho de 2013


Numismática

Moedas Portuguesas Comemorativas do Euro

1ª. Moeda
“150 Anos do Primeiro Selo Português”
5 Euro
No ano de 2003, a INCM. (Imprensa Nacional da Casa da Moeda) para celebrar os 150 anos da introdução do primeiro SELO postal português, fez a emissão de uma moeda comemorativa de valor facial de 5 €uro, em prata da autoria do escultor Victor Santos, com poder liberatório.
Trata-se de uma moeda de beleza ímpar, muito rica nos motivos inseridos, robusta, de traços vincados, de trabalho exímio e de perfeita gravação, que nos perspectiva um forte impacto pela mensagem nela inserida.

As características desta moeda são as seguintes
Anverso: No campo central mostra-nos a estilização de um selo onde está inserido o valor facial da moeda e descaído para o lado direito o escudo Nacional sobre a esfera armilar, cortando o canto inferior do selo, e na orla inferior para a direita a legenda “República Portuguesa”.
Reverso: No campo central mostra-nos a reprodução do primeiro selo de D. Maria II, ocupando três quartos do campo da moeda, voltada à esquerda e orlada pela legenda – 2003 - 150 Anos do Primeiro Selo Português.
Especificações técnicas das moedas:

Moeda normal:
Valor facial 5€; 30 mm de diâmetro; 14 g. de peso; toque 500/1000; bordo, serrilhado. Emissão 300.000 exemplares.
Moedas de Prata BNC (Brilhante não Circulada):
Valor facial 5€; 30mm de diâmetro; 14 g. de peso; toque 925/1000; bordo, serrilhado. Emissão.30 000 exemplares.
Moedas de Prata Proof (Prova numismática):
Valor facial 5€; 30mm de diâmetro; 14 g. de peso; toque 925/1000; bordo, serrilhado. Emissão.20 000 exemplares.
Moeda de Ouro Proof (Prova Numismática):
Valor facial 5 €; 30 mm de diâmetro; 17,5 gr. de  peso; toque 916,6/1000; bordo, serrilhado. Emissão 20 000 exemplares.
Esta moeda por ter sido a primeira a ser emitida em ouro, tem tido ao longo destes anos uma forte procura pelos interessados em numismática, e em filatelia.

É precisamente no fim do reinado de D. Maria II, que foi introduzido o primeiro selo postal em Portugal, no ano de 1853, assim como outras inovações, como o sistema métrico decimal, no ano de 1852, que em muito contribuiu para o desenvolvimento do comércio e indústria. Mas o reinado de D. Maria II, não foi fácil, antes pelo contrário, bastante impetuoso, com diversas clivagens sociais e políticas, que vieram a marcar substancialmente todo o resto do século XIX.

Breve historial desta soberana, do seu reinado e factos mais relevantes.

- D. Maria II, nasceu no Rio de Janeiro a 4 de Abril de 1819, sendo baptizada com o nome de Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Miguela Gabriela Rafaela Luísa Gonzaga de Bragança e Áustria, vindo a falecer em Lisboa a 15 de Novembro de 1853, de parto.
- Contava apenas 7 anos de idade quando o seu pai D. Pedro IV, abdicou do trono em seu favor, em Abril de 1826; deveria casar com o seu tio D. Miguel logo que tivesse idade, sendo de imediato nomeado regente, em Julho de 1826, após ter jurado fidelidade à rainha e à Carta Constitucional. D. Maria de menor idade foi viver para Inglaterra e depois França. Ao atingir os 15 anos de idade em 24 de Setembro de 1834, volta a Portugal para assumir o governo de Portugal.
- Casou em 1ªs núpcias no ano de 1835, com Augusto de Leuchtenberg, mas este faleceu logo no mês de Março do mesmo ano.
- Nesse ano de 1835, empreendeu diversas reformas, uma das quais, consistiu na venda de todos os bens de raiz nacionais, pertencentes à Igreja Patriarcal, às Casas das Rainhas e do Infantado, das Corporações religiosas já extintas e das Capelas reais.
- Casou em 2ªs.núpcias em 9 de Abril de 1836 com Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, do qual proveio larga geração, com onze filhos.
- Foi dos períodos da nossa história mais conturbados que se passaram neste reinado, ficando registados entre outros; a (guerra civil), luta entre liberais e absolutistas, e daí todas as rivalidades e perseguições que se seguiram na sociedade; a revolução de Setembro; a revolta dos Marechais; a Convenção de Chaves; a Revolta da Maria da Fonte; a Belenzada; a Patuleia, etc:.
- A carta Constitucional foi alterada com a votação de um acto adicional, que consistiu na abolição da pena de morte em Portugal:
- Algumas reformas, como melhoramentos de monta respeitantes à instrução pública foram entretanto aplicadas:
- Criação de Liceus e Escolas Primárias; Fundação das Escolas Médicas, de Lisboa e do Porto; Escola Politécnica de Lisboa; Academia Politécnica do Porto; Instituto Agrícola; Conservatório de Música
- Nas Obras Públicas, foi notória a sua acção, crescimento económico, centrado na construção de infra-estruturas de transportes e comunicações, na tentativa de aproximar as várias regiões do país, e do apoio ao desenvolvimento comercial e industrial.
- Foi cognominada de “ A Educadora”, pela acção e determinação que implementou com a instrução pública.
- Com a introdução do 1º. Selo Postal, a 01-07-1853, mal seria que o mesmo não contemplasse a figura da monarca, tendo para isso sido criados selos de 5, 25, 50 e 100 réis, da autoria de Francisco de Borja Freire, correspondendo a cada importância a cor respectivamente castanho avermelhado, azul, verde e lilás no seu valor crescente.
Aquando do Centenário da introdução do Selo (1953), foi emitida pelos CTT uma colecção de selos alusiva à efeméride, em papel esmalte, composta pelos valores de $50, 1$00, 1$40, 2$30, 3$50, 4$50, 5$00 e 20$00, correspondendo a cada importância respectivamente, o vermelho, castanho, preto violeta, azul índigo, ultramar, verde bronze, verde azeitona e lilás. Peças de uma elegância e beleza singular, vieram a receber os mais rasgados elogios da crítica, pela sua qualidade e cuidado empregue no tema, a figura de D. Maria II a três quartos, com um decote pronunciado e quiçá um pouco arrojado.

Créditos: Documentação avulsa da INCM; Almanaque da Afinsa  Portugal  Ano 2010 e colecção particular do autor.


Junho de 2013

FIM

Publicado no Jornal das Caldas em 10 de Julho de 2013