domingo, 28 de junho de 2015

 

Numismática

MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO

 
  58ª. Moeda
500º. Aniversário do Nascimento de Fernão Mendes Pinto  2 Euro
Características da moeda

Anv: Na face comum é utilizado o desenho europeu constante da comunicação da Comissão Europeia nº. 2006/c225/05.
Rev: Apresenta no campo central a estilização de uma caravela sulcando os mares de perfil à direita, encimada com a legenda "República Portuguesa", tendo por baixo da caravela uma legenda composta por uma conjugação de países e cidades ocidentais e orientais, "Portugal, Moçambique, Tanegashima, Japão, Lisboa, Índia, Diu, Goa, Birmânia, Peregrinação, Tartário, China, Malaca, Ormuz, Jondanacau, Papene, Sião, Camboja, e Léquio", circundado por doze estrelas.
Autores: Luc Luycx, Raul de Sousa Machado.
Moeda bimetálica com acabamento normal:
Valor facial 2 Euro; Bimetálica; Dia 25,75 mm; Peso 8,5 g; Bordo serrilhado. Cunhagem 500.000 exemplares.
Moeda BNC:
Valor facial: 2  Euro; Bimetálica; Dia 25,75 mm; Peso 8,5 g; Bordo serrilhado. Cunhagem 12.500 exemplares.
Moeda Proof:
Valor facial: 2  Euro; Bimetálica; Dia 25,75 mm; Peso 8,5 g; Bordo serrilhado. Cunhagem 7.500 exemplares
Biografia
Fernão Mendes Pinto nasceu em Montemor-o-Velho entre os anos de 1510 e 1514, vindo a falecer no Pragal, Almada no dia 8 de Julho de 1583.
Ainda pequeno, um tio seu levou-o para Lisboa onde o colocou ao serviço na casa de D. Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro, filho do rei D. João II. Manteve-se aqui durante cerca de cinco anos, dois dos quais como moço de câmara do próprio D. Jorge, facto que contradizia a precária situação económica que se dizia que a família então detinha.
Em 1537, partiu para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra, Peregrinação, foi durante uma expedição ao mar Vermelho no ano de 1538 que  Mendes Pinto participou num combate naval contra os otomanos, onde foi feito prisioneiro e vendido a um grego e, por este, a um judeu que o levou para Ormuz, onde foi resgatado por portugueses.
Acompanhou Pedro de Faria a Malaca, de onde fez o ponto de partida para as suas aventuras, tendo percorrido, durante 21 acidentados anos, as costas da Birmânia, Sião, arquipélago de Sunda, Molucas, China e Japão, grande parte desse tempo ao lado do pirata António de Faria. Numa das suas viagens a este país, conheceu S. Francisco Xavier e, influenciado pela personalidade, decidiu entrar para a Companhia de Jesus e promover uma missão jesuíta no Japão.
Em 1554, depois de libertar os seus escravos, foi para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha junto do daimyo de Bungo. Esta viagem constituiu um desencanto para ele, no que respeita ao comportamento da própria Companhia. Desgostoso, abandonou o noviciado e regressou a Portugal.
Com a ajuda do ex-governador da Índia, Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a uma tença, que nunca recebeu. Desiludido, foi para a sua Quinta de Palença, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1570 e 1578, a obra que nos legou, a sua inimitável Peregrinação. Esta só viria a ser publicada 20 anos após a morte do autor, receando-se que o original tenha sofrido alterações às quais não seriam alheios os Jesuítas.
Deixou-nos um relato tão fantástico do que viveu (a Peregrinação, publicada postumamente em 1614), que durante muito tempo não se acreditou na sua veracidade; de tal modo que até se fazia um jocoso dito com o seu nome: Fernão Mendes Minto, ou então ainda: Fernão, mentes? Minto!.
Esta ideia de que o que contava era demasiado fantasioso para poder realmente ter-lhe acontecido parte do princípio que se pode julgar um texto do séc. XVI com os critérios de hoje, mas na verdade o texto é uma inestimável fonte de informação para conhecermos o que sucedia aos navegadores e aventureiros que iam a caminho do extremo oriente nas caravelas portuguesas.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Mendes_Pinto; INCM; Colecção particular do autor
 F I M
Publicado no Jornal das Caldas em 24 de Junho de 2015


quarta-feira, 17 de junho de 2015

 
Numismática

MOEDAS PORTUGUESAS COMEMORATIVAS DO EURO

57ª. Moeda
Série Portugal Universal
Padre António Vieira
1/4 de Euro
Características da moeda
Anv: Apresenta, descaído para a esquerda do campo o escudo nacional sobreposto à esfera armilar, circundado  junto à orla superior pela legenda “República Portuguesa",  junto à orla direita pelo valor facial da moeda em duas linhas "1/4 Euro" e na orla inferior pela pela legenda "A. Marinho INCM Au 9990/00 - 1/20 Oz".


Rev: Apresenta junto à orla esquerda a legenda "Pe. António Vieira-2011",junto à orla inferior a legenda "INS", servindo-se do alongamento da perna da letra h onde se colocou uma cruz e na orla da direita a imagem do Padre Vieira com a legenda "1608-1697", que representa a data do seu nascimento e a data da sua morte. O campo central da moeda encontra-se vazio.
 Autor: José Manuel Espiga Pinto.
Moedas de Ouro:
Valor facial 1/4 de Euro; Au: 999/1000 de toque; Dia. 14 mm; Peso 1,56 g; Bordo serrilhado. Cunhagem 15.000 exemplares.
 
António Vieira ou Padre António Vieira, sendo este último o nome pelo qual ficou mais conhecido nasceu na cidade de Lisboa a 6 de Fevereiro de 1608 e faleceu em S. Salvador no Brasil em 18 de Julho de 1697. Nascido num lar humilde, na Rua do Cónego, perto da Sé de Lisboa, foi o primogénito de quatro filhos de Cristóvão Vieira Ravasco e de Maria de Azevedo natural da cidade de Lisboa. Foi um religioso, filósofo, escritor e exímio orador da Companhia de Jesus. Foi um distinto missionário em terras brasileiras, onde foi um incansável defensor dos direitos dos povos indígenas, combatendo a exploração e a escravidão. Era conhecido entre os indígenas tupi como "Paiaçu" ou "Grande Padre/Pai". Dedicou-se à defesa dos judeus, à abolição da distinção entre cristãos novos e cristãos velhos, à abolição da escravatura, criticou os sacerdotes da sua época, mas em especial a acção da Santa Inquisição.
Os seus sermões eram de tal importância que frequentemente era exigida a sua leitura nas universidades.
Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, não sendo propriamente um escritor, mas sim um orador. Além dos Sermões, redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. Entre os seus sermões, alguns dos mais célebres foram: o "Sermão do Quinto Domingo da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra os da Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão", "Sermão de Santo António aos Peixes"  entre outros. Padre António Vieira deixou cerca de 700 cartas e 200 sermões.
Cronologia
1608 – Nasceu a 6 de Fevereiro na cidade de Lisboa, na freguesia da Sé, filho   primogénito de Cristóvão Vieira Ravasco e de Maria de Azevedo.
1614 – Desembarcou com a família em Salvador da Baía, onde frequentou as aulas do Colégio dos Jesuítas.
1624 - No mês de Maio, as forças holandesas ocuparam a cidade de Salvador.
1626 – Com 18 anos de idade, o noviço António Vieira foi encarregado de redigir a Carta Annua ao Geral dos Jesuítas, relatório anual da Companhia de Jesus no Brasil, constituindo o seu primeiro escrito.
1627 – Transferiu-se para o Colégio dos Jesuítas de Olinda, onde passou a ministrar aulas de Retórica.  
1633 – Pregou o seu primeiro sermão em público, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador.
1634 – Foi ordenado sacerdote, a 10 de Dezembro, celebrando a 13 do mesmo mês a sua primeira missa.
1638 – Foi nomeado Lente em  Teologia.
1641 – Padre António Vieira viajou para Lisboa, onde residiu até 1646.
1642–1644 – Pregou pela primeira vez na Capela Real em Lisboa, o "Sermão dos Bons Anos", em atenção ao brilhantismo das suas prédicas recebeu em 1644, o título de Pregador de Sua Majestade e alguns dos seus sermões foram publicados separadamente.
1645 – Pregou o "Sermão do Mandato", na Capela Real, em Lisboa.
1646–1652 – Pregador e conselheiro de D. João IV, foi por este enviado como embaixador em diversas missões diplomáticas aos Países Baixos e a França, negociando Pernambuco, a paz europeia, o financiamento da guerra contra Castela e a futura Companhia Geral do Comércio do Brasil. Foi um período de grande actividade diplomática e política de António Vieira, que se deslocou por grande parte da Europa, representando e defendendo os interesses portugueses. Fez, ainda, parte da embaixada portuguesa nas negociações da Paz de Münster, cujo objectivo era pôr fim à Guerra dos Trinta Anos. Em Ruão e Amesterdão, encontrou-se e negociou com representantes da comunidade judaica portuguesa aí refugiada, o que lhe valeu, desde então, a hostilidade do Santo Ofício.
1652 – Em Novembro regressou  ao Brasil, a fim de se dedicar às missões junto dos indígenas do estado do Maranhão, dos quais assumiu a defesa, contra os interesses da escravatura por parte dos colonos.
1654 – Pregou o "Sermão de Santo António aos Peixes", na véspera de embarcar para Lisboa, pediu providências favoráveis aos índios e às missões jesuítas no estado do Maranhão.
1655 – Antes de voltar às missões do Estado do Maranhão, em Abril, pregou na Capela Real, em Lisboa, durante a Quaresma, iniciando com o "Sermão da Sexagésima" e terminando com o "Sermão do Bom Ladrão".
1659 – Visitou cinco aldeias da etnia Nheengaíba. No regresso a Belém do Pará, encontrando-se doente em Cametá, redigiu o seu primeiro tratado futurológico "Esperanças de Portugal, V Império do Mundo".
1661 – Em resultado do seu combate à escravidão dos índios, Vieira e os seus companheiros jesuítas são expulsos do Estado do Maranhão e embarcados para Lisboa.
1662 – Prega o importante "Sermão da Epifania" diante da rainha regente.
1663–1667 – Foi desterrado para Coimbra e aí começaram os interrogatórios da Inquisição, que o perseguiu devido às suas ideias milenaristas e messiânicas inspiradas no profetismo de António Gonçalves Annes Bandarra ("Quinto Império") e, também, por causa das suas alegadas simpatias pela "gente da nação", os judeus.
1666 - A Inquisição ordenou que fosse retirado da cela de religioso, a que estava confinado, e colocou-o em cárcere de custódia. Apesar de praticamente desprovido de livros para consultas, redige duas Representações da Defesa e, em segredo, parte do livro "História do Futuro" e da "Apologia".
1667 - Foi  proferida a sentença: "… seja privado para sempre da voz activa e passiva e do poder de pregar…". Foi amnistiado em 12 de Junho de 1668.
1669 – Pregou o "Sermão do Cego", na Capela Real, em Lisboa. Partiu para Roma em busca de revisão da sua sentença, onde permaneceu seis anos, pregando, em italiano, aos cardeais da Cúria romana e à exilada rainha Cristina da Suécia.
1675 – Regressou a Lisboa, munido de um Breve do Papa Clemente X, isentando-o "por toda a vida de qualquer jurisdição, poder e autoridade dos inquisidores presentes e futuros de Portugal", mas permanecendo sujeito à autoridade da Cúria romana.
1679 – Declinou o convite da rainha Cristina da Suécia para ser seu confessor.
1681 – Regressou ao Brasil, a Salvador, Baía, em Janeiro,  passando a residir na Quinta do Tanque, casa de campo do Colégio dos Jesuítas, onde preparou a publicação dos seus Sermões e redige a "Clavis Prophetarum".
1686 – Vieira foi um dos poucos a não ser afectado pela epidemia de "mal da bicha" (febre amarela). Devido a essa calamidade, a Câmara de Salvador fez votos a São Francisco Xavier, proclamando-o Padroeiro da Cidade do Salvador, em 10 de Maio. 1688 – Foi nomeado Visitador Geral da Província do Brasil (até 1691).
1690 – Promoveu a Missão entre os índios Cariri da Baía, financiando-a com o lucro da venda dos seus livros.
1694 – Emitiu um parecer a favor da liberdade dos índios, contra as administrações particulares na Capitania de São Paulo.
1695 – Enviou uma carta circular de despedida à nobreza de Portugal e amigos, por não poder escrever a todos.
1696 – Foi transferido da Quinta do Tanque para o Colégio dos Jesuítas, no Terreiro de Jesus.
1697 – Terminou a revisão do tomo XII dos Sermões; ditou a sua última carta na  Companhia de Jesus.
1697 - Faleceu no dia 18 de Julho no Colégio com a idade de 89 anos.
 
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira: INCM: Colecção particular do autor.
 
 
 F I M
 
Editado no Jornal das Caldas em 17-06-2014